A última vez que passou seis jogos em sequência sem ter a defesa vazada foi em outubro de 1997, quando já havia conquistado a América pela segunda vez e se preparava para a disputa do Mundial de Clubes, sob o comando de Nelsinho Baptista. Entre jogos do Campeonato Brasileiro e um da Supercopa, foram três vitórias e três empates, com sete gols marcados. A interrupção veio na derrota por 3 a 2 para a Portuguesa, em 21 de outubro, no Canindé, pelo Nacional.
Agora em março, a campanha é muito superior. São seis vitórias e 16 gols marcados, média de quase três por jogo. “Esse desempenho nos dá confiança para seguir trabalhando e é bom para o time todo. Os atacantes, por exemplo, podem arriscar mais jogadas, pois sabem que atrás o time está seguro”, argumenta o zagueiro Leo, que forma a zaga titular com o também experiente Dedé, sendo que ambos já tiveram outros companheiros nesta sequência positiva, como Murilo e Fabrício Bruno.
O titular do gol sempre foi Fábio, mas Rafael também atuou. Os donos das laterais são Edílson e Egídio, porém Orejuela e Dodô também jogaram. Já como volantes, estiveram em campo Henrique e Lucas Romero na maior parte das vezes, mas Lucas Silva e Ariel Cabral também foram titulares, enquanto Jádson entrou no decorrer de jogos.
O segredo para o sucesso, segundo Leo, é a aplicação tática de todo o time. “Buscamos, como equipe, o equilíbrio. Todos estão se doando bastante, os armadores voltam para ocupar espaços, somos uma equipe bem compacta. E com a bola nos pés a movimentação está grande para agredir o adversário”, argumenta o camisa 3, de 31 anos.
Natural de Belo Horizonte, Leo foi formado nas categorias de base do Grêmio e está no Cruzeiro desde agosto de 2010. Assim, teve chances de atingir a marca alcançada agora em outras oportunidades, como no ano passado, quando o time celeste ficou cinco jogos seguidos sem sofrer gols entre 26 de abril, quando goleou o Universidad de Chile por 7 a 0, pela Libertadores, e 13 de maio, quando fez 2 a 0 no Sport, pelo Brasileiro. Na hora de fazer a “sena” a Raposa até conseguiu um bom resultado, batendo o Atlético-PR fora de casa, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, mas saiu atrás.
Fama
O técnico Mano Menezes não tem tanto tempo de Toca da Raposa quanto Leo ou outro destaque defensivo da equipe, o goleiro Fábio. Porém, também pode ser considerado um dos responsáveis pela solidez defensiva da equipe, pois sempre deixou claro que considera isso fundamental para que uma equipe obtenha sucesso. Até por isso foi tachado de retranqueiro por alguns. “Não é que não gosto de atacar, mas é que para ganhar títulos é preciso tomar algumas precauções”, costuma dizer.
Nas duas passagens pela Toca da Raposa, ele soma 207 jogos, com 102 vitórias, 60 empates e 44 derrotas. São 301 gols marcados e 173 sofridos. No currículo, dois títulos da Copa do Brasil e um do Mineiro.
Raniel de volta
Enquanto os titulares na vitória por 2 a 0 sobre Deportivo Lara-VEN fizeram trabalho regenerativo, os demais atletas do Cruzeiro realizaram treino técnico em campo reduzido na tarde de ontem, na Toca da Raposa II. A novidade da atividade foi o atacante Raniel, recuperado de lesão muscular na coxa direita, treinando normalmente.
Escalação
Nesta sexta-feira, o técnico Mano Menezes comandará o treino em que deverá definir o time que começará jogando domingo, contra o América, no jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro. Ele pretende mandar a campo o que tem de melhor, mas dependerá das avaliações fisiológicas de cada jogador.
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