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Cruzeiro rechaça favoritismo e projeta boa atuação em '180 minutos' para ser campeão mineiro

Time celeste terá de inverter vantagem obtida pelo Atlético na primeira fase

Rafael Arruda
Mano Menezes lembrou que o Atlético fez melhor campanha no Mineiro - Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
O que pesa mais para definir um time favorito em um torneio: rendimento em campo ou vantagem obtida conforme o regulamento? É essa dúvida que os torcedores de Cruzeiro e Atlético vão tirar na final do Campeonato Mineiro, cujo jogo de ida acontecerá neste domingo, às 16h, no Mineirão. O time de Mano Menezes tem sido bastante elogiado pelas atuações consistentes, sobretudo na Copa Libertadores, na qual alcançou 100% de aproveitamento (12 pontos) em quatro rodadas no Grupo B, com oito gols marcados e nenhum sofrido. Já o alvinegro, com chances bastante remotas de avanço no Grupo E do torneio continental (três pontos, a seis do Nacional-URU, segundo colocado, e a nove do líder Cerro Porteño-PAR), terminou a fase classificatória do Estadual na primeira colocação e por isso precisa de dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols para ser campeão. É justamente o benefício alcançado pelo rival que faz a equipe celeste rechaçar o favoritismo atrelado ao momento técnico.

“O que coloca um time mais ou menos favorito é o que foi feito agora. Mas o que foi feito até agora não vai jogar. O que foi feito até agora não vai estar em campo nos 180 minutos, nos primeiros 90, não vai estar. O grupo do Cruzeiro é bastante experiente e tem um treinador que já passou por várias situações como essa. Pode elencar aí 100 situações que o favorito perdeu.
Que aquele que tinha a melhor campanha perdeu. Nem é o caso, pois o Atlético tem a melhor campanha no Mineiro. Por um momento alguém pode achar que o Cruzeiro está melhor, mas se você olhar outro lado, o Atlético fez a melhor campanha. Está repartido isso”, disse o técnico Mano Menezes.

“Não é uma questão de fugir, é que não tem valor. Isso é para o torcedor, é para vocês (imprensa), que têm de fazer suas avaliações. Vocês olham para o que aconteceu e fazem as avaliações. Mas a gente sabe que na hora que começar, nem às vezes quando você faz vantagem no primeiro jogo, no segundo se confirma. Prova disso foi ano passado. Fizemos a melhor campanha, perdemos por 3 a 1 o primeiro clássico, e quando todos achavam que o Atlético ia confirmar (o título), o Cruzeiro, ineditamente, fez uma reversão de dois gols de diferença contra. Não precisa inventar, não é uma questão de fugir disso ou daquilo, mas a gente sabe que o que vai valer é o que as duas equipes vão fazer. Ambas têm condições, disso eu tenho certeza”, acrescentou o comandante.

Ao relembrar a final de 2018, na qual o Cruzeiro perdeu a primeira partida para o Atlético, por 3 a 1 (Independência), e se sagrou campeão ao vencer o segundo jogo, por 2 a 0 (Mineirão), Mano Menezes observou que o objetivo em 2019 é conseguir equilíbrio durante os 180 minutos. “Nós só usamos muito bem na última parte, né?! Nos primeiros 90 minutos não usamos coisa nenhuma. Não dá para pensar nela 180 minutos.
É uma coisa que você pode pensar nos últimos 15 minutos do confronto, se as coisas tendem a andar parelhas pelo histórico, pelo que está valendo. Vamos ter que jogar bem os dois jogos para estarmos aptos a brigar pelo título. É isso que defendo com meu grupo de jogadores”.

Na Copa Libertadores, o Cruzeiro ganhou de Huracán (1 a 0 e 4 a 0), Deportivo Lara (2 a 0) e Emelec (1 a 0). No Mineiro, tem campanha invicta, com 10 vitórias e quatro empates, além do artilheiro do campeonato, Fred, com 11 gols. Por sua vez, o Atlético só venceu o venezuelano Zamora na fase de grupos do torneio sul-americano, mesmo assim com muita dificuldade, por 3 a 2, depois de o adversário abrir 2 a 0 no Mineirão. Nas demais partidas, perdeu para Cerro Porteño-PAR (1 a 0 e 4 a 1) e Nacional-URU (1 a 0). Por conta do baixo aproveitamento na Libertadores, a diretoria atleticana demitiu o técnico Levir Culpi e colocou Rodrigo Santana, comandante do time sub-20, interinamente no cargo.

Teria então o Cruzeiro vantagem na parte emocional, principalmente por ser treinado por um mesmo profissional há quase três anos consecutivos, enquanto o Atlético necessitará de rápida adaptação a um novo comando em curto intervalo de tempo? Mano Menezes prefere não acreditar nessa tese na final do Estadual. “A única parte psicológica que ele pode afetar é um time abrir grande vantagem sobre o outro. Ou abrir uma vantagem, mesmo que seja pequena, sobre o outro. Isso vai influenciar nos outros 90 minutos”.

O Cruzeiro terá força máxima para este domingo.
A provável escalação contará com Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Lucas Romero; Robinho, Rodriguinho e Marquinhos Gabriel; Fred.  Embora não tenha confirmado a equipe, Mano Menezes garantiu que a definição do time será por critérios técnicos. “Todos estão bem. A escolha será técnica. Já fizemos todas as avaliações. Mesmo quem teve seis jogos entrando como titular, quase que invariavelmente, com duas exceções, não completaram 90 minutos. Tiramos eles antes exatamente por causa do último terço do jogo, que é o mais desgastante. Dos 60 minutos para frente. Você pode olhar, já que pesquisou, que lá, a maioria deles, saiu nos 60 minutos para não completar. Se você olhar pela minutagem, alguns trabalharam menos exatamente para não entrar nesse momento desgastante. Consequentemente, a recuperação é melhor. No dia seguinte, todos estão inteiros e ficam à disposição”.
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