Único time que ainda não venceu fora de casa pelo Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro tem o pior aproveitamento como visitante na competição, com 14,81% dos pontos somados (quatro empates e cinco derrotas). Logo, a expectativa é de tarefa árdua contra o Palmeiras, no jogo de sábado, às 19h, no Allianz Parque, em São Paulo, pela 19ª rodada - a última do turno da competição.
Terceiro colocado, com 33 pontos, o Verdão está invicto dentro de seus domínios pela Série A. Em sete jogos, ganhou cinco e empatou dois, com 15 gols marcados e apenas três sofridos. A equipe tem compromisso atrasado da 16ª rodada por cumprir - contra o Fluminense, às 21h desta terça-feira, também no Allianz Parque.
Dos cinco triunfos alviverdes em São Paulo, dois foram por goleada de 4 a 0, sobre Fortaleza, na primeira rodada, e Santos, na quinta rodada. Também houve vitórias diante de Internacional, 1 a 0; Athletico-PR, 1 a 0; e Avaí, 2 a 0; além de empates com Vasco, 1 a 1; e Bahia, 2 a 2.
Em toda a temporada 2019, o Palmeiras jogou 22 vezes com apoio maciço das arquibancadas: ganhou 16, empatou quatro e perdeu somente duas - para Corinthians, no Campeonato Paulista (1 a 0), e Grêmio, na Copa Libertadores (2 a 1).
O revés para o Grêmio, aliás, complicou a situação do técnico Luiz Felipe Scolari, que acabara demitido no jogo seguinte, diante do Flamengo, no Maracanã (derrota por 3 a 0). Mano Menezes, substituto de Felipão, conhece bem o Cruzeiro, para o qual trabalhou entre julho de 2016 e agosto de 2019.
Mano estreou pelo Palmeiras vencendo o Goiás por 2 a 1, no Serra Dourada, em Goiânia, pela 18ª rodada do Brasileiro
. O segundo gol foi marcado aos 55 minutos da etapa complementar, pelo meia Gustavo Scarpa, após bate-rebate na grande área.Apesar das dificuldades enfrentadas, já que o Goiás abriu o placar, Mano apostou em formação ofensiva ao escalar dois volantes que chegam facilmente à área adversária: Bruno Henrique e Ramires. No meio-campo, Dudu tinha liberdade para transitar pelo centro e também nas beiradas. No ataque, o treinador contou com Willian, antigo “xodó” dos tempos de Cruzeiro, para anotar o primeiro tento palmeirense. Ele entrou na vaga de Zé Rafael aos 14’ da etapa final.
Mano Menezes tem plena ciência do elenco azul, pelo qual conquistou dois estaduais, em 2018 e 2019, e duas Copas do Brasil, em 2017 e 2018. Alegando não conseguir “tirar mais nada do time”, o treinador pediu demissão depois da derrota para o Internacional, por 1 a 0, dia 7 de agosto, no Mineirão, pela ida da semifinal da Copa do Brasil. Na ocasião, a Raposa vinha de retrospecto de apenas uma vitória em 18 jogos.
Mudança
Rogério Ceni aceitou a proposta feita pelo Cruzeiro e deixou o Fortaleza sob pagamento de multa rescisória de R$ 1 milhão (débito quitado pelo clube mineiro). No Brasileiro, o time emplacou três jogos de invencibilidade, contra Santos (2 a 0), CSA (1 a 1) e Vasco (1 a 0). Na Copa do Brasil, fracassou ao perder para o Inter por 3 a 0, no Beira-Rio.A crise se agravou ainda mais com a derrota para outro gaúcho, o Grêmio, em pleno Independência, pelo Campeonato Brasileiro: 4 a 1.
Por causa das atuações ruins e o consequente risco de rebaixamento à Série B (16º, com 18 pontos), Rogério afirmou que mudará drasticamente o time do Cruzeiro nos próximos jogos. Em entrevista no domingo, ele não revelou quais atletas serão sacados e nem tampouco quem entrará, porém deixou claro que abrirá mão do sistema de jogo ofensivo e optará por uma formação compacta na marcação.
“Não adianta criticar um jogador publicamente e nem vir aqui ao microfone, quando você está triste, dar declarações em que pode se arrepender. Assim como a gente está alegre não deve prometer muitas coisas. Precisamos fazer algumas mudanças comportamentais, talvez para alguns atletas uma intertemporada. Podemos modificar também a nossa maneira de jogar. Por mais que eu goste de futebol ofensivo e tente sempre privilegiar os jogadores de alta qualidade técnica, para isso você precisa ter a bola. Quando eu falei dos erros de passe, eles se avolumaram. Tenho jogadores que considero ótimos passadores, mas não estão conseguindo executar. Talvez seja a hora de mudar o sistema de jogo e preparar melhor durante 10, 12 ou 14 dias esses jogadores para que eles possam voltar e também serem mais úteis ao Cruzeiro. Eu também preciso mudar um pouco para conseguir melhores resultados dentro de campo”.
O Cruzeiro venceu pela última vez fora de Belo Horizonte pelo Brasileiro há um ano e três meses: 1 a 0 sobre o Ceará, no Castelão, em 3 de junho de 2018. Depois, foram 21 jogos, com dez empates e 11 derrotas. Nesse intervalo, houve uma vitória na condição de visitante, porém na capital mineira: 2 a 1 diante do América, no Independência, em 4 de novembro de 2018.