Os últimos sete dias foram de muita correria para o meia Arrascaeta. Na última terça-feira (16/10), ele representou o Uruguai no amistoso contra o Japão (derrota por 4 a 3), na cidade nipônica de Saitama. Em seguida, retornou às pressas para o Brasil, onde teria a missão de ajudar o Cruzeiro no segundo jogo da final da Copa do Brasil, diante do Corinthians, em São Paulo. Cinco horas antes da partida, marcada para as 21h45 do dia 17 (quarta-feira), juntou-se à delegação e ficou como opção no banco de reservas. Na etapa complementar, o jogador entrou no lugar de Rafinha, aos 21min, e precisou de pouco tempo para fazer o segundo gol celeste no Itaquerão (2 a 1), após assistência de Raniel e toque sutil por cima do goleiro Cássio. Nesse domingo, Arrascaeta balançou a rede mais uma vez, na vitória por 3 a 0 sobre a Chapecoense, no Independência, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Bem posicionado, aproveitou-se de rebote de Jandrei em chute de Barcos e cabeceou a redonda para o fundo das redes. Com faro de artilheiro, o camisa 10 da Raposa chegou ao 13º gol em 44 partidas na temporada. A média de 0,29 é a mais alta desde sua chegada ao clube, em janeiro de 2015.
Em seu primeiro ano na Toca, Arrascaeta marcou nove gols em 43 partidas (média de 0,21). Nas temporadas seguintes, mostrou evolução, com média de 0,26 em 2016 (14 gols em 53 jogos) e de 0,27 em 2017 (12 gols em 44 jogos).
Nesta quarta-feira, o Cruzeiro enfrentará o Ceará, no Mineirão, a partir das 19h30, em jogo atrasado da 27ª rodada. Embora Mano Menezes ainda não tenha confirmado a escalação, a tendência é que o uruguaio siga como titular e tenha a chance de melhorar suas estatísticas num estádio onde costuma se dar bem. Com 29 gols em 92 jogos, Arrascaeta é o maior artilheiro cruzeirense no Gigante da Pampulha desde sua reinauguração, em fevereiro de 2013.
Outro dado relevante para o camisa 10 é a boa possibilidade de, ainda em 2018, alcançar o 50º gol com a camisa azul. Até o momento, são 48 em 184 jogos, além de 36 assistências. Houve, portanto, participação direta em 84 gols. No ranking de maiores artilheiros da história do Cruzeiro, ele está em 46º.
Caso chegue ao 50º tento nesta temporada, Arrascaeta se igualará ao ex-ponta direita Nogueirinha (1939 a 1947) na 44ª posição entre os goleadores do clube. Considerando somente os atletas em atividade no futebol, apenas Wellington Paulista (75), Fred (57) e Thiago Ribeiro (49) somaram mais gols que o gringo.
Ao avaliar a importância de os meias sempre entrarem na área para darem mais opção ao time, o técnico Mano Menezes elogiou especificamente Thiago Neves, Arrascaeta e Robinho.
“A importância de o meia pisar na área é porque ele vai ser uma companhia importante para ajudar o centroavante a compartilhar a marcação. Quando você faz uma jogada de lado de campo e cruza na área e você só tem um e o adversário às vezes tem três. Hoje o volante entrava pra ser mais um jogador pra defender, quase que nunca você ganha a bola, porque eles têm dois na sobra e um pra marcar o seu centroavante. Quando você tem dois às vezes já está dois para dois. E aí o atacante leva a vantagem pra fazer a jogada. E esse jogador tem que ser um meia. Antigamente as equipes jogavam com dois atacantes. Muitas equipes jogavam com duas linhas de quatro ou, às vezes, três jogadores: um meia centralizado e mais dois. Hoje quase invariavelmente se joga 4-2-3-1, ou, às vezes 4-3-3. Então se esse meia não entrar lá para ajudar é difícil pra você concluir, pra ter superioridade numérica dentro da área. E não adianta chegar com poucos. Você tem que acertar a cabeça de um jogador que você tem lá. Tem que acertar o passe naquele jogador que você tem lá. Aí é tudo muito mais difícil. Então é obedecer às características dos jogadores. Thiago Neves é esse jogador mais do que todos os outros. Ele é o nosso antigo ponta de lança, é o jogador que entra na área, o cara que define bem. Arrascaeta já é um pouquinho menos, mas também posiciona muito bem. A bola procura, né, como a gente fala na gíria do futebol. Robinho menos do que os três, porque é mais armador. Então quando nós temos o time completo com aquilo que nós imaginamos para a temporada a tendência é fazer mais gols. Terminar, fazer o acabamento de uma forma de qualidade melhor”.
Assim como Arrascaeta, Thiago Neves e Robinho contabilizam boa quantidade de gols pelo Cruzeiro. O primeiro marcou 31 vezes em 107 partidas (média de 0,28). Já o segundo foi às redes por 21 oportunidades em 119 apresentações (0,17).