O herói foi o atacante Mário Tilico, autor de dois dos três tentos da vitória celeste. O outro gol foi marcado por Ademir. “Quando acabou o jogo na Bombonera, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi o jogo contra o River. A gente também precisava vencer, a mesma situação, são os dois maiores clubes da Argentina. Mas se a gente fez em 91, por que não faremos agora novamente?”, disse Tilico, em contato com o Superesportes.
Em 1991, o Cruzeiro chegou à final da Supercopa após eliminar Colo Colo, Nacional e Olímpia. Na decisão contra o River, perdeu a primeira partida na Argentina por 2 a 0, gols de Rivarola e Higuaín. Na finalíssima no Mineirão, mais de 67 mil cruzeirenses apoiaram o time para uma virada histórica. Ademir abriu o placar aos 34 minutos do 1º tempo. Tilico ampliou aos 6' e garantiu o título aos 29' do segundo tempo.
“Eu costumo dizer que eu nunca fui um craque, até porque na minha geração surgiram muitos jogadores de renome. Então, nunca fui craque, mas eu era decisivo. Na hora que precisava, foi assim no São Paulo, no Juventude, no Cruzeiro, eu fazia a diferença. Agora é a hora dos jogadores decisivos apareceram”, afirmou Tilico.
Mas quem seria esse jogador no atual elenco celeste? “Thiago Neves”, responde Tilico. Na partida dessa quarta, na Bombonera, o meia-atacante, que é o artilheiro do clube na temporada, com 12 gols, esteve muito abaixo do que pode render. “Hora de fazer história, de fazer acontecer”, respondeu o ex-jogador.
Clima em 1991
O ambiente entre jogadores e torcida era de confiança em 1991. O técnico Ênio Andrade tratou de passar tranquilidade aos jogadores, como conta o ex-lateral Nonato. “Lembro que o Ênio falou que a gente tinha todas as condições de fazer o resultado. A gente teve o apoio da torcida, que lotou o estádio. Jogamos muito bem. Ainda no 1º tempo, fizemos um gol. No início do segundo, marcamos outro. E o terceiro saiu com naturalidade”, disse o ídolo celeste, que quer ver o time bem ofensivo no Mineirão.
“Tem que, assim que sair a bola, mostrar a que veio, ir para cima, marcação perto da área adversária, na saída de bola. Tem que sair para o jogo e achar logo um gol”, frisou Nonato. “O Boca tem um time bem armado. Mas o Cruzeiro tem um grande elenco, bons jogadores, tem a obrigação de brigar até o fim”, ressaltou Nonato.
Jogo de volta
Agora, o confronto de volta entre Cruzeiro e Boca Juniors está marcado para quinta-feira, 4 de outubro, às 21h45, no Mineirão. Em função do revés por 2 a 0 na Bombonera, o time de Mano Menezes será obrigado a vencer por três gols de diferença para garantir a classificação no tempo normal.
Se a Raposa triunfar por 2 a 0, a definição de quem avançará à semifinal ocorrerá nos pênaltis. Por sua vez, o Boca poderá perder até por dois gols de diferença, desde que marque ao menos uma vez. Isso porque na Copa Libertadores existe o regulamento do gol qualificado como visitante. O ganhador do duelo pegará na próxima fase Palmeiras ou Colo Colo.