A prioridade do Cruzeiro aos torneios de mata-mata nas temporadas anteriores fez com que o Campeonato Brasileiro ficasse em segundo plano. Se por um lado o time conquistou duas edições consecutivas da Copa do Brasil, por outro foi coadjuvante na Série A, alcançando, respectivamente, quinto e oitavo lugares em 2017 e 2018. Porém, para 2019, a expectativa é de brigar também pelo título da elite nacional. Na opinião do zagueiro Dedé, as contratações realizadas nesta temporada - casos dos laterais Orejuela e Dodô, do volante Jadson, dos meias Marquinhos Gabriel e Rodriguinho e do atacante Pedro Rocha - deixaram a equipe forte em todos os aspectos.
“Foi importante demais. O trabalho da diretoria sempre foi citado pelos jogadores. Perdemos peças importantes, como o Arrascaeta, mas o trabalho rápido e a inteligência da nossa diretoria de trazer todos os jogadores foi muito importante para o nosso elenco. Hoje você vê Dodô e Egídio revezando até em jogos importantes. Egídio jogou a semifinal e a primeira final. Dodô jogou a Libertadores e a segunda final. Agora, na Venezuela, jogou o Orejuela no lugar do Edilson, o Thiago Neves no lugar do Rodriguinho, o Rafinha no lugar do Robinho. Foi bem pensado, não foram contratações por alto, mas sim bem lapidadas pela diretoria. É muito importante, pois não é fácil jogar todas as competições. Se não me engano, são 76 jogos no ano, é muito difícil, porque fica jogo quarta e domingo, quarta e sábado, quinta e domingo. A pegada é muito grande e esse revezamento é importantíssimo”.
Sobre 2018, Dedé garantiu que o time só “tirou o pé” depois que conquistou a Copa do Brasil, quando já não tinha mais chances de ser campeão brasileiro. O Cruzeiro também vislumbrou o troféu da Copa Libertadores, mas caiu nas quartas de final com revés para o Boca Juniors.
“No ano passado não deixamos de lado, mas pesou muito para os jogadores e a gente estava em competições de mata-mata, nas quais éramos obrigados a dar mais importância. Fizemos um elenco bom no ano passado, mas não suportamos a carga do Brasileiro. Este ano temos um elenco para suportar o Brasileiro. Não deixamos de lado. Se ele reveza um jogador para jogar a Libertadores, para poupar no Brasileiro, é porque confia em todo o elenco. Não existe no futebol deixar de lado. O momento que demos uma esfriada foi depois do título da Copa do Brasil, pois já tínhamos conquistado título. No resto, a gente se entregou”.
Neste sábado, às 21h, o Cruzeiro estreará no Brasileiro contra o Flamengo, no Maracanã, e poderá reencontrar o meia Arrascaeta, maior artilheiro estrangeiro celeste, com 50 gols em 188 jogos. Em janeiro, o uruguaio teve saída conturbada da Toca da Raposa, já que decidiu não se reapresentar para a pré-temporada depois que a diretoria recusou a primeira proposta rubro-negra, de 10 milhões de euros. Apesar de ainda ser alvo de críticas de cruzeirenses nas redes sociais, Arrascaeta é bastante querido pelos antigos colegas de elenco. Dedé ressaltou o carinho pelo ex-camisa 10, porém afirmou que dentro de campo “a amizade acaba”.
“Companheiro não é mais. É um amigo pessoal que temos, mas é um adversário. Quando entro em campo, vou defender, como falei, a camisa do Cruzeiro, independentemente de quem esteja lá. Tenho outros amigos lá, como o Everton Ribeiro, um cara que gosto, brinco, falo com ele quase todos os dias. Mas ele veste a camisa do Flamengo e eu a do Cruzeiro. Somos profissionais. Dentro de campo não tem amizade. Quando a gente fala assim, o pessoal acha que vamos bater ou fazer algo desleal (risos). Não! É com lealdade, mas fazendo de tudo para o Cruzeiro sair com a vitória”.