Na final do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro se encontra em momento técnico superior ao do Atlético, que, por sua vez, tem a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols para ser campeão. Por isso, o time celeste tentará repetir o entrosamento adquirido na temporada 2019 para construir um bom placar na partida de ida, às 16h de domingo, no Mineirão. Nesta sexta-feira, antes do treino fechado à imprensa, o técnico Mano Menezes deu entrevista coletiva de 20 minutos na Toca da Raposa 2. Além de comentar os planos da equipe, o comandante abordou outros assuntos, como favoritismo, parte emocional e ordem de manter os “pés no chão” na decisão. O segundo duelo será no sábado (20), às 16h30, em local a ser definido pela diretoria alvinegra.
Expectativa para o primeiro jogo da final
Pensamento de “pés no chão”
Edilson e Egídio voltam ao time titular?
Jogos grandes, com rivalidade entre Cruzeiro e Atlético, têm responsabilidade compartilhada de vitória?
“Os jogos entre equipes grandes têm a responsabilidade de vitória compartilhada. E quando essa responsabilidade está mais compartilhada, eles têm oportunidade, nós temos oportunidades, eles atacam, nós atacamos. Há momentos diferentes de cada equipe dentro dos mesmos 90 minutos. É isso que constrói a vitória: você saber se comportar nesses momentos diferentes do jogo de forma lúcida e inteligente para tirar proveito das situações que te favoreçam”.
O Cruzeiro é favorito na final do Campeonato Mineiro?
Critério para a definição da equipe titular
“Todos estão bem. A escolha será técnica. Já fizemos todas as avaliações. Mesmo quem teve seis jogos entrando como titular, quase que invariavelmente, com duas exceções, não completaram 90 minutos. Tiramos eles antes exatamente por causa do último terço do jogo, que é o mais desgastante. Dos 60 minutos para frente. Você pode olhar, já que pesquisou, que lá, a maioria deles, saiu nos 60 minutos para não completar. Se você olhar pela minutagem, alguns trabalharam menos exatamente para não entrar nesse momento desgastante. Consequentemente, a recuperação é melhor. No dia seguinte, todos estão inteiros e ficam à disposição”.
‘Peso’ da vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols (no caso, pertencente ao Atlético)?
“Nós só usamos muito bem na última parte, né?! Nos primeiros 90 minutos não usamos coisa nenhuma. Não dá para pensar nela 180 minutos. É uma coisa que você pode pensar nos últimos 15 minutos do confronto, se as coisas tendem a andar parelhas pelo histórico, pelo que está valendo. Vamos ter que jogar bem os dois jogos para estarmos aptos a brigar pelo título. É isso que defendo com meu grupo de jogadores”.
Experiência do time em mais uma final
“A experiência é exatamente isso. Não são apenas anos de idade e campeonatos que a gente acumula. São vivências que nós tivemos nesses campeonatos, nesses anos, que fazem com que a gente esteja preparado para situações que certamente vão se repetir nessa final. Muita coisa no futebol se repete, ou algo parecido. Quando você se depara com a situação, olha para trás e pensa: ‘já passei por isso’. ‘Fiz certo quando deu certo, fiz errado quando deu errado’. O caminho você sabe, mas, mesmo assim, o caminho será construído de novo. Mesmo assim teremos algumas coisas que só vão pertencer a essa final. Precisamos saber que o jogo será duro, o confronto será duro, e temos que preparar para fazer dois bons jogos. É o caminho que temos”.
Representatividade do resultado do jogo de ida
“A única parte psicológica que ele pode afetar é um time abrir grande vantagem sobre o outro. Ou abrir uma vantagem, mesmo que seja pequena, sobre o outro. Isso vai influenciar nos outros 90 minutos”.
Time ‘cascudo’ do Cruzeiro em mata-matas
“Eu assumi um grupo maduro. O Cruzeiro já tem a base do seu grupo desde os títulos dos Campeonatos Brasileiros. O grupo foi brilhantemente dirigido pelo Marcelo (Oliveira). É um grupo experiente que já havia convivido com muitas situações. Lógico que você vai tendo uma identidade maior com esse grupo e o treinador. Também vai tendo uma confiança maior na medida em que você vence e conquista títulos. O torcedor entende melhor a maneira da equipe se comportar nesse tipo de jogo, participa e ajuda mais, porque já tem confiança. Isso logicamente aumentou com as duas conquistas da Copa do Brasil em 2017 e 2018”.
Favoritismo apontado pela imprensa conta em campo?
Pedro Rocha e Thiago Neves podem ser relacionados?
“Vamos ver. Estamos avaliando tudo, como sempre fizemos. Não é hora de apressar uma coisa que não precisa ser apressada, mas se os jogadores tiverem condição, não vamos abrir mão. São jogadores muito importantes e nós queremos contar com todo mundo”.
Laterais em alta no elenco celeste
“É difícil encontrar nos últimos anos novos laterais no futebol brasileiro. Não está tão fácil. Mas conseguimos no ano ter dois jogadores (por posição). O Rafael é uma projeção mais em longo prazo, a gente trouxe exatamente para formar junto essa última etapa depois do sub-20, para que lá na frente ele seja um dos laterais do Cruzeiro. Mas especificamente falando de Orejuela, Edilson, Egídio e Dodô, a gente conseguiu ter dois jogadores confiáveis em cada função, de modo que eu possa começar com um ou outro. É isso que a gente quer. Não pode ter a desconfiança ou a necessidade de fazer improvisações. Num grupo como o nosso, até pode solucionar o problema de um ano, mas no outro temos que encontrar outras soluções. Foi isso que a gente fez. Realmente temos boas condições com os quatro jogadores das duas posições. Isso deixa o treinador muito contente”.
Parte emocional do rival devido à situação difícil na Libertadores e à troca de técnico
Jogo de volta com estádio a ser definido pelo Atlético
“Está no regulamento. A Federação cumpre o que está no regulamento. Pode ser assim. A questão do local do jogo não pertence ao Cruzeiro. O Cruzeiro vai jogar a primeira partida em sua casa, como mandante, é o que o desempenho das duas equipes previu em termos de regulamentação. Na segunda-feira eles vão definir onde será o segundo jogo, que certamente será sábado. Isso é o mais importante para nós: saber a data do segundo jogo exatamente para fazer um planejamento. Está de bom tamanho”.