“Ano passado a gente teve uma folga no fim de semana. Jogamos na sexta-feira e só voltaríamos a jogar a final da Copa do Brasil, no meio de semana. Aí eu chamei o Edilson e o Egídio para ir para Angra dos Reis, na casa do meu sogro. O treino era na segunda à tarde, depois mudou para segunda de manhã, voltou para tarde. Aconteceu uma confusão de horário. Saímos de Belo Horizonte com o treino segunda à tarde. Combinamos de deixar Angra segunda de manhã, chegar na Toca, almoçar e pegar o treino 15h30. Quando a gente desceu 11h30 em BH, todo mundo ligando desesperado. Itair (Machado, vice-presidente de futebol), Pedro (supervisor de futebol), todos perguntando onde estávamos. Aí a gente disse que tinha acabado de chegar e eles avisaram que o treino, na verdade, era 10h”, contou.
“Aí a gente foi direto para a Toca, treinou e depois foi conversar com o Mano. Eu, Edilson e Egídio. Aí ele descascou. Eu não vou falar o que ele falou. Primeiro ele deixou a gente esperando uns 40 minutos, ele chegou, olhou, pediu para esperar um minutinho e aí foi tomar banho e depois voltou para conversar. Depois, à noite, mandei uma mensagem para ele. Porque eu que programei tudo, eu me senti muito mal. Eu que chamei Edilson, Egídio e pareceu que a gente chegou atrasado de sacanagem no treino. E não foi. Hoje eu agradeço muito o fato de a gente ter sido campeão, porque se não cairia tudo nas minhas costas. Egídio e Edilson não tiveram culpa nenhuma”, complementou Thiago Neves.
Naquela oportunidade, o Cruzeiro venceu o Corinthians no jogo de ida, por 1 a 0, justamente com um gol de Thiago Neves. Sete dias depois, o clube celeste confirmou o título da Copa do Brasil com novo triunfo sobre os paulistas, desta vez por 2 a 1, em Itaquera. Robinho e Arrascaeta marcaram os gols da Raposa e Jadson descontou para os paulistas.
Apesar de relembrar da bronca de Mano Menezes, Thiago Neves exaltou o trabalho do treinador no comando do Cruzeiro. “Ele é o mais exigente. Ele gosta de disciplina, gosta que cumpra os horários, dentro de campo o jogador tem que ser disciplinado com ele, não pode fazer bagunça, tem que fazer a formação que ele pede. Eu já estou indo para o terceiro ano com ele. Com dois anos, já vimos que deu certo. Então não tem como nós não seguirmos a linha do Mano. Ele é um pouco diferente dos outros, que deixam o time mais solto, deixam o time jogar mais. Mas acho que a gente, sendo campeão, não tem como não seguir a linha do Mano”, analisou o camisa 10.
Atlético?
Em determinado momento da entrevista, Thiago Neves também foi perguntado se vestiria a camisa do Atlético até o fim da carreira. O meia do Cruzeiro, que já passou por Fluminense e Flamengo no Brasil, ressaltou a identificação com o clube celeste e afirmou que não defenderia o alvinegro.
“Não, acho que não jogaria no Atlético. A história que tenho no Cruzeiro é muito bonita, é muito marcante. Aqui são só os dois. No Rio tem os quatro, dá para dar uma amenizada, mas aqui não. Hoje eu não jogaria no Atlético”, finalizou.
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