“Estaria muito preocupado se fosse o contrário, com a pior defesa e o pior ataque. No Campeonato Brasileiro do ano passado muitas vezes vocês me perguntaram sobre o ataque não fazer gols. Eu disse que era uma circunstância. A comprovação de que é uma circunstância está aí. Parece que não sou tão defensivo assim, né?! Temos o melhor ataque do campeonato. Sei que isso pode surpreender alguns, mas eu avisei no início da temporada que poderíamos ser mais ofensivos. O pessoal não acreditou, vocês deram essas risadas que vocês estão dando aí, mas olha a confirmação. São resultados de uma equipe que joga um futebol que entende que o equilíbrio desses fundamentos são importantes, que acredita nisso e tenta buscar isso. Às vezes a gente consegue e às vezes a gente não consegue”, avaliou o treinador, relembrando que o time teve começo difícil no Estadual, no qual sofreu quatro gols nas cinco primeiras rodadas, porém buscou o equilíbrio necessário para ter uma defesa sólida.
“Tivemos um início no Campeonato Mineiro, por exemplo, em que sofremos muitos gols nas primeiras rodadas. Não podia continuar assim, conversamos, trabalhamos, recuperamos uma condição importante e os números melhoraram. A gente acredita nisso e a equipe também acredita nisso. Mas não preocupa e nem me deixa sem sono porque tenho uma boa rodagem no futebol para saber passar aos jogadores esse equilíbrio que temos que ter na nossa vida: ou quando os resultados são muito frequentes ou quando não conseguimos. O equilíbrio no comportamento é que dá números importantes como esses”.
Nas quartas de final do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro teve atuação perfeita contra o Patrocinense e ganhou por 5 a 0, no Mineirão, gols de Fred, Rodriguinho (2) e Marquinhos Gabriel (2)
. O placar do sábado retrasado gerou grande expectativa para outra vitória fácil no meio da semana, diante do Deportivo Lara, pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores. O time até começou bem, com gol de Rodriguinho aos sete minutos, porém perdeu intensidade no segundo tempo e viu o adversário melhorar no jogo. Somente aos 50 minutos da etapa complementar é que o volante Jadson acertou belo chute de pé esquerdo e fez 2 a 0 para a Raposa. Para Mano Menezes, o “sufoco” proporcionado pela equipe da Venezuela exemplificou bem a ideia de que nem sempre será possível vencer de goleada.“As goleadas são exceções, não podemos esquecer disso. Às vezes trazem uma determinada empolgação numa semana, aumenta a autoconfiança para um lado, mas sempre o treinador vai lá e coloca uma pedrinha para chamar a atenção e dizer que a realidade do futebol não é essa. Jogar bem dentro dos fundamentos do jogo, isso sim é o objetivo sempre. Nós melhoramos defensivamente, fui informado hoje de que fazia muitos anos que o Cruzeiro não ficava há seis jogos sem sofrer gols. Vinte um anos. Isso dá uma ideia de que recuperamos a condição de que é uma marca, ao menos quando estou dirigindo a equipe. É algo que dá boa segurança, mas não dá tudo, pois tem a outra parte, que é construir ofensivamente, como já melhoramos nos últimos jogos. Mesmo não tendo feito mais gols contra o Deportivo Lara, a equipe construiu jogadas para tal. Um pecadinho no último estágio, num toque, um capricho na bola que não entrou como a gente queria. Mas a equipe continuou a construir bem sem se tornar fácil de ser batida. Isso é importante para equipes que sonham em ser campeãs. Estamos no caminho certo, mas futebol é futebol. Temos que confirmar na hora em que a onça bebe água. Agora é que a onça tem que beber água”.
Além dos 27 gols marcados no Campeonato Mineiro, o Cruzeiro anotou três na Copa Libertadores. Os principais artilheiros do time em 2019 são o atacante Fred, com sete, e o meia Rodriguinho, com seis. Na parte defensiva, a equipe está há seis partidas consecutivas sem sofrer gol, dado que estabelece um recorde desde a temporada de 1997. Isso é um ótimo sinal, pois a Raposa avançará à decisão do Estadual em caso de empate no placar agregado com o América. O segundo duelo da semifinal será no próximo sábado, 6 de março, às 19h, no Mineirão.