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COPA LIBERTADORES

Hora de reagir! Cruzeiro mira goleada para evitar nova decepção diante de argentinos na Libertadores

Time celeste já amargou cinco eliminações para equipes da Argentina

Rafael Arruda
Única classificação do Cruzeiro em mata-matas diante de argentinos rendeu o título de 1976 - Foto: Arquivo Estado de Minas
 Ganhar do Boca Juniors por três gols de diferença nesta quinta-feira, às 21h45, no Mineirão, será tarefa difícil para o Cruzeiro. A começar pela tradição do adversário, dono de seis troféus da Copa Libertadores e de 18 títulos internacionais. Além disso, o time celeste jamais conseguiu reverter no jogo de volta uma derrota por dois ou mais gols de diferença na partida de ida em mata-matas na competição. Todas essas adversidades se juntam a um terceiro dado: clubes da Argentina são os maiores algozes da Raposa no torneio continental.

Capitão Piazza exibe taça da Libertadores de 1976 na volta a BH, após batalha contra River no Chile - Foto: Arquivo Estado de Minas
Em encontros eliminatórios, o Cruzeiro se deu bem diante de um argentino apenas pela decisão da Copa Libertadores de 1976, disputada à época na série ‘melhor de três’. No primeiro jogo, no Mineirão, os mineiros golearam o River Plate por 4 a 1. Em Buenos Aires, o time da casa venceu por 2 a 1. Como não existia o regulamento do placar agregado, houve o terceiro jogo. E aí os cruzeirenses, mesmo os nascidos décadas depois, sabem que Joãozinho, aos 43min do segundo tempo, cobrou falta na gaveta e garantiu o título celeste no Estádio Nacional de Santiago, no Chile.

Golaço de Nelinho sobre o Boca na final de 1977; argentinos acabaram ficando com o título daquela edição - Foto: Arquivo Estado de Minas
Por ter conquistado a Libertadores de 1976, o Cruzeiro entrou diretamente na segunda fase da edição de 1977 e não teve dificuldades em superar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela.
Na final, enfrentou o Boca Juniors. Na Bombonera, os argentinos ganharam por 1 a 0. No Mineirão, a equipe celeste devolveu o placar, com um belo gol de falta do lateral-direito Nelinho. Na partida de desempate, o Cruzeiro perdeu por 5 a 4, nos pênaltis, depois de 0 a 0 no tempo normal. O goleiro Gatti defendeu a cobrança do lateral-esquerdo Vanderlei.

Em 2008, Cruzeiro foi eliminado nas oitavas de final, dentro de casa, pelo Boca Juniors - Foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press - 07/05/2008
Duas décadas depois, o Boca Juniors voltou a ser pedra no sapato do Cruzeiro. Se em 1977 as equipes travaram duelo no tiro de onze metros, em 2008 o clube xeneize passou tranquilamente, ganhando tanto na Bombonera quanto no Mineirão por 2 a 1. No elenco boquense havia os craques Palacio, Palermo e Riquelme.

Maior decepção do Cruzeiro no Mineirão foi a perda do título de 2009 para o Estudiantes - Foto: Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press - 15/07/2009
Em 2009, o Cruzeiro sofreu sua maior decepção na Copa Libertadores: perdeu de virada para o Estudiantes em pleno Mineirão, por 2 a 1, depois de segurar 0 a 0 heroico em La Plata graças à grande atuação do goleiro Fábio. Dos 64.800 torcedores que estiveram no estádio no dia 15 de julho, a maioria tinha grande expectativa em ver o time celeste faturar o troféu. Quem comandou as ações, porém, foi o experiente Verón, que ditou o ritmo da partida no meio-campo e deu o cruzamento para Boselli fazer de cabeça o segundo gol do Estudiantes (o primeiro saiu em finalização de Gastón Fernández). O volante Henrique, hoje capitão do time de Mano Menezes, marcou o tento cruzeirense em chute de fora da área.

Em 2014, San Lorenzo venceu Cruzeiro na Argentina e se classificou com empate no Mineirão - Foto: 14/05/2014 Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Em 2014 e 2015, San Lorenzo e River Plate frustraram o sonho do tri do Cruzeiro e caminharam até o título nas respectivas edições da Copa Libertadores. O River, aliás, impôs à equipe azul o pior revés como mandante na competição: 3 a 0. Foi grande o sentimento de incredulidade na noite de 27 de maio, no Mineirão, já que no duelo de ida, seis dias antes, a Raposa havia triunfado por 1 a 0 no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

Em 2015, Cruzeiro sofreu sua última eliminação para argentinos na Libertadores: River fez 3 a 0 em BH - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
As demais eliminações do Cruzeiro em mata-matas foram para Unión Española-CHI (oitavas de final de 1994), Vasco (oitavas de final de 1998), Palmeiras (quartas de final de 2001), Deportivo Cali-COL (oitavas de final de 2004), São Paulo (quartas de final de 2010) e Once Caldas-COL (oitavas de final de 2011).

1975

Até 1987, não havia na Copa Libertadores quatro fases pós-grupos (oitavas, quartas, semifinais e finais). Na edição de 1975, portanto, a penúltima etapa foi disputada em duas chaves com três clubes.
O melhor de cada uma se qualificava para a decisão. Na última rodada, o Cruzeiro podia perder para o Independiente por dois gols de diferença para ir à final, porém levou 3 a 0 na Argentina e ficou abaixo até mesmo do Rosario Central. Líder do grupo, o time de Avellaneda conquistou o título ao superar o Unión Española, do Chile, na série melhor de três das finais.

Algozes do Cruzeiro em mata-matas na Copa Libertadores (por país)

Argentina – 5 vezes

Boca Juniors – 1977 (final) e 2008 (oitavas de final)

River Plate – 2015 (quartas de final)

San Lorenzo – 2014 (quartas de final)

Estudiantes – 2009 (final)

Brasil – 3 vezes

Vasco – 1998 (oitavas de final)

Palmeiras – 2001 (quartas de final)

São Paulo – 2010 (quartas de final)

Colômbia – 2 vezes

Deportivo Cali-COL – 2004 (oitavas de final)

Once Caldas – 2011 (oitavas de final)

Chile – 1 vez

Unión Española-CHI – 1994 (oitavas de final)
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