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COPA LIBERTADORES

Jogadores de Copa, revelação, ídolo e Ábila: conheça o time do Boca, rival do Cruzeiro

Boca Juniors é o atual bicampeão argentino e tem elenco experiente

Thiago Madureira
Boca Juniors será o rival do Cruzeiro nas quartas de final: 1º jogo na Argentina e 2º no Brasil - Foto: AFP

Depois de 10 anos, o Cruzeiro voltará a enfrentar o Boca Juniors em uma competição internacional. A última vez que os clubes se encontraram ocorreu na Copa Libertadores de 2008. O time argentino levou a melhor nos dois jogos das oitavas de final (2 a 1 tanto em Buenos Aires, quanto em Belo Horizonte) e eliminou a Raposa.

Mas qual Boca Juniors o Cruzeiro vai enfrentar? Certamente não se trata do clube avassalador dos anos 2000, que faturou quatro Libertadores (2000, 2001, 2003 e 2007) e dois Mundiais de Clubes (2000 e 2003). Apesar de não ter a mesma força do passado, o Boca é o atual bicampeão do futebol argentino e conta com jogadores experientes, revelações e um ex-cruzeirense no elenco. O técnico é um jovem promissor.

Na janela de meio do ano, o Boca Juniors trouxe dois reforços importantes: o goleiro Andrada, vice-campeão da Libertadores de 2017 com o Lanús, e o atacante Mauro Zárate, que deixou o Vélez provocando uma reação enfurecida nos torcedores do clube.

Desde que Zárate chegou ao Boca, Tévez foi encostado no banco de reservas, o que estremeceu a relação do atacante com o técnico Guillermo Barros Schelotto. O curioso é que os dois chegaram a jogar juntos no início dos anos 2000, vencendo, inclusive, a Copa Libertadores de 2003.

Na última partida do Boca Juniors pelo Campeonato Argentino, contra o Huracán (0 a 0), Tévez nem no banco ficou.
Acompanhou o confronto dos camarotes do estádio Adolfo Ducó. “Não houve briga, nem com ele nem com ninguém. Ocorreu simplesmente uma decisão futebolística do que consideramos ser a melhor", disse o treinador, na ocasião.

No jogo dessa quinta-feira, entretanto, o atacante entrou no início do segundo tempo e marcou um dos gols da vitória por 4 a 2 sobre o Libertad. O Boca jogou no esquema 4-3-3, com Andrada; Jara, Goltz, Magallán, Más; Gago (Nández), Barrios, Pablo Pérez; Pavón, Benedetto (Cardona) e Zárate (Tévez).

Jogadores de Copa do Mundo

Fernando Gago, que já jogou no Real, é um dos jogadores mais experientes do Boca Juniors - Foto: AFP

O Boca conta com muitos jogadores experientes no elenco. Alguns deles já participaram de Copas do Mundo, como o meia uruguaio Nández, o volante argentino Gago, o volante colombiano Barrios e, claro, o atacante Tévez.

Nández, de apenas 22 anos, formou o setor de meio-campo da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo da Rússia ao lado de Arrascaeta. O cruzeirense, contudo, perdeu a titularidade após a estreia. Nández, que não é titular do Boca, participou dos cinco jogos do Mundial.

O colombiano Barrios também participou da Copa do Mundo deste ano. Ele atuou em três jogos: derrota para o Japão (2 a 1), vitória sobre a Polônia (3 a 0) e empate com a Inglaterra (1 a 1), com eliminação nos pênaltis. Ele é titular do técnico Schelotto.

Gago é outro jogador de meio-campo com participação em Copa do Mundo. Foi convocado para o Mundial do Brasil, em 2014. Provavelmente, estaria na lista para o Mundial de 2018, mas se contundiu.
As lesões, aliás, minaram a carreira do volante, que já passou por Real Madrid, Roma e Valencia.
   

Ex-Cruzeiro no time

Ábila marcou gol no jogo de ida contra o Libertad e ajudou na classificação do Boca Juniors - Foto: JUAN MABROMATA/AFP PHOTO

O Cruzeiro vai encontrar um ex-jogador do clube. O atacante Ramón Ábila ficou pouco mais de um ano em Belo Horizonte, entre junho de 2016 e julho de 2017, conquistando o carinho de muitos torcedores.

