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Mesmo com TV aberta, Mineirão terá mais de 40 mil torcedores para Cruzeiro x Santos; entenda o que impulsiona o grande público

Estreia de Rogério Ceni e ingressos a preços populares colaboram para que torcedores celestes empurrem time em momento difícil no Brasileiro

Rafael Arruda
Tal como fez em Copa Libertadores e Copa do Brasil, torcida do Cruzeiro deve encher Mineirão no Brasileiro - Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
O jogo entre Cruzeiro e Santos, às 16h deste domingo, no Mineirão, terá transmissão da TV Globo Minas para Belo Horizonte. Mesmo com a possibilidade de assistir à partida no conforto do sofá de casa ou reunir os amigos para aquele churrascão de domingo, muitos torcedores preferem ir ao estádio apoiar o time, que não vence há 11 partidas no Campeonato Brasileiro (cinco empates e seis derrotas) e ocupa a 17ª colocação, com 11 pontos. Até esse sábado, conforme balanço oficial do clube, mais de 40 mil ingressos haviam sido vendidos para o duelo pela 15ª rodada.

A estreia do técnico Rogério Ceni é uma das atrações para os cruzeirenses na Pampulha. Em sua apresentação, na última terça-feira, o ex-goleiro do São Paulo prometeu tentar implantar um estilo de jogo de constante busca pelo ataque, transições rápidas, posse de bola e velocidade. Tal estratégia é um pouco diferente da adotada por seu antecessor, Mano Menezes, conhecido entusiasta de formações defensivamente fortes.

O perfil de Mano rendeu bons resultados ao Cruzeiro, especialmente em confrontos de mata-mata, nos quais ele conquistou duas Copas do Brasil consecutivas, em 2017 e 2018. Contudo, na fase derradeira do gaúcho, a equipe pecou bastante em criatividade, quase não chutou a gol e virou presa fácil para os adversários. Tanto que ganhou apenas um dos últimos 19 duelos, além de nove empates e nove derrotas.

Os adeptos celestes anseiam por vitórias, até em função do cenário de risco no Brasileiro. Embora esteja relativamente perto de sair do Z4, já que o Fluminense, 16º, soma 12 pontos, o Cruzeiro se encontra distante do Vasco, 15º, com 17.
A campanha é bem aquém das expectativas iniciais, que apontavam o grupo preparado para jogar tanto os pontos corridos quanto os mata-matas (Copa do Brasil e Copa Libertadores).

Ciente da necessidade de recuperar a confiança de seus aficionados, a diretoria do Cruzeiro baixou o preço dos ingressos para o jogo contra o Santos. Houve, por exemplo, quem tivesse pagado R$ 4 (modalidade de sócio com 60% de desconto), enquanto o setor mais caro comercializado pelo clube, o Roxo Superior, custou R$ 60. Até mesmo a Minas Arena, operadora do Mineirão, reduziu valores: de R$ 40 (Vermelho Inferior) a R$ 120 (camarote individual).

Ofertar ingressos baratos não é novidade no Cruzeiro. Desde o começo do Brasileiro, o clube usa o setor Laranja Inferior do Mineirão como espaço popular, cujas entradas são habitualmente negociadas por R$ 10. Levantamento disponibilizado pelo site Globoesporte.com mostra que a Raposa tem, ao lado do Fortaleza, o menor tíquete médio da Série A: R$ 14. O time cearense levou mais pessoas ao Castelão: média de 28.446 pagantes (5ª), contra 15.472 dos mineiros (10ª geral).

E é com esse cenário favorável nas arquibancadas e de astral renovado pela chegada de Ceni que o Cruzeiro desafiará o Santos, líder isolado da Série A, com 32 pontos em 14 jogos, e recordista em fundamentos importantes na competição, como posse de bola (média de 58%), finalizações (217), desarmes (304) e interceptações (58). O time do argentino Jorge Sampaoli tem ainda o segundo ataque mais positivo, com 25 gols, e aproveitamento de 61,9% fora de casa (quatro vitórias, um empate e duas derrotas).

As circunstâncias colocam o compromisso deste domingo como possibilidade de ‘divisor de águas’ para o Cruzeiro. Experientes como Henrique, Ariel Cabral, Thiago Neves, Leo e Egídio desejam retomar prestígio junto aos torcedores. Os jovens Éderson, Maurício e Welinton almejam sucesso profissional. E Rogério Ceni busca o desafio de se tornar um técnico tão vitorioso quanto foi nos tempos de goleiro. Primeiramente, ele pretende tirar o time do Z4 do Brasileiro. Depois, se possível, sonhar com a Copa do Brasil, único título que não conquistou enquanto atleta. O discurso interno é de ‘decisão aberta’ na semifinal contra o Internacional, vitorioso na ida por 1 a 0, no Mineirão, e com a vantagem do empate na volta, dia 4 de setembro (quarta-feira), às 21h30, no Beira-Rio, em Porto Alegre.
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