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'Atacar' e 'correr riscos' calculados: as estratégias do Cruzeiro contra o Boca

Time celeste precisa vencer rival argentino por três gols de vantagem

postado em 03/10/2018 17:32 / atualizado em 03/10/2018 18:11

Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.
O Cruzeiro que enfrentará o Boca Juniors na noite desta quinta-feira, no Mineirão, não poderá ser o do Campeonato Brasileiro, com apenas 22 gols em 27 rodadas, e nem o da Copa do Brasil, que não venceu uma partida sequer por três tentos de diferença. A postura da equipe terá de ser semelhante às dos massacres sobre Universidad de Chile (7 a 0, no Mineirão) e Vasco (4 a 0, em São Januário), pela fase de grupos da Copa Libertadores. Claro que haverá cuidado na retaguarda, pois o jogo é de mata-mata e os argentinos ganharam a partida de ida por 2 a 0, na Bombonera, em Buenos Aires. Ao avaliar as estratégias da equipe, o técnico Mano Menezes garantiu a busca constante pelo ataque e o ‘risco calculado’ diante de um rival que pode complicar a situação no Gigante da Pampulha caso faça um gol.


“O Cruzeiro vai atacar. Por mais que isso possa ser surpreendente para vocês, o Cruzeiro vai atacar. Precisa atacar. É a hora de atacar. É a hora de determinados momentos correr riscos. Vamos correr riscos de maneira organizada, correr riscos que nos aproximem mais dos nossos objetivos do que o contrário. Mas jogo de futebol depende de competência de execução. Quem for mais competente é que vai fazer o resultado”.

Teoricamente, o Boca entrará em campo na zona de conforto. Se balançar a rede uma vez, o Cruzeiro precisará marcar no mínimo quatro. E assim sucessivamente. Mano Menezes arma estratégias para evitar que os argentinos sejam frios a ponto de ficarem apenas com a bola no pé. Uma das alternativas é fazer com que os meio-campistas pressionem a saída do time adversário, como foi feito na vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, no dia 8 de agosto, pelo confronto de ida das oitavas de final.


“Precisamos tirar o adversário da zona que ele quer ficar. Esse sempre é uma estratégia necessária quando você vai enfrentar um adversário que tem uma vantagem. Você não pode deixar ele levar o jogo como ele quer. Esse é o primeiro ponto importante em termos de estratégia. Como nós vamos fazer isso é que estamos treinando durante a semana para fazer bem feito. Como vamos pressionar o meio-campo para que eles não toquem a bola, e eles tocam a bola muito bem, é um time que tem posse, qualidade para fazer isso. Como vamos pressionar esse meio-campo? Vamos ter que tirar algum jogador de algum lugar diferente, colocar em outro lugar. De onde vamos tirar esse jogador para não correr riscos de levar contra golpe, levar ataques nas costas dos nossos defensores? Esse é o outro caminho que temos que encontrar. Estamos trabalhando de maneira diferente várias vezes. Primeiro momento, isso tem que ser feito dentro de uma lógica, dentro de uma coerência maior. No último momento pode ser feito no coração, na emoção, porque o futebol pode exigir isso. E já vimos muitas vezes dar certo de um jeito ou de outro jeito. Não podemos ser o time de uma nota só. Pode requerer uma sinfonia mais complexa”.


Diante da necessidade cruzeirense em alcançar três gols (sem sofrer nenhum) para não depender de uma eventual disputa por pênaltis, virá o Boca Juniors com o propósito de ‘catimbar’ no Mineirão? Mano Menezes não acredita nessa hipótese. “O adversário que temos pela frente é um grande adversário e mostra isso sempre que é exigido deles. Não espero uma equipe que se omita de jogar. É uma equipe que sabe jogar fora de casa, tem qualidade para jogar fora de casa. Mas precisamos bater essa equipe do jeito que ela vier. As escolhas deles pertence a eles. Vamos fazer as nossas para superar esse adversário que temos pela frente”.

Virou rotina no Cruzeiro fechar os treinamentos nas vésperas dos jogos, sejam de caráter decisivo ou não. Nesta quarta-feira não foi diferente. Mas Mano Menezes deu pistas da equipe titular para enfrentar o Boca. “Vocês sabem qual é o time, o torcedor do Cruzeiro sabe qual é o time”. Com todo o grupo à disposição, a formação habitual em compromissos do quilate de uma Copa Libertadores terá Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Henrique e Lucas Silva; Robinho, Thiago Neves e Arrascaeta; Barcos.

Pela vaga na semifinal, o Cruzeiro terá de alcançar um feito inédito em mata-matas da Copa Libertadores: inverter placar de dois gols de diferença. Além disso, o time tentará colocar fim a uma escrita negativa diante de clubes da Argentina. Em duelos eliminatórios no torneio, a Raposa só venceu um, contra o River Plate, na decisão de 1976. Em compensação, perdeu para Boca Juniors (final de 1977 e oitavas de final de 2008), Estudiantes (final de 2009), San Lorenzo (quartas de final de 2014) e River Plate (quartas de final de 2015).

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