“A Praça Sete virou Praça Seis!”. Dedé, zagueiro do Cruzeiro, levou os mais de 20 mil torcedores à loucura com essa declaração. “Uh, é Praça Seis! Uh, é Praça Seis!”, respondeu a multidão. Localizado nas avenidas Afonso Pena e Amazonas, o marco zero de Belo Horizonte recebeu o "novo nome" em alusão ao hexa da Copa do Brasil, conquistado pelo time celeste nessa quarta-feira com vitória sobre o Corinthians por 2 a 1, em São Paulo, pelo jogo de volta da decisão. Maior campeão isolado do torneio, o clube mineiro acumulou R$ 61,9 milhões em prêmio e garantiu vaga na fase de grupos da Copa Libertadores de 2019.
Iniciada na madrugada, a comemoração foi estendida durante o dia. Houve recepção aos jogadores no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, carreata na Avenida Antônio Carlos, uma das principais de BH, e desfile no caminhão do Corpo de Bombeiros. O foguetório em várias partes da capital, os buzinaços e o trânsito complicado em vias movimentadas definitivamente pararam a cidade. O clima de sábado ensolarado de carnaval tomou conta de uma quinta-feira chuvosa na parte da manhã e nublada à tarde.
Em Confins, cerca de 500 torcedores acompanharam o desembarque. O zagueiro Leo segurou a taça e posou para fotos com os cruzeirenses. Na sequência, por volta das 14h, os integrantes da delegação foram divididos em dois ônibus e percorreram 35 quilômetros até o 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros, no Bairro São Francisco, em Belo Horizonte. Lá, jogadores, comissão técnica, dirigentes e convidados subiram em um trio elétrico e iniciaram a carreata até o Centro. O cortejo de seis quilômetros foi seguido por torcedores e escoltado por policiais militares. Quem transitava pelo local sem participar da comemoração precisou ter muita paciência, já que o veículo gastou quase quatro horas no trajeto rumo ao Centro.
À espera dos ídolos, os cruzeirenses começaram a se aglomerar na Praça Sete e fecharam o trânsito nos dois sentidos. A chuva deu uma trégua. O sol até surgiu para acalorar a multidão. Enquanto isso, vendedores ambulantes aproveitavam para faturar. Um latão de cerveja saía por R$ 5. Já a faixa de campeão era comercializada por R$ 8 a R$ 10. Havia também venda de camisas, raposas de pelúcia, comida e até mesmo de lugar 'privilegiado' para assistir à festa. Homens cobravam R$ 5 para o acesso à varanda de um edifício localizado na esquina da Avenida Afonso Pena com Rua dos Carijós.
Goleiro Fábio segura o troféu da Copa do Brasil, o terceiro de sua trajetória pelo Cruzeiro - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
Trânsito na Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, foi fechado nos dois sentidos - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
O trio elétrico do Cruzeiro, que passou pela Avenida dos Andradas, em frente à Praça da Estação, chegou à Praça Sete às 18h. O zagueiro Dedé, eleito o melhor jogador da partida contra o Corinthians, e o armador Robinho, autor do primeiro gol, foram os 'porta-vozes' do grupo. “Temos o melhor e o segundo melhor goleiro do Brasil”, disse Dedé, referindo-se a Fábio e Rafael. Na celebração houve espaço para cutucadas ao rival Atlético. Por volta das 18h30, o veículo com os jogadores deixou o Centro e foi para a sede administrativa do Barro Preto, ao lado do parque esportivo celeste, onde houve queima de fogos.