O destaque da vitória do River foi o goleiro Franco Armani. Ele defendeu os chutes de Henrique e David. Fred e Robinho conseguiram superar o camisa 1. Já os Millonarios, atuais campeões da Libertadores, foram precisos em todas as cobranças e marcaram com De la Cruz, Montiel, Martínez e Borré.
Foi o sétimo revés do Cruzeiro em mata-matas contra argentinos na Libertadores, o segundo diante do River, que já havia ganhado as quartas de final em 2015. Outros carrascos são Boca Juniors (final de 1977, oitavas de final de 2008 e quartas de final de 2018), Estudiantes (final de 2009) e San Lorenzo (quartas de final de 2014).
Eliminado nas oitavas de final, o Cruzeiro sai da Libertadores com uma campanha geral de cinco vitórias, dois empates e uma derrota em oito partidas. Foram 11 gols marcados e apenas dois sofridos. Fred, com quatro tentos, foi o artilheiro azul.
Agora, as atenções da equipe de Mano Menezes estarão divididas entre o Campeonato Brasileiro, no qual ocupa o 16º lugar, com 10 pontos em 12 rodadas, e a Copa do Brasil, em que é semifinalista e terá pela frente o Internacional.
Pela Série A, o Cruzeiro fará clássico contra o Atlético no domingo, às 19h, no Independência. Já na Copa do Brasil, enfrentará o Internacional pelo duelo de ida na próxima quarta, 7 de agosto, às 21h30, no Mineirão.
O jogo
“A maior dificuldade está na qualidade do adversário”. Mano Menezes já previa que o River Plate viria ao Mineirão para repetir o estilo de jogo de posse de bola e constante troca de passes. E talvez por isso, em função de desgaste físico de Robinho, preferiu apostar na entrada de Ariel Cabral em vez de escalar um meia-atacante no Cruzeiro.
Quando a bola rolou, foi possível ver o Cruzeiro postado no 4-4-2, com um meio-campo em linha: Lucas Romero e Marquinhos Gabriel nas extremidades, e Henrique e Ariel Cabral ao centro. Thiago Neves e Pedro Rocha eram os jogadores mais adiantados, sendo que por muitas vezes o camisa 10 funcionou como “centroavante”.
Nos primeiros minutos, o River chegou a contabilizar 72% de posse de bola, segundo dados da Conmebol, porém não converteu esse volume inicial em chances claras. Aos 12min, Pratto tabelou com Carrascal, driblou Dedé e chutou rasteiro. Fábio segurou a bola tranquilamente.
Tão logo conseguiu encaixar um ataque, o Cruzeiro quase fez sua torcida gritar gol. Aos 15min, Thiago Neves cruzou para Pedro Rocha, que, mesmo sem jeito, conseguiu bater forte. A bola explodiu no goleiro Armani, tocou no travessão e foi afastada pela zaga do River. No rebote, Romero arriscou de fora da área, à direita da meta.
Depois de quase tomar gol, o River respondeu à altura. Aos 18min, Montiel se aproveitou de passe errado de Egídio e tocou para trás. Borré finalizou de pé canhoto, e Fábio defendeu. Aos 19min, foi a vez de Fernández assustar o camisa 1 cruzeirense com chute colocado de pé esquerdo.
Aos poucos, o River Plate diminuiu a supremacia na posse de bola, enquanto o Cruzeiro se organizou para equilibrar as ações. O principal problema era a falta de um jogador como referência na grande área, já que Pedro Rocha, escolhido para a função, movimentava-se com frequência para tabelar com os meio-campistas e laterais. Assim, o acirrado primeiro tempo terminou com empate por 0 a 0.
Para o segundo tempo, o Cruzeiro voltou com a mesma formação. Como o River retomou o controle da posse de bola, o técnico Mano Menezes resolveu colocar Robinho no lugar de Ariel Cabral aos 14 minutos. Com a entrada do camisa 19, a equipe ficou mais ofensiva e até conseguiu envolver o adversário, porém faltava aquele capricho na conclusão das jogadas.
Mano então recorreu a Fred, artilheiro do time em 2019, com 16 gols, mas que não balançava a rede há 13 partidas. O camisa 9 entrou com disposição e vontade diante de uma marcação dura e bem postada do River Plate.
Na reta final, o Cruzeiro teve mais duas chances. Aos 30min, Thiago Neves arriscou de fora da área, à esquerda de Armani. Já aos 35min, Fred deu ótima assistência para Marquinhos Gabriel, que demorou muito a chutar e acabou bloqueado. Aos 37min, o River chegou muito perto do gol de Fábio com Matías Suárez, porém Dedé conseguiu travar na hora certa e evitou a finalização do argentino.
A última carta na manga do Cruzeiro foi a entrada de David na vaga de Marquinhos Gabriel. Mas pouco havia a ser feito. Naquela altura, as equipes se encontravam bastante desgastadas devido à intensidade da partida e caminharam para a disputa por pênaltis.
Pênaltis
Nos pênaltis, o goleiro Armani brilhou ao defender a primeira cobrança do Cruzeiro, de Henrique, e a terceira, de David. Fred e Robinho marcaram para a Raposa, mas como Fábio não conseguiu evitar os gols de De la Cruz, Montiel, Martínez e Borré, o River celebrou a classificação com triunfo por 4 a 2.
Elenco do River Plate abraça goleiro Armani depois de defesas decisivas nas penalidades - Foto: Ramon Lisboa/EM/D. A Press
CRUZEIRO 0 (2)X(4) 0 RIVER PLATE
CRUZEIRO
CRUZEIRO
Fábio; Orejuela, Dedé, Leo e Egídio; Henrique, Lucas Romero e Ariel Cabral (Robinho, aos 14min do 2ºT); Thiago Neves, Marquinhos Gabriel (David, aos 40min do 2ºT) e Pedro Rocha (Fred, aos 26min do 2ºT)
Técnico: Mano Menezes
RIVER PLATE
Franco Armani; Gonzalo Montiel, Lucas Martínez, Robert Rojas e Milton Casco; Leonardo Ponzio (Exequiel Palacios, no intervalo), Enzo Pérez, Jorge Carrascal e Ignacio Fernández (De la Cruz, aos 25min do 2ºT); Rafael Borré e Lucas Pratto (Matías Suárez, aos 20min do 2ºT)
Técnico: Marcelo Gallardo
Cartões amarelos: Lucas Romero, aos 31min do 2ºT (CRU); Enzo Pérez, aos 18min, Carrascal, aos 34min do 2ºT (RIV)
Pênaltis: Robinho e Fred marcaram para o Cruzeiro, enquanto Armani defendeu os chutes de Henrique e David. De la Cruz, Montiel, Martínez e Borré fizeram os gols do River, que venceu por 4 a 2.
Motivo: jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: terça-feira, 30 de julho de 2019
Árbitro: Roberto Tobar (Chile)
Assistentes: Claudio Ríos e Alejandro Molina (ambos do Chile)
VAR: Nicolas Gallo (Colômbia)
Público: 55.567
Renda: R$ 2.464.451,00