O Cruzeiro priorizou as competições de mata-mata em 2018 e deixou o Campeonato Brasileiro em segundo plano. Na Copa Libertadores, chegou às quartas de final, sendo eliminado pelo Boca Juniors com derrota por 2 a 0, na Bombonera, e empate por 1 a 1, no Mineirão. Na Copa do Brasil, sagrou-se campeão ao vencer por duas vezes o Corinthians: 1 a 0, em Belo Horizonte, e 2 a 1, em São Paulo. Por conta disso, o técnico Mano Menezes poupou vários titulares em partidas da Série A, interferindo no rendimento da equipe, que ocupa atualmente a oitava posição, com 49 pontos (13 vitórias, 10 empates e 12 derrotas). Um dos quesitos afetados foi o número de gols: apenas 31 em 35 rodadas. Consequentemente, o desempenho individual também é modesto. O artilheiro cruzeirense na elite nacional é o meia Arrascaeta, com seis gols. Raniel, com quatro, aparece em segundo. Thiago Neves, Rafael Sobis e Dedé marcaram três vezes cada.
O baixo índice pode ser explicado justamente pelo rodízio constante na escalação. Além de ganhar descanso durante o Campeonato Brasileiro, quando o time estava em vias de disputar alguma partida por Copa do Brasil ou Libertadores, Arrascaeta se ausentou em virtude de convocações à Seleção Uruguaia. Por essa razão, ele desfalcará o grupo no duelo contra o Vitória, às 21h45 desta quarta-feira, no Mineirão, pela 36ª rodada. O camisa 10 já não havia enfrentado São Paulo, nesse domingo (derrota por 1 a 0, no Morumbi), e Corinthians, na última quarta (vitória por 1 a 0, no Mineirão). Nesses compromissos, o auxiliar Sidnei Lobo, substituto de Mano Menezes (de licença médica), escolheu David para cumprir o papel do uruguaio.
Arrascaeta jogou 19 vezes neste Campeonato Brasileiro, sendo 13 desde o início e seis entrando no intervalo ou no decorrer do segundo tempo. Os seis gols foram feitos por ele na condição de titular. David e Rafinha, seus suplentes, estão bastante aquém nesse quesito. Enquanto o primeiro anotou somente um tento em 16 presenças, o segundo segue em branco após 18 aparições na competição.
Entre os centroavantes, Raniel é quem obteve melhores números: quatro gols em 30 jogos (11 como titular). Sassá, por sua vez, tem dois gols em 14 rodadas. Barcos também jogou 14 vezes, com um tento assinalado. Já Fred, que ficou afastado dos gramados por seis meses por causa de grave lesão no joelho direito, disputou quatro partidas na Série A e somou um gol.
Assim que retornar da Seleção do Uruguai e ficar novamente à disposição da comissão técnica do Cruzeiro, Arrascaeta teria que contabilizar três gols nas duas últimas rodadas, contra Flamengo (casa) e Bahia (fora), para superar os números alcançados pelo atacante Thiago Ribeiro no Campeonato Brasileiro de 2010: oito gols em 35 jogos. Em 2016, o próprio Arrascaeta fez nove gols em 31 partidas. Os demais artilheiros celestes por edição nos pontos corridos marcaram no mínimo 10 vezes. Destaques para Alex, craque do time campeão de 2003, com 23 gols em 38 jogos, e Guilherme, que chegou a 18 bolas na rede em 32 apresentações em 2008.
Atacantes já renderam mais
Os próprios jogadores de ataque do Cruzeiro estão em baixa em relação ao que já renderam no passado. Fred, por exemplo, conquistou a artilharia do Campeonato Brasileiro em três oportunidades: 20 gols em 2012, 18 em 2014 e 14 em 2016. Na história da competição, tem 140 gols em 257 partidas, números que o deixam na quarta colocação entre os maiores goleadores de sempre do torneio (atrás de Edmundo, 153; Romário, 154; e Roberto Dinamite, 190).
Em 2005, quando atuava pelo Internacional, Rafael Sobis fez 19 gols em 35 jogos e ajudou o time a ser vice-campeão. Na Série A de 2016, Sassá marcou 12 vezes em 26 apresentações vestindo a camisa do Botafogo, enquanto Barcos contabilizou 14 gols pelo Palmeiras, em 2012 (29 jogos), e 14 a serviço do Grêmio, em 2014 (32 jogos).
Artilheiros do Cruzeiro em cada edição do Brasileiro (desde 2003)
2018 – Arrascaeta – 6 gols (19 jogos)
2017 – Thiago Neves – 11 gols (33 jogos)
2016 – Arrascaeta – 9 gols (31 jogos)
2015 – Willian – 11 gols (30 jogos)
2014 – Ricardo Goulart – 15 gols (26 jogos)
Marcelo Moreno – 15 gols (32 jogos)
2013 – Borges – 10 gols (24 jogos)
2012 – Wellington Paulista – 10 gols (27 jogos)
2011 – Montillo – 12 gols (34 jogos)
2010 – Thiago Ribeiro – 8 gols (35 jogos)
2009 – Wellington Paulista – 14 gols (24 jogos)
2008 – Guilherme – 18 gols (32 jogos)
2007 – Roni – 12 gols (31 jogos)
2006 – Wagner – 11 gols (32 jogos)
2005 – Kelly – 16 gols (39 jogos)
2004 – Fred – 14 gols (24 jogos)
2003 – Alex – 23 gols (38 jogos)