O técnico Mano Menezes explicou o bate-boca que teve com Giuliano Bozzano, presidente da comissão de arbitragem da Federação Mineira de Futebol, no intervalo de Cruzeiro x Tombense, jogo deste domingo, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Mineiro. O comandante celeste se queixou do gol de Marquinhos Gabriel anulado pelo assistente número dois, Marcus Vinícius Gomes, aos 44min do primeiro tempo. Imagens de televisão mostraram que o meia cruzeirense estava na mesma linha que o último defensor adversário quando recebeu lançamento do zagueiro Fabrício Bruno e tocou por cima do goleiro Felipe Garcia.
“Hoje no fim do primeiro tempo fui chamar a atenção para o gol mal anulado. Como se diz, o bandeira de lá está com o braço engessado. E o Giuliano se alterou completamente, começou a falar alto, começou a gritar. E eu sou gaúcho, não corro de qualquer bate o pé. Fui argumentar com ele, ele disse que tinha que mandar um relatório na segunda-feira que ele respondia. Segunda-feira é tarde. Como no jogo passado contra a URT, em que nós tivemos uma penalidade máxima não marcada… segunda-feira é tarde. Tem é que dar o gol que foi gol, é isso que a gente quer, para lá e cá. Para mim foi isso que aconteceu. Até ia falar com ele, mas ele não voltou para o segundo tempo. Deve ter sido de vergonha”, afirmou Mano, que negou qualquer tipo de intenção de brigar com Bozzano. “Não chegamos de dedo em riste. Vocês estão aumentando um pouco. Estavam um pouco longe e não devem ter visto bem”.
Mano Menezes garantiu ainda que, mesmo da lateral de campo, conseguiu identificar a condição legal de Marquinhos Gabriel. Lance semelhante aconteceu aos 23min, com o meia Thiago Neves. Só que na jogada protagonizada pelo camisa 10, Marcus Vinícius Gomes acertou ao assinalar impedimento. “Vi da minha posição que não o Marquinhos Gabriel não estava impedido. Pela movimentação dos jogadores e pela experiência que se tem, um jogador para estar fora de jogo numa bola como aquela tem de estar parado à frente da linha. Todos os dois, inclusive Thiago Neves, fizeram a movimentação em velocidade. A bola caiu à frente deles, eles entraram depois da bola”.
Procurado pela reportagem do Superesportes, Giuliano Bozzano deu a sua versão para o ocorrido e garantiu que a discussão foi no calor de momento. “Ouvi parte da entrevista do Mano, realmente foi fidedigna. Ele veio me questionar dizendo que o assistente estava com o braço engessado, e eu falei para ele que realmente tinha de ser por ofício. No intervalo não há como fazer qualquer tipo de análise, não há como perceber, não usamos nenhum tipo de recurso eletrônico. Não tinha como saber se o assistente acerta ou erra. Houve uma conversa em tom um pouco mais alto porque é dentro de campo. Ele está com adrenalina alta, é normal, pois é um técnico vibrante que passa essa vibração à sua equipe. Dentro do campo de jogo às vezes não é possível usar as palavras de forma educada. Mas já estou acostumado a isso, ele também, nos conhecemos há muito tempo. O respeito por ele permanece, é um técnico multicampeão, com passagem pela Seleção Brasileira. Foi uma situação momentânea que já passou”.
No fim das contas, o lance invalidado não fez tanta diferença, pois o Cruzeiro venceu o Tombense por 2 a 0, gols de Sassá e David. No Estadual, o time soma 19 pontos, dois a menos que o vice-líder, América, e a três do líder, Atlético. As chances de terminar a fase classificatória na primeira colocação são remotas. Além de vencer Tupi (fora) e Caldense (casa), a Raposa precisará torcer por empate entre Galo e Coelho, na 10ª rodada, e por tropeços dos dois rivais diante de Tupynambás e Guarani no encerramento da primeira fase.
Se alcançar o topo da tabela no Estadual está difícil, ser o primeiro na Copa Libertadores é realidade. Nesta quarta-feira, às 19h15, o Cruzeiro receberá o Deportivo Lara da Venezuela, no Mineirão, pela segunda rodada do Grupo B. Os comandados de Mano Menezes estrearam com vitória por 1 a 0 sobre o Huracán, na Argentina, enquanto o time venezuelano empatou em casa com o Emelec, do Equador: 0 a 0.