
Ao fim da temporada de 2007, a diretoria do Cruzeiro, na época, decidiu não renovar o contrato de Dorival Júnior, que havia classificado o clube celeste à Copa Libertadores do ano seguinte. Os dirigentes, então, estabeleceram Mano Menezes como alvo principal. O técnico, no entanto, acabou optando por treinar o Corinthians. A Raposa, por sua vez, contratou Adilson Batista. Quase 11 anos se passaram, e Mano revelou o motivo de ter aceitado o projeto de comandar o Timão na Série B, ao invés de disputar uma Libertadores pelo time azul e branco.

Mas os caminhos de Cruzeiro e Mano Menezes se encontraram em setembro de 2015. Com a demissão de Vanderlei Luxemburgo, o treinador gaúcho foi chamado para treinar o Cruzeiro. O responsável pelo convite foi Benecy Queiroz, hoje supervisor administrativo do clube celeste.
“Ninguém sabe, mas a primeira pessoa que fez o contato comigo na minha primeira passagem foi ele (Benecy). Depois outros surgiram como padrinho, mas ele me ligou, me ofereceu um salário e eu aceitei. É uma pessoa importantíssima”, revelou Mano.
Mano ficou apenas três meses no Cruzeiro, até aceitar a oferta do Shandong Luneng, da China, em dezembro. O treinador foi demitido do clube oriental em maio. Dois meses depois, o português Paulo Bento tinha sua saída acertada da equipe celeste, o que abriu o caminho para Mano retornar a Belo Horizonte. Desde então, conquistou duas Copas do Brasil pelo time mineiro. Mas a trajetória quase foi interrompida em outubro do ano passado, quando o Palmeiras procurou o técnico.
“Palmeiras me procurou. Enviou pessoas autorizadas. A única diferença do que foi noticiado é que não teve negociação. O Palmeiras manifestou o interesse através dessas pessoas, e eu respondo o seguinte: vou conversar com a nova direção do Cruzeiro primeiro. Dependendo do que eu conversar com eles, podemos voltar a nos falar. Se eu achar que o Cruzeiro está falando o que eu gosto, não só a questão financeira, aceitaria. Mas o principal é que teríamos um time que brigaria por títulos. O torcedor quer ser campeão. Foi isso que a direção do Cruzeiro me disse, respondi ao Palmeiras e renovei com o Cruzeiro”, afirmou.
Surpresa com Dedé
Uma das questões que Mano precisou administrar no Cruzeiro foi o retorno do zagueiro Dedé. O defensor sofreu lesões nos dois joelhos e teve a sequência bastante prejudicada entre outubro de 2014 e dezembro de 2017, com apenas 12 partidas disputadas nesse período. Ele voltou a jogar em fevereiro deste ano em alto nível, sendo lembrado pelo técnico Tite na lista de suplentes da Copa do Mundo da Rússia e na primeira convocação após o Mundial.

“Não (esperava). Tinha dúvida, tinha muita dúvida sobre ele jogar nesse nível. Voltar, teve um momento em que tivemos uma apreensão muito grande. Acreditávamos muito, os médicos acreditaram muito, ele teve uma força de vontade extraordinária, mas voltar a ponto de conseguir ir para a Seleção Brasileira, eu não acreditava”, concluiu.