Se depender do vice-presidente de futebol do Cruzeiro, o contrato de patrocínio da Caixa Econômica Federal não será renovado pelo clube em 2019. De acordo com Itair Machado, em entrevista ao Superesportes, o vínculo com a instituição financeira “não é tão importante” e requer uma contrapartida “muito pesada”. O atual acordo com a estatal, de cerca de R$10 milhões além de bonificações por títulos conquistados, tem duração até o fim desta temporada.
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“Acredito que não (vamos renovar). Se fosse para o Itair definir, não é minha área, eu não seguiria”, disse. “Por incrível que pareça, o patrocínio da Caixa não é tão importante assim. É um patrocínio de R$ 10 milhões, mas vai receber R$ 3 milhões apenas em janeiro. E você tem que estar rigorosamente em dia com os impostos. Dificilmente um clube consegue ficar em dia. Hoje, o Cruzeiro até está em dia, pelo que acompanho do financeiro. Mas você tem que ficar pagando imposto para receber da Caixa, sendo que o imposto pode entrar no fim do ano, por meio do REFIS. Então não vejo o patrocínio da Caixa como primordial para os clubes brasileiros. A contrapartida é muito pesada”, explicou o vice-presidente de futebol.
Ainda de acordo com Itair Machado, o diretor de marketing, Renê Salviano, assumiu interinamente o departamento comercial e já busca novas soluções para o espaço mais nobre da camisa do Cruzeiro. “O clube tem vários mercados, já está buscando o patrocínio máster. O Renê assumiu interinamente agora o departamento comercial. É da área, já está atrás de várias empresas. Acredito muito que o Cruzeiro, pela exposição que teve este ano, terá bons patrocinadores em 2019”, projetou o dirigente.
A Caixa Econômica Federal estampa sua marca na camisa do Cruzeiro desde 2016. Nesta temporada, acertou um contrato de R$10 milhões em acordo assinado no último mês de abril. Com bonificações pela conquista da Copa do Brasil, o Cruzeiro embolsou mais R$500 mil.
Além da Caixa, estampam suas marcas no uniforme do Cruzeiro a rede Supermercados BH (manga), a Cemil (omoplata), a ABC da Construção (calção), a Orthopride (costas da camisa), e a Uber (outra parte do calção).
“O que o grupo chinês quer é inviável para o Cruzeiro. Ele (Marco Antônio Lage, ex-vice-presidente executivo) apresentou a proposta ao Serginho (Sérgio Nonato, diretor-geral), na qual o clube pagará durante quatro anos R$ 13 milhões por ano. Em compensação, o clube (administrado pela Ledman) vai lá, escolhe 10 jogadores da base e fica com 50% de cada. Isso não é proposta. O futebol tem que ser feito de realidade”, explicou o vice de futebol.
A Ledman já investe no futebol há algum tempo. Na China, gerencia o Shenzhen Ledman F.C, que disputa a terceira divisão do país. Em Portugal, a companhia investiu 6 milhões de euros (R$22 milhões) para comprar o naming rights da segunda divisão local. O torneio passou a se chamar Ledman Liga Pro. No país europeu, a multinacional ainda enviou atletas e treinadores chineses para intercâmbio profissional e instalou telões de LED nos estádios. Na Oceania, o grupo é responsável pela administração do Newcastle Jets. O clube disputa a primeira divisão do torneio local e estampa a marca da Ledman no espaço mais nobre do uniforme.