”Eu costumo trabalhar com os jogadores de forma bem transparente essas questões. Eu gosto que todo mundo pense que seja possível (levar a virada, ser eliminado). Ao contrário do que possa parecer, eu gosto que as pessoas digam que é possível o Flamengo virar, isso é bom pra gente. Eu estaria mais preocupado se todo mundo dissesse que não seria possível, porque daí eu teria muito mais trabalho para colocar na cabeça dos meus jogadores de que é possível (perder). No futebol, é possível”, ponderou Mano Menezes neste sábado, logo depois da vitória sobre o Fluminense, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro.
”Nós é que não podemos deixar ser possível, jogando futebol, nos impondo, marcando na hora que tiver que marcar, nos sacrificando pela equipe, nos entregando como nos entregamos lá para a questão coletiva do jogo. E aí tenho certeza que não vamos deixar o Flamengo virar e vamos manter essa vantagem e vamos passar para as quartas de final. Mas o jogo tem que ser jogado. Nós estamos enfrentando um adversário que tem capacidade de vir aqui e fazer o que a gente fez lá. Se a gente deixar! Mas nós não vamos deixar!”, decretou Mano.
O treinador cruzeirense também evitou o discurso-padrão, muito comum no futebol, de minimizar a vantagem construída sobre um adversário em jogos de mata-mata. O 2 a 0, para ele, foi sim um placar considerável em se tratando de dois clubes grandes.
”É uma vantagem boa, sim. A gente não tem que esconder as coisas, ela é uma vantagem boa. Mas só vai ser boa mesmo se nós soubermos defender ela, não só no sentido de defender, mas aproveitar-se da pressão que está maior do lado de lá, da estratégia de talvez ter que ser um pouco mais audacioso (do Flamengo), que nos dê algumas situação para tirar proveito disso. Sairmos na frente dentro da nossa casa, para fazer, quem sabe, um 3 a 0. E aí já se coloca uma situação maior, de vantagem. Então, tudo isso, é uma preparação de um jogo assim, mas é o jogo que vai falar. O jogo é que vai falar”, insistiu.
Torcida do Cruzeiro já esgotou ingressos
Os sócios do Cruzeiro esgotaram há alguns dias os cerca de 50 mil ingressos disponibilizados pelo clube para a partida contra o Flamengo. Restam ainda bilhetes da Minas Arena, administradora do Mineirão, e a carga da torcida rubro-negra, em torno de 5,8 mil. Por segurança, 1.329 cadeiras não serão comercializadas. O espaço será usado para separação das duas torcidas.
Mano Menezes pediu paciência ao torcedor do Cruzeiro e chamou atenção para a dificuldade esperada contra o Flamengo. “Nós precisamos muito dele (torcedor) na quarta-feira. De novo, precisamos muito dele. Fizemos o que fizemos hoje (vitória sobre o Fluminense), mais uma vez, de colocar praticamente a equipe inteira, exatamente pensando em transmitir algo de positivo para ele, para ele ver que as vitórias vão voltar dentro de casa, mas que quarta-feira vai ser duríssimo como sempre foi. Vai ser duro como foi no Maracanã, vai ser duro como foi com o Palmeiras na Copa do Brasil no ano passado, com o próprio Flamengo nos jogos finais. Porque do outro lado também tem sempre muita qualidade, tem muita gente competente, que nós respeitamos muito. Não tememos ninguém porque, ao lado do nosso torcedor, com o Mineirão lotado, nada é impossível para os cruzeirenses”.
O classificado do confronto entre Cruzeiro e Flamengo só conhecerá o seu adversário nas quartas de final da Libertadores na quinta-feira, data em que se enfrentam, em Assunção, Libertad do Paraguai e Boca Juniors. No primeiro encontro, em Buenos Aires, os argentinos também abriram uma vantagem de 2 a 0.