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CRUZEIRO

Minas Arena pede na Justiça bloqueio de R$12 milhões nas contas do Cruzeiro

Concessionária cobra despesas de jogos realizados entre 2016 e 2017

Redação
Mineirão é administrado pela Minas Arena desde 2012, quando o estádio foi reformado para Copa - Foto: EM/D.A. Press
A Minas Arena, concessionária responsável pela administração do Mineirão, pediu na Justiça o bloqueio de R$12,085 milhões nas contas do Cruzeiro. A companhia cobra o pagamento das despesas de jogos da Raposa realizados no estádio entre 2016 e 2017, quando o clube ainda era presidido por Gilvan de Pinho Tavares.

Em nota, a concessionária informou que a judicialização da cobrança se deu no último dia 1º. “O valor se refere ao reembolso de 70% dos custos operacionais da partida, tais como segurança, limpeza, brigadistas, entre outros”. A concessionária ainda afirmou que o Cruzeiro já estava ciente da ação na Justiça. Por meio da assessoria de imprensa, porém, o clube afirmou que soube do processo pela imprensa. Veja a nota completa dos dois lados ao fim desta reportagem.

A briga judicial entre Minas Arena e Cruzeiro já dura desde março de 2016. Na época, o valor exigido pela administradora do estádio era de R$9 milhões. Em 2013 e 2014, balanço financeiro da concessionária já indicava dívidas de R$1,64 milhão e R$3,89 milhões, respectivamente.
A antiga administração do clube, responsável pela dívida milionária, justificava o não pagamento da taxa de operação porque a operadora concedeu a isenção dessa taxa ao Atlético na decisão da Copa Libertadores contra o Olimpia-PAR, em 2013.

Desde junho de 2016, o Cruzeiro é obrigado a depositar em juízo 25% da renda líquida dos jogos realizados no Mineirão. 

Em março de 2018, a Minas Arena chegou a suspender a ação por 30 dias. Na ocasião, os dirigentes do Cruzeiro enxergaram esse ato como o primeiro passo para uma 'nova relação'. “Foi o primeiro passo para sentar e conversar, negociar tudo”, disse, em 14 de março de 2018, o então diretor de Gestão de Arena, Aristóteles Loredo. No segundo semestre, o profissional acabou desligado do Cruzeiro.

Sete meses depois, a relação voltou a ficar estremecida entre Cruzeiro e Minas Arena. Em 4 de outubro, o vice-presidente de futebol do clube, Itair Machado, questionou os preços praticados pela concessionária nos jogos da equipe celeste no Mineirão. O dirigente afirmou que a empresa estaria cometendo “um assalto diário, de dia, com o sol quente”.

Nota da Minas Arena:

"Com relação a judicialização da cobrança no último dia 1º, o Mineirão informa que o valor se refere ao reembolso de 70% dos custos operacionais das partidas referentes aos anos de 2016 e 2017, tais como segurança, limpeza, brigadistas, dentre outros. Já estavam ajuizadas as dívidas referentes aos anos de 2013, 2014 e 2015. Reuniões periódicas acontecem com o clube para tratar esta questão. A diretoria do Cruzeiro já estava ciente deste ajuizamento, pagou parte das despesas do ano de 2018 e conversa com a administração do Mineirão sobre a quitação de 70% dos custos relativos ao ano passado, conforme previsto em contrato. O Mineirão espera que a questão seja solucionada o mais breve possível e se orgulha de oferecer uma das operações mais eficientes do país, proporcionando excelentes resultados financeiros aos clubes que aqui jogam".

Nota do Cruzeiro:

"O Cruzeiro tomou conhecimento do ajuizamento da ação via imprensa, pois ainda não foi citado. Dessa forma, o Clube se manifestará oportunamente sobre o caso, quando for ciente de todos os detalhes."
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