O Boca investiu muito na montagem do time para voltar a conquistar a Copa Libertadores. O último título do hexacampeão continental foi em 2007. Por isso, uma eliminação em Belo Horizonte teria graves consequências, já que o time vive altos e baixos na Superliga Argentina e caiu ante o Gimnasia y Esgrima na Copa da Argentina.
No domingo, a vitória por 3 a 1 sobre o Colón no campeonato nacional acalmou os ânimos após uma série de duas derrotas, uma delas para o rival River Plate por 2 a 0, em plena Bombonera. “O triunfo do fim de semana ajudou. De toda forma, é tão importante a partida de quinta aqui, que teriam esquecido as derrotas passadas. Está todo mundo pensando na Libertadores. Para o Boca é tão importante a Libertadores que está muito pressionado internamente para ganhá-la, como se fosse uma obrigação ganhá-la, e isso faz com que foquem tudo nos jogos. Isso faz com que esqueçam o que aconteceu antes (as derrotas em nível local)”, explicou Pablo Ramón.
A pressão também é decorrente de o time não ter se encaixado nesta temporada. “Eles estão focados, mas o Boca não está passando pelo seu melhor momento. Teve ultimamente várias lesões. A última, do goleiro Andrada, na jogada famosa com o Dedé. O Boca tinha encontrado um goleiro confiável, que dava muita segurança. E o Boca o perdeu. Benedetto (atacante) não voltou (da lesão no joelho) em seu melhor nível, Gago (volante) não está em seu melhor nível, Tevez (meia-atacante) não está em seu melhor nível. Isso obrigou a comissão técnica a fazer muitas mudanças. Pavón (atacante) voltou da Copa e não voltou bem. Bem, assim, uma vitória muda tudo. Mas isso também faz com que não seja fácil passar à próxima fase”, acrescentou o jornalista do Olé.
Segundo Pablo Ramón, a torcida xeneize vê com certa desconfiança o duelo de quinta-feira, no Mineirão. “Aqui (no Brasil) há muitos que falam que o 2 a 0 do Boca na partida é muito favorável ao Boca. Na Argentina se vê a série mata-mata muito mais equilibrada, muito indefinida. Um gol do Cruzeiro nos primeiros minutos pode fazer mudar tudo. Logicamente, se o Boca converte um gol também (tudo muda). Na Argentina há muito respeito pelo Cruzeiro, pela sua torcida, pelo seu estádio. Não é uma série, como, por exemplo, a anterior, com o Libertad do Paraguai, em que o Boca tinha conseguido também um 2 a 0 no jogo de ida, e ali sim dava a sensação que a série estava muito encaminhada. Aqui, com Cruzeiro, não está assim”.
Historicamente, o Cruzeiro também é apontado pelos argentinos como um rival duro de ser batido. Pablo Ramón destacou a imagem que seus compatriotas têm dos celestes. “É um clube muito respeitado na Argentina. Ao longo da história o Cruzeiro sempre teve esses dois pilares básicos para ser um time que ganhe a Libertadores. Ter bom jogo e ter essa força física e mental, tática, que também é uma chave importante para ganhar a Copa. Essas duas coisas fazem que o Cruzeiro seja um rival com muito nome, com muito peso na Argentina. Cada vez que o Boca vem jogar aqui, ou outros times argentinos, o Cruzeiro chega no campo com muita paixão também. Nisso, os torcedores do Boca e do Cruzeiro se parecem também. Desse respeito incondicional pelas cores”, concluiu.
Na quinta-feira, o Boca Juniors jogará por empate ou derrotas por um gol de diferença e até por dois (desde que marque no Mineirão). Já o Cruzeiro precisa triunfar por 2 a 0 para levar a decisão para os pênaltis. Se conseguir vantagem por três gols, avançará no tempo normal.
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