Não só os companheiros do ex-volante no Cruzeiro estiveram presentes, como também adversários de Atlético e América. Para todos, um momento de dor. Evaldo, atacante do time campeão brasileiro de 1966, contou que passou a noite em claro. “Não consegui dormir e chorei o tempo todo. Perdi um amigo”, disse.
O ex-atacante Natal ficou quase toda manhã ao lado do caixão. Ele não conteve a emoção ao encontrar outro companheiro de time, o lateral-esquerdo Neco. Do Cruzeiro, estiveram presentes Raul, Dirceu Lopes, bem como alguns que atuaram antes de Zé Carlos, como Dirceu Pantera, e posteriores a ele, Carlinhos Sabiá e Hamilton.
Também lhe renderam homenagens adversários do Atlético: Mussula, Ronaldo, Antenor, Miranda, este, concunhado de Zé Carlos, casado com Maria Eugênia, irmã de Eunice, mulher do ex-volante do Cruzeiro.
O sepultamento ocorreu às 10h, sendo que durante todo o velório, o caixão esteve coberto com as bandeiras do Cruzeiro, clube que defendeu por 12 anos, e do Guarani, onde jogou por dois.
Lembranças
Carlinhos Sabiá, ex-ponta direita e empresário (Cruzeiro): “Como jogador foi dos maiores que vi atuar. Tinha uma elegância, pra jogar, como poucos. Como homem, estava sempre disposto a ajudar, quem quer que fosse. Aprendi muito com ele e nos deixa um grande legado.”
Miranda, ex-lateral-esquerdo (Atlético): “Conheci o Zé Carlos ainda no Guarani. Ele tinha chegado lá e eu tinha subido do juvenil. Fomos campeões brasileiros juntos. Eu era grato e ele, que me ensinou muito, aliás, tudo. Quando vim pra pra cá, embora tenha sido para o Atlético, ele era o amigo com quem convivia e acabei conhecendo minha esposa. Éramos concunhados.”
Neco, ex-lateral-esquerdo (Cruzeiro): “Era um cracaço. Lembro que ao chegou, ao Cruzeiro, ficou na reserva do Piazza. Mas era tão bom que a gente dizia que ele era um reserva de luxo. Jogaria em qualquer grande time.
Dirceu Pantera, ex-atacante (Cruzeiro): “Era gente boa. Infelizmente, não joguei com ele.
Amarelinho, ex-armador (América): “Não joguei ao seu lado, éramos sempre adversários. Mas era um jogador que dava muito trabalho, pois era muito habilidoso, era clássico, marcava muito, não dava trégua. Além disso, era muito leal.”
Zé Horta, ex-zagueiro (América): “Maravilhoso. Acho que o adjetivo é o que define o Zé Carlos como jogador. Era sempre muito educado. Era um marido e um pai de família exemplar. Não tinha defeito. Foi descansar.”
Buião, ex-ponta direita (Atlético): “Só tenho coisas boas para lembrar do Zé Carlos, embora tenhamos sido, sempre, adversários.