O presidente do Santos, José Carlos Peres, condicionou a liberação do volante Diego Pituca para o Cruzeiro ao pagamento de uma multa rescisória de R$ 50 milhões. O valor é contestado pelo agente do meio-campista de 26 anos, Adalberto Almeida. Ele alega que o valor da quebra de contrato é de R$ 8 milhões. Além disso, assegura ter chegado a um acordo com a diretoria cruzeirense para o jogador assinar vínculo de cinco anos.
Em entrevista à Rádio 98FM, de Belo Horizonte, Peres disse que o Cruzeiro não fez nenhuma consulta oficial para contratar Pituca, seja investindo na compra dos direitos ou envolvendo atletas em uma troca. Os contatos, até o momento, teriam sido feitos por Adalberto Almeida.
O Cruzeiro não quis se pronunciar sobre o interesse pelo volante do Peixe.
O Cruzeiro não quis se pronunciar sobre o interesse pelo volante do Peixe.
Pituca tem contrato com o Santos até dezembro de 2021. Logo, só um acordo entre os clubes pode viabilizar a mudança do volante da Vila Belmiro para a Toca da Raposa II.
”No caso do Diego Pituca, não tem nenhuma carta do Cruzeiro demonstrando interesse no jogador, tem o próprio empresário do jogador. O próprio empresário é que está fazendo essa força para levar o jogador para o Cruzeiro. Pra nós, não temos nenhum problema. É só ir lá e depositar a multa. Ele tem três anos de contrato ainda. (...) Diego Pituca tem uma multa de R$ 50 milhões. E se você for na Lei Pelé, R$ 48 milhões. Pagou a multa, pode levar”, disse o presidente à emissora de Belo Horizonte.
Peres insistiu que Pituca teve valorização no Santos este ano, após ser contratado para servir ao time Sub-23, e não sairá na marra. O volante conquistou a titularidade na equipe principal no decorrer do Campeonato Brasileiro. Na temporada, ele fez um gol em 39 apresentações.
Justamente por reconhecer o crescimento de Diego Pituca, o Santos ofereceu novas condições salariais ao meio-campista. Mas, para José Carlos Peres, o agente do atleta está forçando a transferência ao Cruzeiro sem que os interesses do clube sejam atendidos.
”O Santos está tentando renovação com ele desde o mês de março. Então, como o contrato é longo, mesmo assim procuramos dobrar o salário dele para fazer algo que agradasse, que tivesse o jogador feliz no elenco. Mas sempre foram colocados valores fora da realidade e o Santos não vai fazer loucura. É jogador novo, veio para o Sub-23, subiu, tem uma trajetória a percorrer. É o primeiro campeonato que ele está fazendo e nós estamos dispostos a aumentar o salário dele, mas também tem que existir o bom senso e isso tem que ser uma escadinha, degrau a degrau, não é sair de 1x para 3x, 4x mais. Então, é essa a dificuldade e esperamos ainda... Nós entendemos que o empresário não é o dono do clube, ele não é dono do clube. Embora, infelizmente, no futebol brasileiro, haja uma mudança de posição: é o empresário mandando no clube e mandando no jogador. E não é para isso que a Fifa criou essa instituição chamada empresário, intermediário. Ele não pode entrar no clube e exigir. Então, o jogador é poupado dessa discussão e entra em cena um terceiro que acha que tem que ser o que ele quer. E não. Tem que ser aquilo que o clube entende que esteja dentro da normalidade, sem fazer nenhuma loucura. Nós valorizamos bastante o Pituca, ele teve trajetória muito boa este ano, obviamente que ele tem que crescer mais e vai crescer mais, a gente aposta nisso, mas se o jogador acredita no empresário dele e acha que o empresário dele deve decidir, é muito simples: paga a multa e leva. É muito simples, futebol tem que ser simples. Para isso existe uma multa estipulada em contrato”, disse Peres à Rádio 98FM.
Ainda de acordo com o mandatário, uma possível saída de Pituca sequer foi discutida com o técnico Jorge Sampaoli. O comandante argentino, por exemplo, já vetou a saída do atacante Bruno Henrique, desejado por Cruzeiro e Flamengo. “Se houver o interesse de uma troca, tudo, eu vou passar para o Sampaoli. Se ele achar que é uma boa, eu não tenho dúvida, da minha parte sempre estou liberando”.