Há alguns dias, Mano Menezes disse que o Cruzeiro só teria condições de se dedicar com força máxima no Campeonato Brasileiro em caso de insucesso em algum mata-mata. Pois na terça-feira, no Mineirão, o time perdeu nos pênaltis para o River Plate, por 4 a 2, e se despediu da Copa Libertadores nas oitavas de final. Ainda resta a Copa do Brasil, na qual o clube sonha com o sétimo título (tri consecutivo) e terá pela frente nas semifinais o Internacional. O jogo de ida está marcado para quarta-feira, às 21h30, no Mineirão. Antes, porém, haverá clássico contra o Atlético, às 19h de domingo, no Independência, pela 13ª rodada da Série A.
Embora não tenha confirmado abertamente que escalará os titulares no Brasileiro, Mano deu indícios da possibilidade. Em função do desgaste na ida das oitavas de final da Libertadores (empate por 0 a 0 com o River Plate, em Buenos Aires), o Cruzeiro enfrentou o Athletico-PR com time recheado de jovens recém-promovidos da base e perdeu por 2 a 0, no último sábado, no Mineirão. Na ocasião, o treinador lamentou ter de expor os garotos diante de um adversário que decidiu escalar a equipe principal na tentativa de ganhar confiança visando ao duelo contra o Boca Juniors no torneio continental.
“Quando o Athletico decidiu colocar a equipe titular e nós o time reserva, alguém achar que o Cruzeiro não teria dificuldades em jogar contra o Athletico é porque não está acompanhando futebol há bastante tempo. Athletico é um dos melhores times do país, está nas oitavas da Libertadores como nós e vem jogando um bom futebol. Teríamos total dificuldade com o time reserva, não tenha dúvidas. Chega a ser quase criminoso você ter que expor jogadores como eu tive de fazer, porque a tendência é recair a cobrança sobre esse ou aquele, às vezes sobre os mais experientes, aí vem a vaia”, declarou o comandante.
Mano já havia traçado estratégia semelhante na temporada 2017. Derrotado pelo Grêmio por 1 a 0, em Porto Alegre, no duelo de ida das semifinais da Copa do Brasil, o Cruzeiro entrou com o que tinha de melhor para enfrentar o Sport, no Mineirão, três dias antes do reencontro com os gaúchos. Sassá e Raniel marcaram os gols do triunfo celeste, em 20 de agosto, pela 21ª rodada do Brasileiro. Com o moral elevado no dia 23, a Raposa venceu o Grêmio no tempo normal, por 1 a 0 (gol de Hudson), e nos pênaltis, por 3 a 2.
A situação de momento do Cruzeiro inspira cuidados. No Campeonato Brasileiro, são nove jogos sem vitória (quatro empates e cinco derrotas) e um 16º lugar nada compatível com as pretensões estabelecidas por diretoria e comissão técnica no início da competição. Com dez pontos em 12 rodadas, o time ganhou pela última vez há quase três meses: 2 a 1 sobre o Goiás, em 5 de maio, no Mineirão. E os nove gols marcados deixam a equipe na terceira posição entre os piores ataques, acima somente de Avaí (5 gols) e CSA (3 gols).
Já na temporada, a Raposa só venceu uma das últimas 16 partidas - 3 a 0 sobre o Atlético, no Mineirão, na ida das quartas de final da Copa do Brasil -, e não balança a rede há seis jogos - é a pior sequência sem gols da história do clube. Apesar dos números que ficaram ainda mais desfavoráveis com o revés para o River Plate na Libertadores, Mano Menezes não vê o grupo abalado psicologicamente. Segundo o técnico, os jogadores estão motivados a buscar as vitórias no Campeonato Brasileiro e também diante do Internacional.
“Eu não acredito muito nessas questões psicológicas que todo mundo fala. Perdemos, dói, a derrota tem que doer, não se pode encarar uma derrota da mesma forma que se encara uma classificação. Mas não precisamos fazer nada para trabalhar a cabeça dos jogadores antes de um clássico e nem para o jogo contra o Internacional. São jogos grande que, por si só, te dão motivação e possibilidade de recuperação. Nós vamos fazer isso. Agora vamos ver como faremos no clássico, pois na quarta-feira já temos um jogo decisivo aqui em casa no qual precisamos conquistar uma vantagem mínima que sabemos que é importante para o segundo jogo em Porto Alegre”.
A escalação que enfrentou o River tinha Fábio; Orejuela, Dedé, Leo e Egídio; Lucas Romero, Henrique, Ariel Cabral e Marquinhos Gabriel; Thiago Neves e Pedro Rocha. O time terá ao menos uma mudança, pois Romero está em vias de se transferir para o Independiente, da Argentina, por 5 milhões de dólares (R$ 19 milhões). Além disso, o meia Robinho afirmou que as dores na perna esquerda diminuíram e, portanto, deverá ficar à disposição para mais de um tempo no domingo contra o Atlético. Todavia, Mano Menezes só divulgará a formação no vestiário do Independência.
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