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Itair Machado agradece à Conmebol por justiça em 'caso Dedé' e enaltece força política do Cruzeiro

Dirigente comentou decisão da Conmebol de anular suspensão de Dedé

Paulo Galvão Tiago Mattar Rafael Arruda
Itair Machado agradeceu Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, por justiça em 'caso Dedé' - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
A Confederação Sul-Americana de Futebol anulou a suspensão do zagueiro Dedé referente ao cartão vermelho recebido na partida entre Cruzeiro e Boca Juniors, na Bombonera, em Buenos Aires, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores (derrota por 2 a 0, dia 19 de setembro). A entidade concordou que o lance envolvendo o defensor celeste e o goleiro argentino Esteban Andrada foi acidental, diferentemente do que havia sido interpretado pelo árbitro paraguaio Eber Aquino. Vice-presidente de futebol do clube celeste, Itair Machado agradeceu à Conmebol pela decisão justa.


“Agradecemos ao presidente da Conmebol (Alejandro Dominguez), que é uma pessoa honesta. Ele mesmo se mostrou indignado no dia com o erro do árbitro. Como já haviam feito isso (anular uma suspensão) para um time argentino, foi a vez de fazer para um time brasileiro. É o momento de os clubes brasileiros se unirem para fazer valer os direitos. Que o futebol seja decidido dentro de campo”, disse o dirigente, enaltecendo também a força política do Cruzeiro e do futebol brasileiro junto à instituição sul-americana.

“Mostrou a força do futebol brasileiro com o novo comando da CBF. Quando a notícia é ruim, todo mundo fala.
Quando é boa, tem que falar também. Mostrou a força do Cruzeiro de bastidores. Nós trabalhamos firmes, nosso presidente amanheceu na porta da Conmebol, usamos a força política até de Brasília. Acho que temos que fazer valer a instituição, temos que ter representatividade”

Itair já tinha ciência de que o Cruzeiro teria sucesso na solicitação feita à Conmebol, mas admitiu certa surpresa pelo anúncio nesta quarta-feira, antes do duelo contra o Palmeiras, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Brasil. “A gente já tinha ideia de que poderia ser publicado de ontem para hoje. E a gente foi pego de surpresa, pois pensei que seria amanhã. Os jogadores parabenizaram o Dedé. E o Dedé, como nós do Cruzeiro e da torcida, não queria ser punido duas vezes”.

Representado pelo presidente Wagner Pires de Sá e pelo supervisor administrativo Benecy Queiroz, o Cruzeiro foi à sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, na última quinta-feira, um dia depois do revés para o Boca Juniors. Tão logo protocolou o pedido, a direção celeste ressaltou a confiança em poder contar com o zagueiro no duelo de volta das quartas de final, dia 4 de outubro, às 21h45, no Mineirão.

A expulsão

No jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro, Dedé foi expulso aos 29 minutos do segundo tempo ao atingir, sem intenção, uma cabeçada no rosto do goleiro Andrada. O defensor celeste se preparava para tentar finalizar a bola cruzada pelo lateral-esquerdo Egídio. E mesmo com as imagens mostrando claramente a casualidade da dividida, o árbitro paraguaio Eber Aquino decidiu dar cartão vermelho ao camisa 26 após consultar o árbitro assistente de vídeo (VAR, na sigla em inglês). Com um jogador a menos, a Raposa, que perdia por 1 a 0 - gol de Mauro Zárate, aos 35min do primeiro tempo -, levou o segundo aos 36min da etapa complementar, em finalização do meio-campista Pablo Pérez.

O 'caso Dedé' ganhou repercussão em noticários esportivos de todas as partes do mundo. Até então, o zagueiro não havia sido expulso com a camisa do Cruzeiro.
Já Andrada fraturou o maxilar e precisou passar por cirurgia. O tempo de recuperação é estimado em dois meses. Agustín Rossi, de 23 anos, será o titular da meta xeneize no duelo de volta, dia 4 de outubro (quinta-feira), às 21h45, no Mineirão.

Com Dedé em campo, o Cruzeiro precisará vencer o Boca Juniors por três gols de vantagem para avançar às semifinais no tempo normal. Se ganhar por 2 a 0, a vaga será decidida nos pênaltis. Quem passar de fase enfrentará o ganhador de Palmeiras x Colo Colo. No embate de ida, os brasileiros bateram os chilenos por 2 a 0, no Estádio Nacional de Santiago.

Precedente

A Conmebol já havia anulado uma suspensão num jogo do Cruzeiro, mas favoravelmente ao adversário. Na Copa Libertadores de 2014, o meia Leandro Romagnoli, então atleta do San Lorenzo-ARG, foi expulso no duelo de volta das quartas de final, no Mineirão, por uma suposta agressão no atacante cruzeirense Marcelo Moreno. À época, o departamento jurídico do time argentino recorreu à Confederação Sul-Americana e conseguiu a liberação do meio-campista para a semifinal, diante do Bolívar-BOL. 
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