De acordo com a AGC, não há “qualquer possibilidade de reversão” do quadro caótico caso não aconteça uma “mudança radical” na gestão do clube. A organização ressalta que apenas os integrantes do Conselho estão em condições de impedir um “desastre histórico” no Cruzeiro, pois estes têm forças para cobrar explicações do presidente Wagner Pires de Sá e, em caso de improbidade administrativa comprovada, votar para uma possível saída.
Apesar dos questionamentos à cúpula celeste, a AGC ressaltou que não pretende se envolver em disputas políticas internas no Cruzeiro. “Essas afirmações se fazem necessárias para reforçar o nosso pensamento sobre o gravíssimo momento pelo qual o clube passa. Definitivamente, não se trata de crise ou disputa política. Ao contrário, esse caos abominável tem natureza administrativa, financeira e, principalmente (e infelizmente), moral”, diz a nota da organização.
No último sábado, o presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, pediu o afastamento do presidente Wagner Pires de Sá e de outros dirigentes até o fim dos trabalhos da comissão de sindicância que averigua os escândalos no Cruzeiro. O clube, por sua vez, classificou a solicitação do ex-senador da República como “irresponsável” e movida por “interesses políticos”.
Os escândalos da atual administração do Cruzeiro vieram à tona após matéria exibida pela TV Globo, no programa Fantástico, em 27 de maio. À época, foram divulgadas irregularidades em transações e valores superfaturados pagos a empresas prestadoras de serviço. A Polícia Civil já havia ouvido 15 pessoas que mantinham alguma relação com o clube, entre elas funcionários, ex-empregados, dirigentes e agentes esportivos.
A denúncia mais grave era sobre um empréstimo de R$ 2 milhões contraído pelo Cruzeiro com o empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, sócio de firmas que atuam na locação de veículos e de equipamentos de proteção. Como forma de quitação do débito, o clube, segundo inquérito da Polícia Civil, incluiu parte dos direitos de jogadores do profissional, como David (20%), Raniel (5%), Murilo (7%), Cacá (20%), e de outros que passaram pela base e foram negociados, casos de Gabriel Brazão (20%) e Vitinho (20%). O clube ainda inseriu participação em uma possível venda do promissor Estevão William, de apenas 12 anos, que, pela lei, só poderá assinar vínculo laboral a partir dos 16.
Outros casos investigados são os aumentos substanciais nos salários do vice-presidente de futebol Itair Machado (média de R$ 275 mil) e do diretor-geral Sérgio Nonato (R$ 125 mil mensais), além da contratação de conselheiros para prestação de serviços, com vencimentos de R$ 13 mil a R$ 40 mil. Vale lembrar que o clube aumentou a dívida geral de R$ 384 milhões para R$ 520 milhões de 2017 para 2018 e ainda não teve o balanço financeiro aprovado pelo Conselho Fiscal. Nos próximos dias haverá eleição para novos integrantes do órgão, já que os componentes anteriores renunciaram em função do acesso restrito às informações acerca das finanças do clube.
Outros casos investigados são os aumentos substanciais nos salários do vice-presidente de futebol Itair Machado (média de R$ 275 mil) e do diretor-geral Sérgio Nonato (R$ 125 mil mensais), além da contratação de conselheiros para prestação de serviços, com vencimentos de R$ 13 mil a R$ 40 mil. Vale lembrar que o clube aumentou a dívida geral de R$ 384 milhões para R$ 520 milhões de 2017 para 2018 e ainda não teve o balanço financeiro aprovado pelo Conselho Fiscal. Nos próximos dias haverá eleição para novos integrantes do órgão, já que os componentes anteriores renunciaram em função do acesso restrito às informações acerca das finanças do clube.
Leia a íntegra da nota da AGC
Associação de torcedores do Cruzeiro.
A Associação Grandes Cruzeirenses (AGC) tem por natureza estatutária não se envolver em disputas políticas internas do Cruzeiro Esporte Clube. Sempre fomos assim e seguiremos assim.
Essas afirmações se fazem necessárias para reforçar o nosso pensamento sobre o gravíssimo momento pelo qual o clube passa. Definitivamente, não se trata de crise ou disputa política. Ao contrário, esse caos abominável tem natureza administrativa, financeira e, principalmente (e infelizmente), moral.
Como associação, a AGC respeita com intransigência as regras internas de qualquer instituição. Ao mesmo tempo, são nelas que se arvora para aqui dirigir-se diretamente a quem de direito tem a responsabilidade de agir, ou, ao revés, escolher se omitir, perante o presente e o futuro do Cruzeiro.
Nós, cruzeirenses brutos por natureza, assim como grande parte dos 9 milhões de torcedores que amam e financiam esse clube e seu time, queremos um posicionamento honesto, imediato, público e individual de cada um dos 573 conselheiros do clube.
Não existe qualquer possibilidade de reversão desse quadro no qual jogaram o Cruzeiro Esporte Clube sem uma mudança radical de práticas administrativas - e são muitas. Cabe exatamente aos senhores, conselheiros, o dever de impedir esse desastre histórico e a nós, Cruzeirenses, continuar amando o nosso Cabuloso.
A responsabilidade sobre a retomada do caminho da história do Cruzeiro Esporte Clube está, individualmente, nas mãos de cada um dos senhores. Por respeito às suas próprias famílias, aos demais sócios e à torcida que financia e ama o clube, pedimos que restabeleçam um Cruzeiro limpo e honesto.
Seja qual for a decisão que tomarem, tenham clareza quanto ao fato de que nós torcedores não nos esqueceremos.
O Cruzeiro nos deu a oportunidade de torcer para o único clube gigante de Minas Gerais, multicampeão, admirado internacionalmente. Somos gratos a ele.
Aos senhores, seremos também se saírem das sombras e não se omitirem. A história não nos perdoará se nada fizerem para defender a nossa instituição Cruzeiro Esporte Clube.
Para a AGC, defender o Cruzeiro sempre será mais que torcer!