Na negociação de transferência, o Boca Juniors assumiu a dívida de US$ 1,5 milhão do Cruzeiro com o Huracán, relativa à segunda parcela da compra de 50% dos direitos econômicos de Ábila. O clube xeneize aceitou a cláusula de adquirir a outra metade do "passe", mas com prazo estendido para dezembro de 2020.

Na passagem pelo Cruzeiro, Ábila marcou 26 gols em 61 apresentações. Sem muitas oportunidades com Mano Menezes, o atacante aceitou a proposta para se transferir para o Boca Juniors em definitivo. Era um sonho dele defender o clube da capital Buenos Aires.

Ábila marcou um dos gols da vitória do Boca Juniors sobre o Libertad (2 a 0), no jogo da ida das oitavas de final da Copa Libertadores, na Bomboneira. O ex-atacante celeste não foi escalado na partida dessa quinta porque estava febril e o Boca ficou com receio de uma possível suspensão do jogador, que não foi muito bem esclarecida.

Ábila disputa posição com Benedetto, que voltou de lesão.

Revelação argentina

Revelação da Seleção Argentina, Pavón participou da Copa do Mundo deste ano na Rússia - Foto: Juan Mabromata/AFP

O jovem Cristian Pavón, de 22 anos, é uma das grandes promessas do futebol argentino. Ele foi convocado e participou da Copa do Mundo deste ano. Atuou em quatro jogos: empate com a Islândia (1 a 1), derrota para a Croácia (3 a 0), vitória sobre a Nigéria (2 a 1) e derrota e eliminação para a França (4 a 3).

Pavón foi considerado o melhor jogador do último Campeonato Argentino. As boas atuações chamaram a atenção do futebol europeu.
A imprensa argentina especulou que clubes da Itália e Inglaterra queriam a contratação do jogador. Roma e Arsenal eram os interessados, mas a negociação não foi concretizada.

Técnico ídolo do clube


Abbondanzieri e Schelotto: taça do Mundial - Foto: REPRODUÇÃOO treinador do Boca é o ex-jogador Guillermo Barros Schelotto. Jovem comandante, de apenas 45 anos, Schelotto é considerado um dos maiores ídolos da história do clube. Ele conquistou tudo com a camisa azul e ouro: dois Mundiais de Clubes (2000 e 2003), quatro Copa Libertadores da América (2000, 2001, 2003 e 2007), duas Sul-Americanas (2005 e 2006), duas Recopas (2005 e 2006) e seis Argentinos (Apertura 1998, Clausura 1999, Apertura 2000, Apertura 2003, Apertura 2005, Clausura 2006).

Depois de se aposentar, começou a carreira de treinador. Em 2012, assumiu o Lanús, sua primeira experiência no banco de reservas. O trabalho foi longo, durou até 2015, e gerou frutos. Schelotto ajudou o time da região metropolitana de Buenos Aires a conquistar a Copa Sul-Americana de 2013. Enfrentou o Atlético, campeão da Libertadores da América, na final da Recopa de 2014. Em duelos disputados, o Galo venceu o primeiro jogo na Argentina (1 a 0) e perdeu no tempo normal no Mineirão por 2 a 3, mas fez o resultado na prorrogação e levou o título: 4 a 3.

Schelotto assumiu o comando do Boca Juniors em 2016. Em pouco tempo, já conquistou dois Campeonatos Argentinos: 2016/17 e 2017/18. O objetivo dele, agora, é conseguir voos mais altos nas competições internacionais. O Boca enfrenta um jejum em torneios sul-americanos e viu seus maiores rivais levantarem troféus importantes no continente nos últimos anos: o Independiente ergueu a Copa Sul-Americana em 2017 e o River Plate, duas Sul-Americanas (2015 e 2016) e uma Copa Libertadores (2015). A última vez que o Boca faturou um troféu da Conmebol ocorreu em 2008 (Sul-Americana).   .