Quando Rodriguinho recebeu assistência de Fred, aos 8 minutos do primeiro tempo, e finalizou para o fundo das redes, o Cruzeiro parecia desenhar uma goleada sobre o Deportivo Lara, em jogo válido pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores. O time celeste até criou outras chances na etapa inicial, porém caiu de produção na parte complementar e chegou a ser ameaçado pelo adversário, principalmente em chutes de fora da área. O respiro veio no último ato da partida: mais um passe de Fred, dessa vez para Jadson, que bateu colocado de pé esquerdo no ângulo direito do goleiro Salazar.

Quem orientou o Cruzeiro à beira de campo foi Sidnei Lobo, já que Mano Menezes cumpriu suspensão por causa da expulsão na partida contra o Huracán, na Argentina (vitória por 1 a 0). Em entrevista coletiva, o assistente técnico elogiou o comportamento da equipe da Venezuela e disse que o “sufoco” servirá de lição aos jogadores celestes.

“Quando nós chegamos ao estádio, os treinadores participam de uma entrevista antes do jogo. A pergunta foi a seguinte: o Cruzeiro é o favorito para esse jogo? Minha resposta foi: ‘é, o Cruzeiro é o favorito’. Está jogando em casa, é o primeiro da chave, mas não vai haver desrespeito contra o adversário. Uma equipe que, para muitos, viria só para fazer um jogo, veio para competir. A gente talvez num momento ou outro colocou isso na cabeça e teve um pouquinho de dificuldade. Jogo de Libertadores é assim. Foi bom ter vencido o jogo e que sirva de lição para os próximos jogos da Libertadores”.

Nas estatísticas, o Cruzeiro teve ligeira vantagem sobre o Lara na posse de bola (52,9% a 47,1%) e no número de finalizações (14 a 11). No segundo tempo, Fábio fez boa defesa em chute de fora da área de Yriarte, além de sair bem aos pés de David Centeno em bola dividida com Egídio.

Sidnei Lobo lembrou que no primeiro tempo o assistente número dois, Claudio Urrutia, errou ao assinalar impedimento de Marquinhos Gabriel no lance em que Fred marcaria o segundo gol. Caso a jogada fosse validada, o Cruzeiro ampliaria o placar e ficaria em situação confortável no segundo tempo, o que acabou não acontecendo. 

“Tivemos um gol mal anulado, que poderia dar uma tranquilidade maior, mas, a meu ver, a equipe teve altos e baixos. Por um momento, a equipe ficou um pouco desequilibrada e eles se aproveitaram, pois estavam taticamente bem posicionados e fizeram movimentações que nos confundiram. No geral, o que vale é vencer. Claro que sempre queremos vencer bem, mas do outro lado tem adversário. Volto a falar, eles vieram aqui e nos deram muito trabalho”.

Capitão da equipe, o volante Henrique concordou com a análise do auxiliar de Mano e citou o empate no amistoso entre Brasil e Panamá (1 a 1) como parâmetro para mostrar que equipes com menos recursos técnicos têm condições de criar empecilhos aos times considerados favoritos, desde que respeitem as obrigações táticas aplicadas por seus treinadores.

“Criamos bastante oportunidades de fazer os gols, mas não fomos efetivos como no jogo anterior (vitória sobre o Patrocinense por 5 a 0, pelas quartas de final do Mineiro). O Cruzeiro fez o seu papel, mereceu o resultado. Hoje em dia no futebol não existe mais time bobo, que você vai jogar e golear. Você vê o Panamá empatar com o Brasil. O time do Lara jogou e soube jogar, mas o Cruzeiro mereceu a vitória”.