Se há uma semana a torcida do Cruzeiro deixava o Mineirão triste em função do empate por 1 a 1 com o Boca Juniors, que eliminou o time nas quartas de final da Copa Libertadores, a noite desta quarta-feira terminou em festa. Diante de mais de 53 mil torcedores, o meia Thiago Neves fez justiça à fama de sempre brilhar em decisões e chamou a responsabilidade no confronto de ida da decisão da Copa do Brasil, contra o Corinthians. Ele marcou o gol da vitória cruzeirense, aos 45min do primeiro tempo, ao cabecear a bola cruzada pelo lateral-esquerdo Egídio. Também foi responsável por um chute na trave, aos 34min da etapa inicial, e de assistências precisas para Henrique e Dedé quase balançarem a rede em finalizações de cabeça.
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A grande atuação de Thiago Neves teve todo um sistema por trás. Enquanto o incansável Rafinha corria pelo lado esquerdo, dando trabalho à marcação de Fagner, os volantes Henrique e Ariel Cabral – surpresa de última hora de Mano – contabilizavam inúmeras intervenções no meio-campo, dando o menor espaço possível aos paulistas. Prova disso é que o goleiro Fábio não fez uma defesa sequer em 90 minutos. Cássio, por sua vez, trabalhou bem tanto na primeira quanto na segunda parte.
Na próxima quarta-feira, às 21h45, na Arena Corinthians, Raposa e Timão escrevem o segundo capítulo da final da Copa do Brasil. Ao Cruzeiro, um simples empate basta para alcançar o sexto troféu e se tornar o maior vencedor da história da Copa do Brasil.
O jogo
Mais do que apagar o amargo sabor da eliminação para o Boca Juniors na Copa Libertadores, o Cruzeiro queria fazer um bom resultado dentro de casa para sair à frente do Corinthians na decisão da Copa do Brasil. Ao divulgar a escalação, o técnico Mano Menezes promoveu uma surpresa: o argentino Ariel Cabral no lugar de Lucas Silva. Além dessa mudança, o meia Rafinha entrou na vaga de Arrascaeta, convocado para representar a Seleção do Uruguai nos amistosos contra Coreia do Sul (12/10) e Japão (16/10).
A torcida celeste pode até ter ficado temerosa pela ausência do camisa 10, mas, assim que a bola rolou, a confiança no triunfo foi retomada. Tudo porque o meia Thiago Neves, outrora criticado em função da temporada oscilante em 2018, mostrou o bom futebol que o fez ganhar rótulo de ‘cara das decisões’ em outros carnavais. Desde os primeiros minutos, ele procurou participar da construção de ataques, servindo de referência para os laterais Egídio e Edilson e os ‘pontas’ Robinho e Rafinha. Aos 18min, Thiago carregou a bola na intermediária e chutou rasteiro, exigindo rebote de Cássio. Na sequência do lance, cabeceou por cima após cruzamento de Edilson.
Enquanto Thiago Neves tinha liberdade para pensar, virar a bola e até mesmo prendê-la, o Corinthians encontrava dificuldades diante do bom posicionamento da marcação cruzeirense. Grande parte das tentativas de avanço do Timão em jogadas pelo meio foi desarmada pelos volantes Henrique e Ariel Cabral. Se a alternativa era recorrer às beiradas, com Ángel Romero e Clayson, lá estavam Egídio e Edilson preparados para o combate. Num beco praticamente sem saída, o Corinthians, em determinados momentos, procurou alongar o passe. Mas aí apareciam Dedé e Leo, sem cerimônias, para afastar o perigo com chutões e fortes cabeceios.
Se o Corinthians não conseguia criar, o Cruzeiro voltou a ir para cima.
O Cruzeiro continuou com a posse de bola no campo ofensivo. Quando a primeira parte entrou para os acréscimos, o árbitro Anderson Daronco adicionou seis minutos. Tempo suficiente para, enfim, arrancar o grito de gol da multidão vestida de azul. Aos 45min, Thiago Neves acertou boa inversão de bola para Egídio, que chamou Ángel Romero para dançar e deixou o paraguaio na saudade. Na linha de fundo, o camisa 6 cruzou sem muita força, no segundo poste. Thiago Neves, o mesmo que iniciou a jogada, correu em direção à área, cabeceou a redonda e contou com desvio no zagueiro Henrique para fazer 1 a 0.
Com a vantagem no placar, o Cruzeiro voltou tranquilo para o segundo tempo, enquanto o Corinthians seguiu esbarrando na aplicação tática dos comandados de Mano Menezes. Na tentativa de mudar o panorama da primeira final, o técnico Jair Ventura recorreu ao banco de reservas, colocando Pedrinho e Araos nos lugares de Clayson e Mateus Vital. Nada adiantou.
A última cartada de Jair Ventura no Corinthians foi o veterano Emerson Sheik, de 40 anos, no lugar do também experiente Jadson, de 35. No Cruzeiro, Mano Menezes apostou no fôlego renovado dos garotos Raniel, de 22, e David, de 23, como substitutos dos rodados Barcos, de 43, e Thiago Neves, de 33. No fim das contas, os jogadores que entraram travaram divididas e disputas ríspidas nas intermediárias. Não houve qualquer lance de perigo nos instantes finais. Os paulistas ainda perderam Araos, expulso, depois de uma falta por trás em Robinho. Melhor para o Cruzeiro, que assegurou o 1 a 0 e está em vantagem no duelo de volta, na próxima quarta-feira, na Arena Corinthians.
CRUZEIRO 1X0 CORINTHIANS
CRUZEIRO
Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Ariel Cabral; Robinho, Thiago Neves (David, aos 36min do 2ºT) e Rafinha (Rafael Sobis, aos 43min do 2ºT); Barcos (Raniel, aos 30min do 2ºT). Técnico: Mano Menezes
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Gabriel e Ralf; Ángel Romero, Jadson (Emerson Sheik, aos 36min do 2ºT), Mateus Vital (Araos, aos 21min do 2ºT) e Clayson (Pedrinho, aos 15min do 2ºT). Técnico: Jair Ventura
Gol: Thiago Neves, aos 45min do 1ºT (CRU)
Cartões amarelos: Thiago Neves, aos 15min, Egídio, aos 26min, Henrique, aos 32min do 2ºT (CRU); Leo Santos, aos 38min, Jadson, aos 42min do 1ºT (COR)
Cartão vermelho: Araos, por receber amarelos aos 42 e 47min do 2ºT (COR)
Motivo: jogo de ida da final da Copa do Brasil
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Árbitro: Anderson Daronco (FIFA/RS)
Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha Matos (FIFA/BA) e Fabrício Vilarinho da Silva (FIFA/GO)
Árbitro de vídeo: Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO)
Pagantes: 46.308
Presentes: 53.368
Renda: 4.169.226,70
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