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Cruzeiro tenta encerrar sequência de eliminações para argentinos na Libertadores

De sete duelos, time celeste venceu apenas um, em 1976

Rafael Arruda
Cruzeiro foi eliminado pelo Boca Juniors nas quartas de final da Libertadores de 2018 - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.
Para manter vivo o sonho do tri, o Cruzeiro terá de encerrar sequência de eliminações diante de argentinos na Copa Libertadores. Nesta terça-feira, às 19h15, o time celeste enfrentará o River Plate, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pelo jogo de ida das oitavas de final. A partida de volta acontecerá na terça-feira seguinte, também às 19h15, no Mineirão.

A única vez em que o Cruzeiro bateu um argentino em mata-mata de Libertadores foi justamente contra o River, na final de 1976. À época, não existia o regulamento do placar agregado, e sim a série “melhor de três”.

No primeiro jogo, no Mineirão, a Raposa goleou por 4 a 1. No segundo, no Monumental, o River ganhou por 2 a 1. No terceiro duelo, no Estádio Nacional de Santiago, do Chile, o gol de falta de Joãozinho, aos 43 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória por 3 a 2 e virou símbolo da primeira conquista internacional do clube celeste.

Depois do título de 1976, o Cruzeiro amargou seis tropeços consecutivos para equipes da Argentina na Libertadores. O primeiro aconteceu logo em 1977, na decisão contra o Boca Juniors. Como cada time ganhou em casa, por 1 a 0, houve o terceiro jogo.
No Estádio Centenário, em Montevideú, o Boca ganhou nos pênaltis, por 5 a 4, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal. O goleiro Gatti defendeu a cobrança do lateral-esquerdo Vanderlei.

Foto do gol de falta marcado por Nelinho no jogo contra o Boca no Mineirão, em 1977 - Foto: Arquivo/Estado de Minas

Duas décadas depois, o Boca Juniors voltou a ser pedra no sapato do Cruzeiro e avançou nas oitavas de final de 2008 com tranquilidade: vitórias por 2 a 1 na Bombonera e no Mineirão. No elenco xeneize havia um trio de muito respeito: Riquelme, Palacio e Palermo.

Na finalíssima de 2009, o Cruzeiro sofreu a sua maior decepção na Copa Libertadores: perdeu de virada para o Estudiantes em pleno Mineirão, por 2 a 1, depois de ter segurado um 0 a 0 heroico em La Plata, na Argentina - graças à grande atuação do goleiro Fábio, responsável por cinco defesas difíceis.

Dos 64.800 torcedores que estiveram no estádio na noite de 15 de julho, a maioria tinha grande expectativa em ver o time celeste faturar o troféu. Quem comandou as ações, porém, foi o experiente Verón, que ditou o ritmo da partida no meio-campo e deu o cruzamento para Boselli fazer de cabeça o segundo gol do Estudiantes (o primeiro saiu em finalização de Gastón Fernández). O volante Henrique, hoje capitão do time de Mano Menezes, marcou o tento cruzeirense em chute de fora da área.

Imagem do segundo gol do Estudiantes, marcado por Boselli, na final da Libertadores de 2009 - Foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press

Nas quartas de final de 2014 e 2015, San Lorenzo e River Plate frustraram o sonho do tri do Cruzeiro e caminharam até o título nas respectivas edições da Copa Libertadores. O River, aliás, impôs à equipe azul o pior revés como mandante na competição: 3 a 0. Foi grande o sentimento de incredulidade na noite de 27 de maio, no Mineirão, já que no duelo de ida, seis dias antes, a Raposa havia triunfado por 1 a 0, no Monumental de Núñez.

Já na última temporada, em 2018, o Boca Juniors voltou a encerrar a trajetória do Cruzeiro na Libertadores. O time de Mano Menezes foi derrotado por 2 a 0 na Argentina, em jogo marcado por erro crasso do árbitro paraguaio Eber Aquino, que expulsou Dedé equivocadamente após auxílio do VAR para verificar uma cabeçada acidental do zagueiro no goleiro Andrada. Na volta, a equipe celeste até abriu o placar, no Mineirão, mas acabou sofrendo o empate nos minutos finais.

As demais eliminações do Cruzeiro em mata-matas foram para Unión Española-CHI (oitavas de final de 1994), Vasco (oitavas de final de 1998), Palmeiras (quartas de final de 2001), Deportivo Cali-COL (oitavas de final de 2004), São Paulo (quartas de final de 2010) e Once Caldas-COL (oitavas de final de 2011).

1975


Até 1987, não havia na Copa Libertadores quatro fases pós-grupos (oitavas, quartas, semifinais e finais). Na edição de 1975, portanto, a penúltima etapa foi disputada em duas chaves com três clubes. O melhor de cada uma se qualificava para a decisão. Na última rodada, o Cruzeiro podia perder para o Independiente por dois gols de diferença para ir à final, porém levou 3 a 0, na Argentina, e ficou abaixo até mesmo do Rosario Central. Líder do grupo, o time de Avellaneda conquistou o título ao superar o Unión Española, do Chile.

Algozes do Cruzeiro em mata-matas na Copa Libertadores (por país):


Argentina – 6 vezes


Boca Juniors – 1977 (final), 2008 (oitavas de final) e 2018 (quartas de final)

River Plate – 2015 (quartas de final)

San Lorenzo – 2014 (quartas de final)

Estudiantes – 2009 (final)

Brasil – 3 vezes


Vasco – 1998 (oitavas de final)

Palmeiras – 2001 (quartas de final)

São Paulo – 2010 (quartas de final)

Colômbia – 2 vezes


Deportivo Cali-COL – 2004 (oitavas de final)

Once Caldas – 2011 (oitavas de final)

Chile – 1 vez


Unión Española-CHI – 1994 (oitavas de final)
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