No primeiro ano sob a gestão do presidente Wagner Pires de Sá e do vice de futebol Itair Machado, o Cruzeiro contratou 10 jogadores para seu elenco. Chegaram ao clube em 2018 o lateral-direito Edilson, os laterais-esquerdos Egídio, Marcelo Hermes e Patrick Brey, os volantes Bruno Silva e Éderson, o meia Mancuello e os atacantes David, Fred e Barcos. Enquanto alguns conquistaram espaço no time, outros já estão no rol de negociáveis.
Da lista de reforços, Egídio foi o que correspondeu melhor às expectativas. Ele tomou conta de sua posição e fez boa temporada. Na Copa Libertadores, liderou o ranking de assistências, com seis passes para gols. No geral, disputou 56 partidas, ficando abaixo apenas do goleiro Fábio (62), do meia Robinho (60) e do zagueiro Leo (59).
Na lateral direita, Edilson desembarcou em Belo Horizonte respaldado pela passagem vitoriosa no Grêmio, pelo qual sagrou campeão da Copa do Brasil, em 2016, e da Copa Libertadores, em 2017. Por causa de lesões, acabou revezando a titularidade na Raposa com Lucas Romero. Ainda assim, colaborou em momentos decisivos, dando assistência para Arrascaeta fazer o primeiro gol cruzeirense na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, pelo jogo de volta da final do Campeonato Mineiro, que valeu a conquista do 37º título estadual. No Brasileiro, o camisa 22 marcou um bonito gol de falta diante do Botafogo, no Engenhão, pela 23ª rodada (empate por 1 a 1).
Os outros dois laterais não tiveram tanto espaço no grupo. Marcelo Hermes, cedido pelo Benfica, até balançou a rede na estreia, na vitória por 2 a 0 sobre o Democrata, em 9 de fevereiro, pelo Campeonato Mineiro. Depois, estagnou na reserva de Egídio. Na final da Copa do Brasil, contra o Corinthians, acabou preterido por Mano Menezes, que preferiu colocar Lucas Romero para suprir a ausência do camisa 6, suspenso. Já Patrick Brey, contratado ao Tupi, ganhou mais chances apenas na reta final do Brasileiro, quando o Cruzeiro escalava jogadores reservas.
Entre os meios-campistas, Mancuello foi comprado ao Flamengo por R$ 6 milhões (60% dos direitos econômicos) e não vingou. O Cruzeiro, que ainda deve a metade do valor ao rubro-negro, negociará o argentino. San Lorenzo e Independiente estão interessados. Bruno Silva, adquirido ao Botafogo também por R$ 6 milhões (80%), esteve longe de repetir o futebol que o colocou entre os melhores volantes do Brasil. Hoje, é tratado como moeda de troca. Já o jovem Éderson, de 19 anos, está emprestado pelo Desportivo Brasi-SP até julho de 2019, com 50% dos direitos econômicos fixados. Ele participou de cinco jogos.
No ataque, Fred assinou com o Cruzeiro em 23 de dezembro de 2017, um dia depois de rescindir seu contrato com o Atlético. Em seu nono jogo na temporada – vitória por 2 a 1 sobre o Tupi, pela semifinal do Mineiro, no dia 25 de março –, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e parou por seis meses. Recuperado em setembro, marcou três gols na reta final do Brasileiro e deu indícios de que poderá render bem em 2019.
Fora das quatro linhas, Fred foi condenado na última terça-feira pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) a pagar R$ 10 milhões ao Atlético justamente por ter se transferido para o Cruzeiro. A multa ao jogador estava prevista na ruptura contratual com o ex-clube, caso ele assinasse com o rival. Por entender que a sanção é um cerceamento ao direito do trabalho, a diretoria celeste recorrerá da decisão.
O também atacante David, ex-Vitória, teve 70% dos direitos econômicos comprados pelo Cruzeiro por R$ 10 milhões. Uma lesão muscular na coxa direita atrasou em quase quatro meses a preparação do jogador, que só estreou pela equipe no Campeonato Brasileiro (derrota por 1 a 0 para o Fluminense, pela segunda rodada, em 22 de abril). A comissão técnica acredita que, com treinamento adequado na pré-temporada de 2019, o jovem de 23 anos mostrará grande futebol e dará alegrias à torcida.
Por fim, o centroavante Hernán Barcos, contratado em julho para suprir as ausências dos então lesionados Fred e Sassá, terá pouco mais de seis meses para provar que merece seguir na Toca 2. Embora tenha sido decisivo na semifinal da Copa do Brasil, ao marcar os dois gols contra o Palmeiras (vitória por 1 a 0, no Allianz Parque, e empate por 1 a 1, no Mineirão), o Pirata encerrou o segundo semestre com apenas três tentos em 24 partidas e deve iniciar a temporada 2019 na reserva.
Para o ano que vem, segundo o vice-presidente de futebol Itair Machado, o Cruzeiro fará menos contratações, concentrando-se exclusivamente posições de maior carência. Diretoria e comissão técnica monitoram opções para a lateral-direita, a lateral-esquerda, o meio-campo e o ataque. Alguns nomes foram comentados, como os de Dodô, da Sampdoria-ITA, e Bruno Henrique, do Santos.
“Nós vamos fazer quatro contratações pontuais, que é um lateral-direito, um lateral-esquerdo, um atacante de beirada e vamos contratar um meia para fazer sombra para o Thiago Neves. Agora, como a gente tem uma boa equipe, estamos esperando uma boa oportunidade de mercado principalmente para usar a troca. Então eles estão especulando os atletas do Cruzeiro”, afirmou o dirigente, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Ao mesmo tempo em que se preocupa em reforçar o grupo, o Cruzeiro pretende manter a base bicampeã da Copa do Brasil em 2017 e 2018. O meia Thiago Neves foi procurado por Grêmio e Corinthians, enquanto Arrascaeta é observado por equipes do mercado europeu e da China. Dedé, Leo, Lucas Romero, Robinho, Rafinha, Raniel e Sassá também interessam a outros times.