
Zé Carlos fez parte de uma época de ouro do Cruzeiro. Venceu nove Campeonatos Mineiros, sendo dois tetras: um na década de 1960 (1966, 1967, 1968 e 1969) e outro nos anos 1970 (1972, 1973, 1974 e 1975), além da conquista de 1977. Fazia parte do time histórico que goleou o Santos de Pelé em 1966, mas ainda não era titular. Em 1976, na primeira conquista da América, já era o dono do meio-campo celeste. Com o time estrelado, também foi vice dos Brasileiros de 1974 e 1975, vencidos por Vasco e Internacional, respectivamente.
Zé Carlos é o segundo jogador que mais vezes vestiu a camisa celeste: 633 jogos. Os 87 gols marcados o deixam na 20ª posição entre os artilheiros de todos os tempos do clube, ao lado do ex-atacante Abelardo, que morreu em dezembro de 2016 aos 90 anos.
Cruzeiro Esporte Clube lamenta o falecimento do ídolo eterno Zé Carlos.https://t.co/qDtZmcbugG#ZéCarlosEterno pic.twitter.com/v4kFB7M6Q6
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Natural de Juiz de Fora, Zé Carlos foi revelado pelo Sport Club Juiz de Fora. Como a cidade da Zona da Mata mineira é próxima ao Rio de Janeiro, ele foi para o Fluminense fazer um teste. Lá, encontrou o amigo Procópio.
“Conheci o Zé Carlos no Fluminense. Ele foi do time do Sport Club Juiz de Fora para o Fluminense fazer um teste e conseguiu passar. Mas, naquela época, o Fluminense estava sem dinheiro para poder pagar o passe dele. Por isso, ele acabou no Cruzeiro a pedido do presidente Felício Brandi. Depois, fui para o Cruzeiro e tive o privilégio de jogar ao lado dele”, afirmou Procópio, que relembra uma história marcante ao lado do amigo.
“Não esqueço de quando voltei a jogar depois de cinco anos, já velho, com 33 anos, recuperado de uma lesão. Na minha estreia, ele e Perfumo, dois que já nos deixaram, me apoiaram muito. Faziam a minha cobertura, me deram apoio moral. Correção, amizade e lealdade. Uma grande perda”, disse o ex-zagueiro.
Zé Carlos era um dos jogadores cotados para disputar a Copa do Mundo de 1970, mas acabou fora da lista. Com a camisa verde-amarela, ele participou de oito jogos e marcou dois gols. Depois de deixar o Cruzeiro, Zé Carlos foi campeão brasileiro com o Guarani, em 1978. Já no fim da carreira, vestiu a camisa do Villa Nova e teve atuação de destaque num duelo com o Atlético, conforme lembrou matéria publicada pelo Estado de Minas.
Com profundo pesar, o Guarani Futebol Clube informa e lamenta o falecimento do ex-meia Zé Carlos. Campeão Brasileiro com o Bugre em 1978, o ex-jogador faleceu nesta terça-feira, aos 73 anos, em Belo Horizonte. Descanse em paz, Zé Carlos. pic.twitter.com/9eYzAbSIv0
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Doença
O craque foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Ele vivia em um apartamento, em Contagem, cuidado pela esposa, fiel escudeira, Eunice Braga Tolentino Bernardo, a Nice, de 58 anos.O drama de Zé Carlos começou há cerca de seis anos. No entanto, somente há três a doença chegou ao ponto mais crítico, quando o ex-jogador ficou acamado. Ele deixou três filhos, Frederico, de 35 anos, vendedor; Gustavo, de 32, que mora e trabalha nos EUA; e Thiago, de 33, desempregado.
José Carlos Bernardo
Nascimento: 28/4/1945, em Juiz de Fora
No Cruzeiro: de 1965 a 1978
No Guarani: 1978
No Villa Nova: 1979
Principais títulos
Pelo Cruzeiro
633 partidas
(2º jogador que mais vestiu a camisa celeste)
Campeão da Taça Brasil’1966
Eneacampeão mineiro (1966/67/68/69/72/73/74/75/77)
Campeão da Libertadores’1976
Pelo Guarani
Campeão Brasileiro’1978
Times que defendeu
Sport (Juiz de Fora)
Cruzeiro
Guarani
Grêmio Maringá
Uberaba
Villa Nova