A expulsão do zagueiro Dedé no jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro foi um dos assuntos comentados por Tite, técnico da Seleção Brasileira, em entrevista coletiva depois da convocação para os amistosos contra Arábia Saudita e Argentina, dias 12 e 16 de outubro, nas cidades sauditas de Riad e Jeddah. O comandante classificou a decisão do árbitro paraguaio Eber Aquino de dar cartão vermelho ao defensor celeste como “erro grotesco e absurdo”. Na jogada, aos 24min do segundo tempo, Dedé atingiu o rosto do goleiro Esteban Andrada de maneira acidental, quando se preparava para tentar cabecear a bola cruzada pelo lateral-esquerdo Egídio. A Raposa, que perdia por 1 a 0, ficou com um homem a menos em campo e levou o segundo gol no duelo de ida das quartas de final da Copa Libertadores.
“Justo o árbitro de vídeo, a ideia. Nós precisamos premiar aquilo que é justo e o que é correto. Paralelamente a isso haverá erros, porque o comando de uma ferramenta tecnológica é de alguém humano. E alguém humano que de alto nível teve um erro grotesco, absurdo, e que toda a manifestação do Mano ou do Cruzeiro em cima desse erro é mais do que justa. Alto nível não permite um erro com tamanha... não sei encontrar outro adjetivo. Com tamanha falta de lucidez maior de análise”, declarou Tite, que só não chamou Dedé para a seleção porque prejudicaria o Cruzeiro em uma eventual decisão de Copa do Brasil – previamente marcada para 10 e 17 de outubro.
“Equalizar tudo isso é muito difícil. Sempre tento me colocar do outro lado. Do atleta, do técnico. É ter bom senso. Não para ser bonzinho com ninguém, mas para arcar com responsabilidades. Sendo coerente, Dedé e Paquetá estariam na lista. Assim como atletas do Palmeiras e do Corinthians. Queremos harmonizar sem prejuízo à Seleção”.
Pela manhã, Mano Menezes, treinador do Cruzeiro, voltou se manifestar sobre o ‘caso Dedé’ em entrevista na Toca da Raposa II e reforçou a gravidade do erro de Eber Aquino.
“O Cruzeiro tomou as providências que deveria tomar como clube. Acho que o futebol como um todo está solidário com o Cruzeiro porque o Cruzeiro foi a bola da vez. Não é para o Cruzeiro individualmente isso, é para o futebol. Independentemente de a gente ser prejudicado ou favorecido, queremos que as coisas sejam decididas em campo. Então, é importante que o futebol se posicione, porque essas coisas não podem voltar a acontecer. Não pode existir um erro tão grave de interpretação de um lance no qual 100% das pessoas envolvidas no futebol pensam diferente. Às vezes existe uma margem de dúvida, com percentual de 30 para cá, 70 para lá, às vezes 60 a 40. Mas essa foi 100%. E quando é 100%, é sinal de que algo grave aconteceu. Essas questões serão resolvidas fora de campo Vamos cuidar da nossa parte dentro do campo, que é a parte do futebol profissional”.
O Cruzeiro ainda mantém esperanças de conseguir a anulação da suspensão de Dedé e poder contar com ele no duelo de volta contra o Boca Juniors, dia 4 de outubro (quinta-feira), às 21h45, no Mineirão. Para isso, a diretoria enviou à Conmebol um ofício pedindo o cancelamento do efeito do cartão vermelho. Conforme o clube, a entidade máxima do futebol sul-americano não informou o prazo de resposta à solicitação.
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