“Nas últimas semanas, o clube vem passando por momentos difíceis na política. As coisas foram acontecendo ali na base, e a gente que já está há muito tempo no futebol vai percebendo uma coisa ou outra ali, o pessoal diferente, começando a tomar decisões sem nos consultar. Fui chamado na segunda-feira, foi colocado para mim qual seria o motivo (da demissão). Me passaram que era contenção de despesas. Naquele momento eu falei que me sentia ofendido por ser tratado como despesa para o clube”, desabafou o ex-coordenador do Cruzeiro em entrevista ao à Rádio 98FM.
Emerson Ávila também lamentou a indiferença da diretoria com sua história no Cruzeiro. Além do cargo de coordenador ocupado nos últimos anos, ele foi técnico de várias categorias das divisões inferiores, do elenco de aspirantes e do profissional em 2011.
“Tive aproximadamente 20 anos dentro da empresa Cruzeiro Esporte Clube, mais de 30 títulos na base do clube como treinador, títulos no profissional como assistente-técnico do clube. Participei de situações de contratações de jogador para a equipe profissional. Sugeri alguns nomes que foram representativos para o Cruzeiro, como o Montillo e Marcelo Moreno. Trouxe alguns jogadores para a base do clube que foram muito importantes, como o Jefferson (goleiro), Guilherme, Jonathan. Um número muito grande de atletas que passou pelas minhas mãos, e é claro de muitas pessoas também, não posso falar que esse trabalho foi exclusivamente meu. Mas, diante de tudo isso, ser tratado como uma despesa, você fica um pouco assustado. Será que eu estou onerando tanto assim o clube? Mas não cabe a mim discutir. Lamentei, fiquei triste, chateado, mas no futebol você tem que estar preparado para tudo”, relembrou.
Agora no mercado, Emerson falou sobre seu futuro longe da Toca da Raposa. O ex-coordenador técnico revelou que pretende voltar a comandar uma equipe como treinador, e que, inicialmente, não faz parte dos seus planos trabalhar na coordenação ou gerência de um clube.
"Essa situação pode acontecer a qualquer momento e ninguém é insubstituível. Agora é virar a página. Pensar mais na frente, em uma nova situação, um clube novo, para seguir minha carreira dentro do futebol. Quero voltar para dentro do campo. Já coloquei para mim que estar dentro do campo é mais importante para mim. Você como técnico, ou auxiliar de alguém, as decisões dentro da sua função são exclusivamente suas. Você, quando está fora (do campo), esbarra em muita coisa e não consegue decidir ter autonomia para fazer aquilo que você quer. Então, quero muito voltar para dentro do campo. A não ser que seja uma situação que surja para mim de coordenação, de gerência de futebol, mas só se for um projeto muito empolgante para me tirar do desejo de voltar a campo. Seja em base ou profissional, eu quero novamente poder dar treino para jogo. Esse é meu desejo”, revelou Ávila.