O Cruzeiro ficou conhecendo mais do que os primeiros adversários na Copa Libertadores de 2019 no evento realizado pela Conmebol em Luque, no Paraguai, na segunda-feira. A entidade máxima do futebol no continente anunciou também as novas cotas para os clubes, que são praticamente o dobro do pago neste ano ao campeão.
Com isso, o clube celeste sabe que poderá amealhar cerca de R$ 74 milhões se chegar ao tricampeonato sul-americano. Caso ganhe também a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, o total de premiação será de R$ 145 milhões – cerca de metade do orçamento para o ano que vem. Mas os valores não entram na conta, pois não há garantia de que irão para os cofres do time mineiro.
Neste ano, a Raposa recebeu quase R$ 61,9 milhões por ter sido campeã da Copa do Brasil. Segundo o vice-presidente executivo de futebol Itair Machado, o “dinheiro entrou e saiu”, pois foi usado para pagar a premiação dos jogadores e saldar dívidas. O mesmo destino foi reservado aos poucos mais de R$ 2 milhões recebidos da CBF pelo oitavo lugar no Campeonato Brasileiro.
O Cruzeiro acumulou prejuízos em 2016 e 2017. Em 2018, a previsão é de superávit, mas a dívida deve continuar crescendo em função dos juros e por novas ações na Justiça. O Flamengo e o Criciúma, por exemplo, cobram valores devidos pelas vendas de Mancuello e Ezequiel, respectivamente. No momento, o débito pelo argentino é de R$ 3 milhões, enquanto o do lateral-direito gira em torno de R$ 450 mil.
Se conquistar a Libertadores, a premiação será muito bem-vinda, justamente para ajudar a honrar compromissos. Os valores são bem maiores que os pagos nesta temporada – o River Plate recebeu cerca de R$ 42 milhões pelo título. Além disso, há a cota pela disputa do Mundial de Clubes, cujo campeão recebe cerca de R$ 19,4 milhões.
A essas cifras a diretoria espera agregar outras. Já estão garantidos os direitos de transmissão do Campeonato Mineiro (cerca de R$ 12 milhões) e do Brasileiro (o valor dependerá, a partir de 2019, da posição final e do número de jogos exibidos, com previsão de algo em torno de R$ 40 milhões).
Já os patrocínios dependem de negociações. Haverá busca de um novo patrocinador máster, já que a Caixa Econômica Federal sairá das camisas dos grandes clubes, segundo declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro. O contrato atual rende R$ 10 milhões anuais, além de bonificações por metas atingidas.
DESPESAS
Se as receitas podem ser grandes, as despesas também. Os dirigentes tentam reduzir a folha salarial, que neste ano ficou próximo de R$ 11 milhões mensais. Na Libertadores, os participantes arcam com todos os custos, o que faz os cruzeirenses projetarem gastos grandes para ir à Venezuela, por exemplo, onde enfrentarão o Deportivo Lara.
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