A Toca da Raposa II recebeu, neste sábado, dezenas de integrantes da torcida organizada Máfia Azul no último treino do Cruzeiro antes do clássico diante do Atlético. A partida, válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, terá início às 19h deste domingo.
Em postagem feita pela organizada nas redes sociais, os torcedores foram até o centro de treinamento do Cruzeiro ‘para cobrar postura dos jogadores no clássico’. Eles também ressaltaram a importância da partida contra o Internacional, às 21h30 da próxima quarta-feira, no Mineirão, pela ida das semifinais da Copa do Brasil.
O goleiro Fábio, o lateral-esquerdo Egídio e o meio-campista Robinho conversaram com o grupo de torcedores, que foram acompanhados por policiais militares. O supervisor administrativo do Cruzeiro, Benecy Queiroz, também fez parte do diálogo. Em um vídeo divulgado pela própria Máfia Azul, Benecy acusou os torcedores de invadirem a Toca.
"Somos parceiros. Estamos questionando com o seu líder é que vocês invadiram. Vocês não pediram para ninguém. Vocês entraram. Isso aqui é uma instituição privada. Nós nunca negamos que vocês viessem dar apoio. Nós necessitamos disso. Agora a invasão, não. Ela é diferente. A quem vocês pediram? Ninguém, simplesmente invadiram. O que a gente vai pensar? É que vocês querem agredir jogadores. Vocês não tinham ordem de ninguém (para entrar)”, afirmou.
Apesar da declaração de Benecy, a conversa seguiu pacífica. Fábio lamentou a eliminação na Copa Libertadores para o River Plate (derrota nos pênaltis por 4 a 2, no Mineirão), mas garantiu que isso servirá de motivação para o Cruzeiro reagir no Brasileiro. Ele também destacou que o time está perto de conquistar o tricampeonato consecutivo da Copa do Brasil.
“Não queríamos sair na Libertadores. Jogamos com o atual campeão. Às vezes temos que pegar uma situação dessa para pegarmos como motivação, porque sabemos que temos que melhorar no Brasileiro. Temos uma possibilidade muito grande de sermos tricampeões (da Copa do Brasil), coisa que ninguém foi", disse.
Titulares ou reservas?
Apesar da presença da organizada, o treino deste sábado foi completamente fechado aos jornalistas. Com isso, dúvidas ainda persistem sobre a escalação do Cruzeiro para enfrentar o Atlético.
Na parte clínica, não há nenhuma preocupação no Cruzeiro visando ao clássico. Thiago Neves, que se queixava de incômodo na panturrilha direita, e Robinho, com desgaste na coxa esquerda, estão liberados. Resta saber se a comissão técnica poupará algum atleta. Recentemente, o elenco perdeu Lucas Romero, volante de muita qualidade na marcação, para o Independiente da Argentina, que comprou os direitos econômicos dele por 5 milhões de dólares (R$ 19,8 milhões).
Se mantiver a formação principal, Mano escalará o time com Fábio; Orejuela, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Ariel Cabral; Robinho, Thiago Neves e Marquinhos Gabriel; Pedro Rocha. No entanto, como enfrentará o Internacional na quarta-feira, o Cruzeiro pode ter algumas “caras novas”, casos de Fred, David, Dodô e/ou Jadson. Perguntado nessa sexta, Fábio preferiu deixar a cargo de Mano Menezes.
“É bem difícil, né?! A gente tem um jogo muito importante na quarta-feira. É uma responsabilidade grande que nosso treinador tem, de ver quem está melhor. O atleta também precisa passar isso ao treinador. Ninguém melhor que o atleta para passar ao treinador que tem condição física para jogar o clássico. É um jogo difícil, fora de casa, no qual precisamos de um resultado bom pela situação na competição”.
O zagueiro Dedé, provavelmente mantido entre os titulares, assegurou que a eliminação na Libertadores para o River Plate não abalou o grupo. Ele vê o Cruzeiro motivado para encarar o Atlético e ganhar confiança no restante do ano.
“A dureza de jogar contra o Atlético é grandíssima. É um excelente clube, um excelente time, um excelente elenco. O jogo mexe não só com o futebol mineiro, mas também com o brasileiro. Mas acho que se formos frios e inteligentes, não podemos perder a confiança por causa da desclassificação. Não teve derrota nos 90 minutos, saímos nos pênaltis. Por isso, temos de entrar confiantes, com muita entrega, pois o clássico é um jogo de responsabilidade e ousadia. Um detalhezinho faz a diferença”.