Jarbas Matias dos Reis e Walter Cardinali Junior atenderam a reportagem. Já o escrivão da Polícia Federal, Marcio Antonio Camillozzi Marra, não respondeu aos contatos.

Reportagem exibida pelo Fantástico, na noite do último domingo, revelou que a Polícia Civil investiga a diretoria do Cruzeiro por indícios de falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O inquérito apura denúncias que indicam quebra de regras da Fifa, da CBF e do Governo Federal.

Segundo ele, é associado ao Cruzeiro há 30 anos e conselheiro há quase 20. Perguntado de que ala pertencia, Jarbas afirmou que é ligado “a ala que quer o bem do clube”. “Sempre defendo a instituição. As pessoas passam, a instituição fica”, complementou. 

A reportagem também questionou se o convite para participar da sindicância partiu diretamente de Zezé Perrella. “As pessoas do conselho me convidaram. É uma decisão de várias pessoas. Eu pedi um tempo para pensar, na verdade tive meia hora (risos). Não tem muito tempo para essas coisas. E logo aceitei”, explicou.

Sobre a linha de investigação, Jarbas garantiu transparência no processo. “Eu não sei exatamente qual vai ser a linha, porque ainda não temos os documentos. Obviamente, isso vai ser feito da  forma mais transparente possível. Isso é uma condição sine qua non. Vamos fazer tudo com lisura, pensando no bem do clube, independentemente de ser dirigente A ou B. Não estamos lá para prejudicar ninguém, estamos pra fazer o correto”, afirmou. 

Por fim, o conselho foi questionado sobre a consistência das denúncias do Fantástico. “O que acontece, as avaliações, precisam ser feitas de forma equilibrada. Obviamente, você ouve, vê, assiste, mas você precisa ter maturidade para analisar tudo dentro de um contexto, que ele seja correto”, finalizou. 

Em 2011, Cardinali Junior candidatou à vice-presidência do Conselho Deliberativo em chapa encabeçada por Eli Lucas Mendonça. A dupla acabou derrotada por Wilmer Santa Luzia e João Carlos Gontijo de Amorim, então apoiados por Gilvan de Pinho Tavares e Zezé Perrella. 

Dos três escolhidos por Perrella para a sindicância, Cardinali Junior é o único que integra o grupo 'pró-transparência', formado por 111 conselheiros que divulgaram carta na última terça-feira. 

O Superesportes questionou o conselheiro sobre o momento político do Cruzeiro e como seria a linha de investigação na sindicância do Conselho Deliberativo. “O momento não é propício para dar qualquer declaração. Eu sequer assumi as funções. Só vamos tratar disso a partir de segunda-feira, quando teremos uma reunião do grupo. A abertura da sindicância já aconteceu, mas tem prazo (30 dias). Eu só vou te dar essas respostas (sobre qual será a linha de investigação) após a reunião com os demais colgas. Nada ainda foi tratado”, disse. 

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