Superesportes

CRUZEIRO

Depois de mais de três décadas, Cruzeiro se despede das provas de rua na Corrida de São Silvestre

Técnico Alexandre Minardi lamentou fim da equipe de atletismo do Cruzeiro

Renan Damasceno
Cruzeiro realizou sua última participação em provas de atletismo nesta segunda-feira, em São Paulo - Foto: Alexandre Minardi/Arquivo pessoal
Depois de 34 anos participando das principais provas de rua do país, o Cruzeiro se despediu do atletismo na manhã desta segunda-feira, na Corrida de São Silvestre, em São Paulo. A equipe celeste, que competia desde julho de 1984, foi formada por sete corredores no masculino e uma no feminino. Entre os homens, Wellington Bezerra, o Cipó, figurou no pelotão de frente até o quinto quilômetro, mas acabou ficando para trás.

O melhor atleta celeste foi Reginaldo José da Silva, que completou o percurso em 54min, mas ficou fora dos 30 melhores. A prova foi vencida pelo etíope Belay Bezabh, em 45min03, seguido por Dawitt Adamsu, do Bahrein, com 46min06. O brasileiro mais bem colocado foi Giovani dos Santos, mineiro de Natércia, no Sul do estado, que ficou em oitavo. No feminino, a queniana Sandrafelis Tuei garantiu a vitória depois de assumir a liderança no quilômetro final do trajeto.

“Procurei incentivar o máximo possível, como sempre faço nas minhas preleções, mas todo mundo de cabeça baixa. Como um atleta vai correr a São Silvestre sabendo que a equipe acabou? Isso mexe com o atleta. Todo mundo pensando: 'para onde que eu vou? Será que vou conseguir outro emprego?' É complicado”, lamentou o técnico Alexandre Minardi. “Sou grato ao Cruzeiro, gostaria de me aposentar no clube, mas a chance de reverter (a decisão do clube) é mínima”, acrescentou.

A diretoria do Cruzeiro justificou a decisão de acabar com a equipe de atletismo ao corte de gastos para o próximo ano.
A equipe era composta por 25 atletas, sendo nove titulares que recebiam salários mensalmente. Em 2017, o custo era de R$ 600 mil. Para 2018, houve redução de 40%, fechando em R$ 360 mil (R$ 30 mil mensais).

Em entrevista ao Superesportes nessa sexta-feira, o diretor-geral do clube, Sérgio Nonato, falou a respeito do fim da equipe. “Foi uma decisão da diretoria, pois o atletismo gerava muita despesa e não conseguíamos patrocínio. Portanto, encerramos as atividades”, afirmou. “Estamos cortando custos. O atletismo gastava mais de R$ 500 mil. Não tem patrocínio. Todos os atletas já foram comunicados”, completou.

Equipe de atletismo no caminho de volta de São Paulo após participação na 94ª edição da São Silvestre - Foto: Alexandre Minardi/Arquivo pessoal
.