“Eu não acredito que será o fim do atletismo do Cruzeiro. Acho que houve um desencontro de informações. O Cruzeiro tem muito orgulho pelo seu atletismo, todos os esportes especializados, e nosso presidente Wagner Pires de Sá, com certeza, vai trabalhar para que o atletismo continue”, afirmou Hermínio Lemos, depois da missa de aniversário do 98 anos do clube, no Barro Preto.
Ronaldo Granata também comentou o assunto. “Vou repetir o que o Hermínio falou: teve um desencontro de informações. Isso tudo vai ser resolvido. Tenho certeza que o presidente vai se empenhar pessoalmente nesta questão. Eu torço para que sim (continue) e vou ter outra conversa com ele (Alexandre Minardi) para que o que for possível ajudar para poder continuar.
A decisão sobre o fim da equipe pegou de surpresa o técnico Alexandre Minardi e os 25 atletas – sendo nove titulares, que recebiam salários entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil mensais. No início de dezembro, segundo Minardi, o diretor-geral Sérgio Nonato informou que os corredores teriam os contratos rescindidos em 31 de dezembro (na última segunda-feira).
A diretoria do Cruzeiro atribuiu a decisão ao corte de gastos para o próximo ano. Em 2017, o custo era de R$ 600 mil, valor que já havia sofrido redução de 40% no ano passado, fechando em R$ 360 mil (R$ 30 mil mensais). Ao Superesportes, na semana passada, Sérgio Nonato justificou: “Foi uma decisão da diretoria, pois o atletismo gerava muita despesa e não conseguíamos patrocínio. Portanto, encerramos as atividades.”
VÍDEO POLÊMICO
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Minardi criticou a diretoria do Cruzeiro, em especial Sérgio Nonato, pelo encerramento da equipe de atletismo. O conteúdo gerou desconforto dentro da cúpula do clube. A gravação foi feita durante o congresso técnico da Corrida de São Silvestre, em São Paulo.
Arrependido, Minardi esteve no Cruzeiro nesta quarta-feira, com o objetivo de entregar uma carta endereçada à diretoria pedindo desculpas pelo tom ríspido. “Eu sei que errei na minha fala em São Paulo. Venho aqui humildemente pedir desculpa ao Sérgio Nonato, diretor-geral do Cruzeiro. Também peço desculpa ao presidente Wagner, sua esposa, todos que se sentiram ofendidos. Reconheço meu erro, mas naquela hora, qualquer pessoa no meu lugar, desabafa. E ali desabafei, falei coisas que não deveria ter falado”.
Técnico do Cruzeiro há mais de três décadas, Minardi disse que vai se reunir com os diretores pela permanência do atletismo. “Hoje me sinto ex-treinador do Cruzeiro.