“Está cheio de gente com essa mesma intenção de fazer melhor. A diferença não está na intenção, está em fazer melhor. Ter capacidade para fazer melhor. Muitas vezes no ano passado nós tivemos que abrir mão praticamente de alguns jogos, porque tinha que ser assim. Estávamos jogando outros jogos decisivos de Libertadores, jogos decisivos da Copa do Brasil. O que a gente pensa que fez melhor para este ano foi qualificar o nosso elenco a ponto de não precisar abrir mão de determinados jogos, em detrimento de outros. Tem um grupo, um elenco mais qualificado, jogadores que realmente possam entrar e render tão bem quanto os outros que estão saindo. Na verdade isso não é um aprendizado, isso é uma montagem de trabalho. Isso é um trabalho a longo prazo que permitiu que o Cruzeiro se qualificasse mais, mantendo jogadores importantes e acrescentando novos jogadores a esse grupo. É aí que nós esperamos estar melhores neste ano”.

Em 2018, o time costumava cair de rendimento quando poupava seus principais jogadores. A diretoria, então, realizou mudanças em algumas posições pontuais. Nas laterais, Ezequiel e Marcelo Hermes deram lugar a Orejuela e Dodô. No meio-campo/ataque, Jadson, Marquinhos Gabriel e Rodriguinho foram contratados, enquanto Bruno Silva, Mancuello e Rafael Sobis continuaram suas carreiras em outras equipes. Por fim, a chegada de Pedro Rocha, emprestado pelo Spartak Moscou-RUS, serviu para repor a venda de Arrascaeta ao Flamengo, em janeiro, por 13 milhões de euros.

Desde o início da temporada, Mano Menezes tem adotado rodízio nas escalações. Uma formação que poderia ser considerada a principal conta com Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Lucas Romero; Robinho, Rodriguinho e Marquinhos Gabriel; Fred. Já uma equipe suplente teria Rafael; Orejuela, Fabrício Bruno, Murilo e Dodô; Lucas Silva e Jadson (Ariel Cabral); Rafinha, Thiago Neves e Pedro Rocha (David); Sassá (Raniel). Justamente por não seguir um padrão, Mano evita distinguir titulares e reservas. As estratégias têm surtido efeito, já que o Cruzeiro está invicto em 2019, com 16 vitórias e cinco empates. Além de ter conquistado o Campeonato Mineiro, a equipe tem 100% de aproveitamento na Copa Libertadores. Qual o peso dessa sequência?

“Se eu fosse enfrentar um adversário que não tivesse perdido na temporada eu ia usar isso com os meus jogadores, certamente. Isso motiva, mexe com os brios. Mas também motiva a gente. Porque é a confirmação de um bom início de temporada, de um trabalho que já está sólido. Se ainda não perdemos é por que estamos tendo méritos para não deixar nenhum adversário nos bater. E é esse mérito que você tem que continuar repetindo. Não se acomodar, e nosso time não é acomodado, nosso grupo também não, por isso a disputa interna e têm várias disputas. E é isso mesmo que a gente queria quando trouxe mais jogadores qualificados para se juntar aos que nós já temos. E eles é que estão entendendo isso bem e acho que essa é a melhora do futebol brasileiro. Os jogadores começaram a entender que para você ter uma temporada vencedora, você tem que ter um grupo vencedor e qualificado. E grupo não joga toda hora, todo mundo. Jogam onze dessa vez, outros esperam. Na outra vez entram e saem alguns. Então, eles estão bem conscientes disso, da necessidade de nós termos essa disputa interna, porque isso eleva o nível do time que entra em campo a cada jogo”.