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Mano relembra poucos gols do São Paulo de Muricy e defende equilíbrio do Cruzeiro no Brasileiro

Treinador admitiu, porém, que time precisa marcar mais gols na Série A

postado em 05/06/2018 16:50 / atualizado em 05/06/2018 16:50

Vinnicius Silva/Cruzeiro e São Paulo/Divulgação
Terceiro pior ataque do Campeonato Brasileiro com seis gols marcados, mas vice-líder da competição, o Cruzeiro reascendeu o debate sobre resultado e rendimento. Técnico da equipe, Mano Menezes sempre defendeu a solidez defensiva como ponto chave para o desenvolvimento de um grupo. Até por isso, a maioria de seus times são conhecidos por sofrerem poucos gols e alcançarem resultados expressivos na base do equilíbrio. Nesta Série A, em contrapartida ao baixo número de tentos, a Raposa foi vazada apenas três vezes – tem o melhor índice ao lado do Grêmio. Em entrevista ao programa Seleção, do canal por assinatura SporTV, o treinador voltou a defender seus conceitos de jogo.

“(...) Eu sei que às vezes não está tão bom, mas o futebol me ensinou muito a respeitar o resultado. E acho que a gente tem que cuidar um pouco desse tipo de avaliação. 'Está muito pouco', 'não pode fazer pouco gol', claro que nós queremos fazer mais gol, mas quero dar um exemplo. São seis (pró) e três (contra). Eu acho que é pouco na média. Mas o saldo é bom, o desempenho é bom. Porque você não pode fazer uma coisa isolada. Vou citar só uma equipe como exemplo. O Vitória marcou 15 gols e está na zona de rebaixamento. E levou 20 gols. E esse é o equilíbrio que a gente sabe que é necessário”, exemplificou Mano Menezes.

Por outro lado, o treinador relembrou trajetórias como a do São Paulo tricampeão brasileiro em 2006, 2007 e 2008. Comandado por Muricy Ramalho, o time marcou 187 gols em 114 jogos disputados na Série A durante os três anos – média de 1,6 por partida. Por outro lado, sofreu apenas 87 tentos, média de 0,4 por duelo. Nesse período, a temporada de pior ataque foi em 2007 (55 gols marcados, média de 1,4 por jogo). A melhor defesa foi no mesmo ano, quando a equipe foi vazada em 19 oportunidades (média de 0,5 por partida). Veja os números detalhados abaixo da reportagem.

“O São Paulo, tricampeão com Muricy, não fazia muitos gols, mas sofria poucos gols. O Corinthians, campeão com Tite, várias vezes era 1 a 0 lá, 1 a 0 aqui, 1 a 0 ali. Então, é bom olhar. É bom olhar que o Brasil foi campeão do mundo com Parreira, em 1994, sofrendo poucos gols. O Felipão, em 2002, sofrendo poucos gols. E que teve uma Seleção maravilhosa em 1982, mas que já sofreu mais gols, é só olhar lá na tabela. É muito difícil você ganhar um jogo sofrendo três gols. Acho que o equilíbrio é o ideal. Mas dificilmente uma equipe que sofre muitos gols é campeã. O futebol é assim. É claro que o Cruzeiro precisar marcar mais gols, porque, senão, vai faltar um dia num jogo, em que vai tomar gol, e você toma, e vai faltar, precisa fazer mais”, complementou.

Embora pouco efetivo no ataque neste Brasileirão (6 gols marcados e média de 0,6 por jogo), o Cruzeiro registra bons números na fase de grupos da Copa Libertadores, competição mais importante da temporada. Mano Menezes já chegou a brincar que o time deixou para “gastar” a cota de tentos na competição sul-americana. A Raposa fechou o Grupo 5 na liderança com 15 gols marcados (média de 2,5 por jogo) e o melhor ataque do torneio. No Campeonato Mineiro, o clube também somou a maior quantidade de gols: foram 28 marcados (média de 1,75 por partida) e seis sofridos (média de 0,37 por duelo). 

A temporada 2018 (até aqui) do Cruzeiro em números:

Campeonato Mineiro: 28 gols marcados (média de 1,75 por jogo), 6 gols contra (média de 0,37 por jogo) [Campeão]
Copa Libertadores: 15 gols marcados (média de 2,5), 5 gols contra (média de 0,8) [Classificado na liderança do Grupo 5]
Campeonato Brasileiro: 6 gols marcados (média de 0,6), 3 gols contra (média de 0,3) [Vice-líder]
Copa do Brasil: 2 gols marcados (média de 2), 1 gol sofrido (média de 1) [Venceu por 2 a 1 o Atlético-PR em jogo de ida das oitavas de final]

O tricampeonato do São Paulo em números:

2006: 38 jogos, 66 gols pró (média de 1,7 por jogo), 32 gols contra (média de 0,8 por jogo)
2007: 38 jogos, 55 gols pró (média de 1,4), 19 gols contra (média de 0,5)
2008: 38 jogos, 66 gols pró (média de 1,7), 36 gols contra (média de 0,9)

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