Em sua segunda passagem pelo Cruzeiro, iniciada em julho de 2016, Mano Menezes está bem próximo de subir duas posições no ranking de técnicos que mais dirigiram o clube. Contra o Fluminense, às 21h deste sábado, no Mineirão, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, ele completará 169 jogos e se igualará ao nono colocado, Marcelo Oliveira, bicampeão nacional em 2013 e 2014 e coincidentemente atual treinador do Tricolor das Laranjeiras. Na quarta-feira seguinte, às 21h45, o time celeste enfrentará o Flamengo, também no Gigante da Pampulha, pela partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. Será a vez de Mano alcançar Adilson Batista, com 170 partidas e ocupante do oitavo posto.
Como o Cruzeiro terá um turno praticamente inteiro no Brasileiro e disputará, na pior das hipóteses, as semifinais da Copa do Brasil, Mano Menezes superará treinadores históricos do clube. Com 172 jogos, o sétimo da lista é Orlando Fantoni, que também foi jogador celeste e fez parte da família dos ídolos Niginho, Nininho e Ninão. Em sexto, com 181, está Matturio Fabbi, primeiro da função a ser contratado pelo antigo Palestra Itália e comandante do time tricampeão mineiro, em 1928, 1929 e 1930. Em quinto, com 187, aparece o gaúcho Ênio Andrade, considerado por Mano uma de suas inspirações na carreira. “Seu Ênio”, que faleceu em 1997, aos 69 anos, conquistou seis títulos pelo Cruzeiro, sendo o principal a Supercopa de 1991.
Em 168 jogos pelo Cruzeiro, Mano Menezes contabilizou 83 vitórias, 49 empates e 36 derrotas. Se por um lado o time não conseguiu índice tão elevado de gols (247, com média de 1,47 por partida), por outro ganhou fama pela solidez defensiva. Os 145 gols sofridos representam média de 0,86 por jogo.
Mas qual o segredo para a longevidade a serviço de um clube? Para Mano, a resposta está na paciência dos dirigentes em apostar numa filosofia de trabalho e, claro, no colhimento dos frutos com grandes vitórias e títulos expressivos.
“É importantíssimo para o futebol que os técnicos consigam um período maior para executar o trabalho. Isso geralmente olhando para trás gera bons resultados. Paciência, credibilidade, essas coisas, conseguimos com resultados. Por isso os resultados nesse processo são importantes. Sem resultados, ninguém vai a lugar nenhum. Nem o próprio treinador é capaz de estar confiante para passar aos seus jogadores. E os jogadores não ficam tão confiantes naquilo que ele (técnico) está falando. Quando você transpõe essa barreira, cria um ambiente favorável para ambicionar novas conquistas, e o trabalho fica mais duradouro com essas conquistas”.
Campeão da Copa do Brasil de 2017 e do Mineiro de 2018, Mano Menezes não tem o trabalho no Cruzeiro resumido aos títulos. Em 2015, ano de sua primeira estada na Toca II, o time conquistou 30 pontos nas 16 rodadas finais e terminou o Brasileiro em oitavo lugar, com 55 pontos. Em 2016, também pela Série A, a Raposa saiu da zona de rebaixamento ao término do turno (18º, com 19 pontos) e encerrou a competição em 12º, com 51. Outra marca notável é a supremacia em mata-matas. Nas 12 vezes em que decidiu duelos eliminatórios no Mineirão, o Cruzeiro de Mano conseguiu a classificação.
Mais recordes
No jogo contra o Fluminense pelo Brasileiro, Mano Menezes igualará no Cruzeiro o número de partidas da sua trajetória pelo Grêmio, entre 2005 e 2007. Campeão da Série B de 2005 e dos Campeonatos Gaúchos de 2006 e 2007, o professor comandou o Tricolor gaúcho em 169 jogos, com 89 vitórias, 35 empates e 45 derrotas. O clube mais dirigido por Mano é o Corinthians: 248 jogos em duas passagens (2008 a 2010; 2014).
Em função do projeto de ganhar mais títulos pelo Cruzeiro, Mano revelou a recusa a cinco convites para deixar BH. “Não recebi convite oficial (do Paraguai). Foi uma sondagem. A gente recebe isso com frequência. Três dias antes do jogo contra o Vasco (1 a 1, pelo Brasileiro), também recebi uma sondagem do futebol chinês, e vocês, provavelmente, não ficaram sabendo. Essas questões eu não externo. A não ser que alguém divulgue a notícia, aí eu preciso me posicionar. E meu posicionamento é o mesmo que disse para mais de cinco convites: não pretendo sair nesse momento do Cruzeiro”, disse. “Tenho um compromisso com isso que construímos ao longo da temporada. Estamos vivendo um momento importante, de reta final, no qual estamos bem em duas competições. Você trabalha para tentar conquistar o título. No momento em que isso se aproxima, se você sair, não tem sentido em trabalhar. Então, que fiquem tranquilos aqueles que querem. Quem não quer, a gente respeita também. E que bom, é o meu desejo também. Deixei bem claro para todo mundo”, acrescentou.
Caso cumpra seu contrato com o Cruzeiro, até dezembro de 2019, Mano Menezes terá boa possibilidade de se tornar o segundo técnico com mais jogos pelo clube. Essa posição pertence a Levir Culpi, com 257. O primeiro é Ilton Chaves, com 362.
Técnicos que mais comandaram o Cruzeiro na história
1- Ilton Chaves - 362
2- Levir Culpi - 257
3- Niginho - 256
4- Ayrton Moreira - 206
5- Ênio Andrade - 187
6- Matturio Fabbi - 181
7- Orlando Fantoni - 172
8- Adilson Batista - 170
9- Marcelo Oliveira - 169
10- Mano Menezes - 168
11- Bengala - 136
12- Carlos Alberto Silva - 135
13- Gérson Santos - 134
14- Zezé Moreira - 132
15- Vanderlei Luxemburgo - 126
Técnicos que mais comandaram o Cruzeiro na história
1- Ilton Chaves - 362
2- Levir Culpi - 257
3- Niginho - 256
4- Ayrton Moreira - 206
5- Ênio Andrade - 187
6- Matturio Fabbi - 181
7- Orlando Fantoni - 172
8- Adilson Batista - 170
9- Marcelo Oliveira - 169
10- Mano Menezes - 168
11- Bengala - 136
12- Carlos Alberto Silva - 135
13- Gérson Santos - 134
14- Zezé Moreira - 132
15- Vanderlei Luxemburgo - 126