O árbitro paraguaio Eber Aquino tem recebido chuva de críticas por ter expulsado Dedé, zagueiro do Cruzeiro, no jogo contra o Boca Juniors, nessa quarta-feira, na Bombonera, pela partida de ida das quartas de final da Copa Libertadores. No lance, aos 24min do segundo tempo, o defensor celeste acertou uma cabeçada acidental em Esteban Andrada, goleiro do time argentino, após tentar a finalização em cruzamento de Egídio. Enquanto Andrada recebia atendimento médico, Eber Aquino consultou o recurso tecnológico do árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) e, surpreendentemente, mostrou o cartão vermelho a Dedé por causa da dividida acidental. Sem seu camisa 26, o Cruzeiro, que perdia por 1 a 0 (gol de Zárate, aos 35min do primeiro tempo), sofreu o segundo gol aos 36min da etapa final, em chute de Pablo Pérez.
No histórico de Aquino constam erros crassos em outras partidas, principalmente no Paraguai. Em 2015, Olimpia e Cerro Porteño fecharam o Torneio Clausura empatados em número de pontos: 44 a 44. O regulamento previa a necessidade de um jogo extra para apontar o campeão. O clássico foi disputado no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, com arbitragem de Eber Aquino.
O Olimpia venceu a decisão por 2 a 1, mas um lance polêmico é lembrado até hoje. Fidencio Oviedo, do Cerro Porteño, evitou um gol do adversário Miguel Paniagua esticando o braço esquerdo para cortar a bola. Em vez de marcar pênalti para o Olimpia e mostrar cartão vermelho a Oviedo, Eber Aquino consultou o assistente Roberto Cañete e apontou escanteio. Houve revolta generalizada dos jogadores do Rey de Copas. No fim das contas, quem deveria ser beneficiado pelo lance acabou prejudicado.
Em abril de 2018, o árbitro teve uma atuação desastrosa no empate sem gols entre Cerro Porteño e o modesto Deportivo Santaní, pelo Campeonato Paraguaio. Em dois lances, deveria expulsar Marcos Cáceres e Raúl Cáceres, ambos defensores de El Ciclón, porém lhes apresentou apenas cartões amarelos. O juiz chegou a assumir os erros e a pedir desculpas, mas o presidente do Santaní, Nestor Arévalos, se recusou a aceitar.
Apesar do erro absurdo, Eber Aquino, de 39 anos, é um dos mais solicitados para mediar o clássico paraguaio. No mês passado, apitou o duelo Olimpia x Cerro Porteño pela quarta vez na carreira. Integrante do quadro da Fifa desde 2016, ele coleciona oito trabalhos na Copa Libertadores – seis nesta edição e duas no ano passado. Também mediou 10 confrontos da Copa Sul-Americana em 2016, 2017 e 2018.
Os desdobramentos da péssima arbitragem de Eber Aquino na derrota do Cruzeiro para o Boca Juniors serão tomados por um brasileiro. Wilson Luiz Seneme é o presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol. O clube celeste, por sua vez, tentará a anulação da suspensão de Dedé por meio de reclamação formal à entidade máxima do futebol sul-americano. A expectativa é de poder contar com o zagueiro no duelo de volta, dia 4 de outubro (quinta-feira), às 21h45, no Mineirão.
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