Desligado do cargo de coordenador das categorias de base do Cruzeiro na última segunda-feira sob alegação de 'corte de gastos', Emerson Ávila falou sobre as poucas oportunidades recebidas pelo atacante Gonzalo Latorre no clube desde 2015, quando foi contratado. O profissional surpreendeu ao afirmar que o uruguaio, hoje com 23 anos, tem virtudes.
Latorre chegou à Toca como 'contrapeso' na negociação para aquisição de Arrascaeta. Como já estourou a idade na base e jamais foi cogitado no profissional, ele trabalha à parte sempre em horários diferentes dos demais atletas.
Emerson Ávila comandou o time sub-20 do Cruzeiro em 2015 e o de aspirantes em 2017. Para ele, Latorre era um jogador esforçado e de muita disposição. “Não era esse perna de pau que pregaram não. Com toda a honestidade, é um menino muito aguerrido, espírito de uruguaio mesmo. Ele era, não sei por onde está hoje, um centroavante de muita disposição”, disse o profissional em entrevista à Rádio 98FM nessa quinta-feira.
Ávila também lembrou alguns jogos de Latorre na base e o momento em que ele perdeu espaço. “Cheguei a dar oportunidade para ele em alguns jogos. Jogou contra o Villa Nova, contra o Atlético. Depois eu saí do comando técnico da equipe, ele foi perdendo espaço, mas sempre se relacionou muito bem com todos os atletas. Não teve nenhum tipo de problema na participação dele dentro da equipe Sub-20 do Cruzeiro”, contou.
Latorre jamais atuou pelo time principal do Cruzeiro. Ele participou de algumas partidas pela equipe de aspirantes (sub-23), além de 10 jogos pelo sub-20 de 2015 a 2016. Em 2017, foi emprestado à Sambenedettese, da terceira divisão italiana, porém pouco esteve em campo.
No fim de 2018, o Progreso do Uruguai anunciou a contratação do centroavante, mas o Cruzeiro afirmou à época que não recebeu qualquer oferta. Desde então, Latorre passou a treinar em horários distintos aos do elenco comandado por Mano Menezes na Toca da Raposa II.
Em maio deste ano, o Cruzeiro anunciou o pagamento de aproximadamente R$ 18,5 milhões ao Atenas, do Uruguai, pela contratação do atacante. Em função da inadimplência cruzeirense, o clube uruguaio chegou a recorrer à Fifa para tentar receber a importância financeira.
Por conta da dívida de Latorre herdada da gestão de Gilvan de Pinho Tavares, a atual diretoria do Cruzeiro sempre fez duras críticas a essa contratação. Em 2015, a chegada do uruguaio à Toca foi conduzida pelo então gerente de futebol Valdir Barbosa, hoje diretor de comunicação do clube.