Apesar disso, Mano manteve a cautela. O treinador disse que é preciso trabalhar duro no dia a dia para voltar a repetir a boa atuação contra o Galo. “Esse negócio não tem muito segredo. É trabalhar, trabalhar e trabalhar. Para ser mais objetivo ainda, é trabalhar bem. Chegamos a um estágio que as coisas favoreceram para que a gente trabalhasse bem. Não temos um atleta que não teve dedicação muito grande na busca dessa retomada. Esse é o ambiente ideal para fazer isso. Também chegamos a um ambiente de humildade muito bom. Descemos um pouco daquilo que havíamos conquistado até a metade da temporada quase. O Cruzeiro quando iniciou o Campeonato Brasileiro era uma equipe quase invicta, então isso às vezes cria um sentimento que atrapalha um pouco o que você precisa fazer. O futebol é muito duro, eu sempre digo isso. Você precisa fazer sempre bem feito”, frisou.
Mano aproveitou para dizer que não tem problemas para lidar com as críticas. Nas últimas semanas, o treinador enfrentou questionamentos da imprensa e dos próprios torcedores do Cruzeiro. Ele, contudo, pediu profundidade nas análises.
“Eu não tenho dificuldade nenhuma de conviver com questionamento, embora sempre tenha cobrado uma profundidade maior nas análises, seja nas derrotas ou nas vitórias. Porque penso que boa parte dos elogios que recebemos nas vitórias nós não somos merecedores e a equipe não está nem tão bem assim. Disse isso a alguns colegas de vocês. Recentemente, veio alguém do Nordeste trabalhar aqui em Belo Horizonte e me perguntou numa entrevista rápida o que aconteceu com esse Cruzeiro que era avassalador e agora está tendo problemas? Provavelmente não era avassalador. Então, as críticas vão acontecer quando a gente não fizer resultado. A gente sabe disso. Às vezes vão muito além do que são realmente as nossas deficiências ou a inabilidade de um técnico, mas todo mundo é questionado”.
Mano lembrou as críticas sofridas por Tite durante a campanha da Copa América. A Seleção Brasileira enfrentou dificuldades em alguns jogos, em especial contra a Venezuela, na fase de grupos, e o Paraguai, nas quartas de final. A despeito disso, a equipe da CBF venceu o torneio. O técnico do Cruzeiro ainda disse que não trabalha para conquistar reconhecimento.
“Recentemente, o técnico da Seleção era unanimidade, e há poucos dias o Brasil deixou de fazer dois ou três jogos bons, aí ele foi criticado por todo mundo. É assim, nossa vida é assim. Como disse o professor Carlos Alberto Parreira uma vez num curso que a gente fez: não espere reconhecimento. Trabalhe para vencer o próximo jogo, porque é isso que conta para a carreira de um técnico de futebol”, destacou.