Fred ensaiou a retomada da boa fase com a camisa do Cruzeiro ao marcar em dois jogos consecutivos no Campeonato Brasileiro - vitória sobre o Santos, por 2 a 0, no Mineirão, e empate com o CSA, por 1 a 1, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Graças aos gols dele, o time celeste saiu da zona de rebaixamento e subiu ao 16º lugar, com 15 pontos. Caso seja escalado pelo técnico Rogério Ceni, o atacante é trunfo no jogo contra o Vasco, às 19h de domingo, no Mineirão, pela 17ª rodada da Série A. A Raposa tem o objetivo de se afastar da parte de baixo da classificação e encurtar a distância para o clube carioca, 14º colocado, com 20 pontos.

A chegada de Rogério Ceni à Toca teve importância para Fred voltar a balançar a rede. Entusiasta do jogo ofensivo e de constante busca por finalizações, o treinador destacou, à época de sua apresentação, a qualidade técnica do centroavante de 35 anos. “Ele é um 9. Um jogador de área. Sabe bem fazer a proteção, tem boa finalização, chuta muito bem. Vamos trabalhar como qualquer garoto de 20 anos e fazer com que ele tenha cada vez mais esse espírito jovem. Tentaremos tirar o melhor dele”.

Antes, Fred vivia mau momento no Cruzeiro. Ele havia marcado pela última vez em 23 de abril, na vitória por 2 a 0 sobre o Deportivo Lara, na Venezuela, pela fase de grupos da Copa Libertadores. Em seguida, amargou 16 partidas sem fazer gol. Nesse período, recebeu críticas de torcedores e foi sacado da equipe por Mano Menezes, que preferiu apostar em Pedro Rocha, atleta de maior mobilidade e velocidade, para a função de referência no ataque. Como resposta, o camisa 9 afirmou que o modelo de jogo do antigo treinador era “para criar pouco” e “ganhar de 1 a 0”.

“A gente está jogando o jogo para fazer isso mesmo, pra ganhar de 1 a 0, pra passar de fase, principalmente nesses mata-matas. (O Mano) Está poupando todo mundo no Brasileiro, então é natural sofrer. No último jogo, nós jogamos com oito moleques, com muita qualidade, personalidade, mas sem treinar com a gente. Mas o nosso time está jogando, as características estão sendo para criar pouco, mas matar o jogo. Com jogadores decisivos que estão lá na frente são rápidos e fortes”, declarou Fred, logo após a eliminação para o River Plate nas oitavas de final da Copa Libertadores, em 30 de julho.

Nos 16 jogos de seca de Fred, o Cruzeiro ganhou apenas três, além de cinco empates e oito derrotas. O aproveitamento de 29,16% foi um indicativo que os resultados positivos passam também pela boa fase do artilheiro.

Artilheiro celeste em 2019, com 18 gols em 35 jogos, Fred já superou os índices alcançados por Thiago Neves e Arrascaeta, goleadores das três temporadas anteriores, e igualou o feito de 2015 de Leandro Damião. Como o Cruzeiro jogará, na pior das hipóteses, mais 23 partidas no ano (uma na Copa do Brasil e 22 no Campeonato Brasileiro), o atacante terá condições de bater Ricardo Goulart e Marcelo Moreno, que marcaram, cada um, 24 vezes em 2014.

O desempenho de Fred este ano ainda está aquém dos grandes momentos de sua carreira, já que ele contabilizou 20 ou mais gols em dez dos 16 anos como atleta profissional. Sua melhor estatística foi registrada em 2005, quando disputou 64 jogos e marcou 48 gols - 40 pelo Cruzeiro, seis pelo Lyon-FRA e dois com a camisa da Seleção Brasileira.

Com o ganho de confiança, Fred pode ajudar o Cruzeiro em duas competições nas quais tem bom histórico. No Brasileiro, ele é o maior artilheiro da era dos pontos corridos, com 144 gols em 271 jogos, e o quarto de todos os tempos - abaixo de Edmundo (153), Romário (154) e Roberto Dinamite (190). Na Copa do Brasil, tem 35 gols em 39 partidas e só perde para Romário, que marcou 36 em 45 apresentações. No torneio mata-mata, a Raposa enfrentará o Internacional na próxima quarta-feira, 4 de setembro, às 21h30, no Beira-Rio, pelo jogo de volta da semifinal. Na ida, os gaúchos ganharam por 1 a 0, no Mineirão.

2018: Arrascaeta e Thiago Neves (15 gols)

2017: Thiago Neves (17 gols)

2016: Arrascaeta (14 gols)

2015: Leandro Damião (18 gols)

2014: Ricardo Goulart e Marcelo Moreno (24 gols)

2013: Borges (19 gols)

2012: Wellington Paulista (28 gols)

2011: Montillo (21 gols)

2010: Thiago Ribeiro (23 gols)

2009: Wellington Paulista (26 gols)

2008: Guilherme (23 gols)

2007: Araújo (17 gols)

2006: Giovane Élber (18 gols)

2005: Fred (40 gols)

2004: Jussiê (21 gols)

2003: Alex (39 gols)

2002: Fábio Júnior (23 gols)

2001: Oséas (22 gols)

2000: Oséas (33 gols)