Mano se aproxima de 200 jogos pelo Cruzeiro e mira trabalho mais longevo da carreira

O clássico entre América e Cruzeiro terá sabor especial para Mano Menezes, que completará 200 partidas à frente da equipe celeste assim que a bola rolar para o jogo de domingo, às 17h, no Independência, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro. Atualmente, o gaúcho ocupa a quinta posição do ranking dos que mais dirigiram o clube, abaixo de Ayrton Moreira (206), Niginho (256), Levir Culpi (257) e Ilton Chaves (362).

Mano está na segunda passagem pelo Cruzeiro, iniciada há dois anos e sete meses. Desde julho de 2016, quando foi contratado para substituir o português Paulo Bento, são 183 jogos, com 89 vitórias, 52 empates e 42 derrotas. No primeiro trabalho, de agosto a dezembro de 2015, foram oito triunfos, seis empates e dois reveses.

Caso cumpra o contrato até dezembro, Mano Menezes fará o trabalho mais longevo da carreira, deixando para trás os períodos no comando do Grêmio (dois anos e sete meses) e Corinthians (dois anos e seis meses). E terá ainda a chance de se projetar como segundo comandante mais duradouro da Raposa.

A filosofia de trabalho de Mano no Cruzeiro deu bons resultados, especialmente nas competições de mata-mata. O time conquistou as edições de 2017 e 2018 da Copa do Brasil, além de chegar às semifinais, em 2016, e às quartas de final da Copa Libertadores de 2018.

Entre os treinadores da Série A do Campeonato Brasileiro, Mano é o que tem maior sequência. Depois dele vêm Renato Gaúcho, no Grêmio desde setembro de 2016, Rogério Ceni, contratado pelo Fortaleza em novembro de 2017, e Odair Hellmann, efetivado no Internacional também em novembro de 2017. Os demais profissionais começaram seus respectivos trabalhos a partir de fevereiro de 2018.

Acostumado a trabalhos duradouros, Mano já havia superado a marca de 200 partidas por outro clube. No Corinthians, foram 248 em duas passagens - de janeiro de 2008 a julho de 2010 e em toda a temporada 2014. Com ele, o Timão faturou a Série B de 2008, o Campeonato Paulista de 2009 e a Copa do Brasil de 2009.

Outros técnicos em atividade na elite do futebol brasileiro também conseguiram atingir esse patamar. Luiz Felipe Scolari é provavelmente o maior exemplo. No Palmeiras são 444 jogos (216 vitórias, 119 empates e 109 derrotas) e seis títulos oficiais - os mais importantes da Copa Libertadores de 1999 e do Campeonato Brasileiro de 2018. No Grêmio, pelo qual também se sagrou campeão da Libertadores (1995), Felipão somou 371 jogos, com 172 vitórias, 101 empates e 98 derrotas.

Respeitado pelos dois maiores rivais de Minas Gerais, Levir Culpi é o segundo que mais treinou o Cruzeiro (257) e o terceiro do Atlético (306). Já Renato Gaúcho somou 202 partidas pelo Fluminense e tem, até o momento, 269 a serviço do Grêmio.

No futebol brasileiro, o recordista geral é Lula, técnico do Santos de 1954 a 1966, com impressionantes 943 jogos, segundo levantamento do site Acervo Santos FC. A geração que tinha os craques Pelé, Pepe, Coutinho, Pagão e companhia ganhou cinco edições do Campeonato Brasileiro (antiga Taça Brasil), oito do Campeonato Paulista, quatro do Torneio Rio-São Paulo, duas da Copa Libertadores e duas do Mundial de Clubes.

1- Ilton Chaves - 362 jogos, 209 vitórias, 92 empates, 61 derrotas

2- Levir Culpi - 257 jogos, 140 vitórias, 68 empates, 49 derrotas

3- Niginho - 256 jogos, 145 vitórias, 58 empates, 53 derrotas

4- Ayrton Moreira - 206 jogos, 130 vitórias, 33 empates, 43 derrotas

5- Mano Menezes - 199 jogos, 97 vitórias, 58 empates e 44 derrotas

Grêmio: abril de 2005 a dezembro de 2007 (2 anos e 7 meses)

Corinthians: janeiro de 2008 a julho de 2010 (2 anos e 6 meses)

Seleção Brasileira: julho de 2010 a novembro de 2012 (2 anos e 3 meses)

Cruzeiro: julho de 2016 até dezembro de 2019 (3 anos e 5 meses, se cumprir o contrato)

Grêmio: 169 jogos, 89 vitórias, 35 empates, 45 derrotas (59,5%)

Corinthians: 248 jogos, 136 vitórias, 64 empates, 48 derrotas (63,4%) **

Seleção Brasileira: 33 jogos, 21 vitórias, 6 empates e 6 derrotas (69,6%)