Depois de ser expulso de forma equivocada pelo árbitro paraguaio Eber Aquino na derrota do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, no jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores, o zagueiro Dedé teve a suspensão anulada para o duelo da volta, no Mineirão. A decisão foi publicada pela Conmebol na última quarta-feira. Embora a direção do clube argentino tenha recorrido da medida, o técnico xeneize Guillermo Schelotto pregou que sua equipe deve respeitar o que foi determinado pela entidade máxima do futebol sul-americano.
“Se Dedé está habilitado (para jogar contra o Boca Juniors), significa que a lei permite que a Conmebol faça essa ação (de anulação da suspensão). Temos que respeitar isso", afirmou o treinador em entrevista coletiva depois da vitória por 3 a 1 sobre o Colón, pelo Campeonato Argentino, na noite desse domingo, na Bombonera.
Dedé foi expulso após interpretação equivocada das imagens do VAR (árbitro de vídeo). No lance da partida realizada no último dia 19, o zagueiro cruzeirense disputou uma bola aérea na área do Boca Juniors e atingiu, sem intenção, o goleiro Andrada no maxilar. Por conta do choque acidental, a expulsão gerou repercussão mundial, principalmente pelo fato de o árbitro ter utilizado recursos de vídeo, controlados pelo também paraguaio Mario Díaz de Vivar.
O Cruzeiro recorreu ao Tribunal de Disciplina no dia seguinte à partida e teve resposta positiva de sua requisição nessa quarta-feira. A venezuelana Amarílis Belisario, vice-presidente do órgão, anulou a suspensão de Dedé pelo cartão vermelho recebido por entender que houve erro do árbitro paraguaio na análise das imagens de vídeo.
No dia seguinte, porém, o Boca Juniors se pronunciou dizendo que recorreria da decisão por considerar um ‘erro arbitrário’ do Tribunal de Discplina da Conmebol. “O Boca realizará a apelação. O recurso será na Câmara de Apelações da Conmebol. O clube se sente muito prejudicado e considera esta medida (de anular a suspensão do Dedé) um antecedente muito preocupante, não só para a Conmebol como para o conjunto das Federações. Para o Boca, foi um erro arbitrário e antirregulamentar. Vai contra o direito. Vamos enviar a apelação nesta sexta-feira pela manhã", disse à reportagem na ocasião o gerente de comunicação do Boca Juniors, Rafa Veljanovich.
Depois de perder por 2 a 0 na Argentina, o Cruzeiro precisará igualar o placar na partida marcada para esta quinta-feira, às 21h45, no Mineirão, para levar a decisão para os pênaltis. Se sofrer um tento, o time celeste terá de marcar quatro, uma vez que o gol qualificado é critério de desempate na Libertadores. Caso vença por 3 a 0, a Raposa garantirá a tão sonhada vaga nas semifinais do torneio sul-americano.