Maurício entrou para a história do Cruzeiro ao se tornar o primeiro atleta nascido no século 21 a marcar pelo clube. O jovem de 18 anos, que veio ao mundo em 22 de junho de 2001, fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, domingo, no Mineirão, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Além de afastar a equipe da zona de rebaixamento (16º lugar, com 18 pontos), o resultado elevou o astral visando ao duelo contra o Internacional, às 21h30 desta quarta-feira, no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela volta da semifinal da Copa do Brasil.
Por ter perdido por 1 a 0 no dia 7 de agosto, no Mineirão, o Cruzeiro precisa ganhar dos gaúchos por dois tentos de vantagem para se classificar sem depender de disputa por pênaltis. Maurício acredita em uma reviravolta. “É um jogo extremamente difícil e importante. A gente sabe da importância. Eles têm uma vantagem, mas vamos em busca dessa classificação. Tentaremos dar ao nosso torcedor a classificação e chegar à final”. O garoto, inclusive, sonha com a possibilidade de anotar o gol da classificação. “Tudo pode acontecer. Se eu fizer o gol de novo e ajudar meu time, é o que mais importa. Seria mais um sonho realizado”.
Auxiliar de Ceni lapidou Maurício
Na opinião de Maurício, o Cruzeiro terá de manter supremacia na posse de bola para, consequentemente, balançar a rede do Inter, que em 2019 perdeu apenas dois dos 24 duelos em casa - além de 17 vitórias e cinco empates. “Tem que manter mais a posse, né?! Às vezes a gente não pode ser muito precipitados em querer buscar o gol direto. Temos de manter a posse, trabalhar a bola, rodar e tentar abrir uma brecha para marcar. Foi isso que fizemos contra o Vasco. É uma equipe muito boa defensivamente, mas conseguimos mexer e abrir um espaço para atacar”.
Emprestado pelo Desportivo ao Brasil ao Cruzeiro até 30 de novembro e com 50% dos direitos econômicos fixados em R$ 800 mil, Maurício reencontrou um velho conhecido na Toca da Raposa II. Nelson Simões, assistente técnico de Rogério Ceni, foi treinador do meio-campista nas categorias de base do São Paulo.
“Cheguei ao São Paulo quando tinha uns 10 para 11 anos. Fiquei por lá durante quatro anos. O Nelson foi meu treinador em dois anos e meio, por aí. Depois tive uma passagem pelo Desportivo Brasil, acabei ficando dois anos e pouco. Depois vim para o Cruzeiro”, recordou o jogador, contente por trabalhar novamente com o profissional, ex-zagueiro tricolor nos anos de 1990.
Segundo Maurício, Nelson é um dos responsáveis por ajudá-lo a aperfeiçoar fundamentos de passe e chutes a gol. “Foi muito bom. Ele já me conhece e tem me ajudado bastante em alguns treinos que fazemos à parte, de finalização, de passe. Ele tem me ajudado bastante e me dado muitas dicas”.
Enquanto atleta do São Paulo, Maurício afirmou ter visto Rogério Ceni em dias esporádicos no centro de treinamento da base, porém não chegou a ‘tietar’ o ídolo. “Só como fã mesmo. Quando ele ia ao CT de Cotia, às vezes passava na fisioterapia, e a gente, que era menino, queríamos tirar fotos. Acabei apenas vendo mesmo, e não conversando”.
Agora, ele conta com as orientações valiosas do ex-goleiro, que foi um grande artilheiro na carreira (131 gols pelo São Paulo - 61 de falta, 69 de pênalti e um com a bola rolando), para desenvolver seu potencial no Cruzeiro.
“Cheguei no ano passado aqui (setembro de 2018). Era um menino novo, tinha alguns defeitos no estilo de jogo, mas, ao passar do tempo, aprendi bastante com o Mano defensivamente e ofensivamente. Agora o Rogério Ceni tem me ajudado bastante. Tenho conversado bastante também com o Nelson, que foi meu treinador. Por eu ser um menino mais novo, quero aprender, e me espelho bastante nos jogadores daqui”, encerrou Maurício.
Maurício está com 50% dos direitos econômicos fixados em R$ 800 mil - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
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