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Fred, do Cruzeiro, faz textão em defesa dos caminhoneiros e contra a corrupção

'Me falta a coragem que sobra aos caminhoneiros', destacou atacante

Redação
'Me falta a coragem que sobra aos caminhoneiros', destacou atacante Fred, do Cruzeiro - Foto: Reprodução
O atacante Fred, do Cruzeiro, manifestou-se neste domingo, nas redes sociais, em defesa dos caminhoneiros. Para forçar redução no preço do diesel, de impostos e nova remuneração dos fretes, a categoria iniciou esta semana uma greve nacional, fato que vem tendo impacto no abastecimento de combustíveis e alimentos. Com um típico “textão” no Facebook e no Instagram, o jogador elogiou a coragem desses profissionais para tentar “mudar o Brasil” e pediu engajamento da sociedade à causa.

”Eu quero que o Brasil mude pra melhor. Porém, não me esforço o tanto quanto deveria para que isso aconteça. Me falta a coragem que sobra aos caminhoneiros. (...) Fico na torcida para que esses sofridos e destemidos trabalhadores consigam, sozinhos, realizar a mudança que eu sonho em ver no Brasil”, destacou Fred, de 34 anos.

Ainda que a greve venha impondo limitação de transporte e abastamento à população, Fred admitiu torcer para que o movimento prossiga e atinga principalmente as pessoas de alto padrão financeiro. “Sinceramente, torço para que essa greve dos caminhoneiros não acabe logo. E mais: tomara que ela atinja em cheio não apenas os mais necessitados, mas, também, pessoas com um padrão financeiro mais elevado, como eu mesmo”.

O atacante cruzeirense, que defendeu a Seleção Brasileira nas Copas de 2006 e 2014, tratou a greve dos caminhoneiros como gatilho para uma mobilização nacional contra injustiças.
Apoiador da operação Lava-Jato, Fred defendeu a transformação da “corrupção em crime hediondo, inafiançável”. “Estamos diante da maior oportunidade de transformação e mobilização social da história desde o movimento das ‘Diretas Já’, iniciado em 1983, ano em que nasci”, completou.

Por fim, Fred tratou de “absurda” a realização de jogos do Campeonato Brasileiro nesse momento de alerta, proposto pelos caminhoneiros. “Tudo o que tenho na vida, eu devo a Deus e ao futebol. Porém, ‘o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes’. (...) A bola segue rolando pelos gramados brasileiros como se nada estivesse acontecendo. Um absurdo! Isso está me fazendo lembrar muito a Copa das Confederações de 2013, quando o povo brasileiro invadiu as ruas, literalmente, e não queriam que nós, jogadores da Seleção Brasileira, emitíssemos nossas opiniões”.

No momento, Fred se recupera de uma lesão no ligamento cruzado do joelho direito. A previsão dos médicos é que ele retorne aos treinamentos no segundo semestre.




Leia, na íntegra, o desabafo de Fred:

"Eu quero que o Brasil mude pra melhor. Porém, não me esforço o tanto quanto deveria para que isso aconteça. Me falta a coragem que sobra aos caminhoneiros.
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Enquanto isso, fico na torcida para que esses sofridos e destemidos trabalhadores consigam, sozinhos, realizar a mudança que eu sonho em ver no Brasil. Entretanto, sem o apoio de todos nós, a resistência deles tem um limite. E tomara que esse limite seja do tamanho de todas as nossas necessidades.
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Me senti representado pela operação Lava Jato, que, na prática, serviu apenas para resolver uma pequena parte do nosso problema mais grave: a corrupção. Apesar da lição, seguimos “obrigados” a conviver com as mazelas governamentais.
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Quem dera se os nossos problemas sociais se restringissem somente a alguns partidos políticos. Ficaria fácil de resolvê-los.
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Infelizmente, essa doença é crônica e já se alastrou por quase todo o corpo nacional.
O famoso jeitinho brasileiro.
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Enquanto não tivermos educação suficiente para entendermos que o dinheiro público tem dono (o povo), as maracutaias nunca terão fim. A solução? Transformar a corrupção em crime hediondo, inafiançável.
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Não são, nunca foram e nunca serão os caminhoneiros que impedem, impediram ou impedirão a população brasileira de ter acesso aos direitos sociais básicos.
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Quem sempre fez isso foram os políticos eleitos pela nossa ignorância e pouco caso com uma arma tão importante e poderosa: o VOTO! Voto que carrega consigo toda a confiança e a esperança de uma nação inteira.
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Sinceramente, torço para que essa greve dos caminhoneiros não acabe logo. E mais: tomara que ela atinja em cheio não apenas os mais necessitados, mas, também, pessoas com um padrão financeiro mais elevado, como eu mesmo.
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Acredito que só assim haverá mudança de verdade. Digo isso com a propriedade de quem, por inúmeras vezes em um passado não tão distante, já passou por dificuldades até para se alimentar.
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Se o governo atender aos pedidos da classe e esse movimento for interrompido, tudo voltará à estaca zero, a exemplo da Laja Jato, que hoje, graças a conchavos, já está perdendo suas forças. Não podemos permitir que isso aconteça.

Não vamos nos esquecer de que uma greve como essa foi capaz de derrubar o governo chileno na década de 70. Se não tive a oportunidade de estudar além da sétima série, hoje me esforço para ler e entender melhor o contexto que vivo.
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Estou em oração para que Deus nos dê força e coragem suficientes para sairmos da zona de conforto e irmos à luta em busca dos meus, dos seus, dos nossos direitos. E só há uma maneira disso acontecer: tomando as ruas! Nossos filhos serão eternamente gratos a todos nós.
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Estamos diante da maior oportunidade de transformação e mobilização social da história desde o movimento das “Diretas Já”, iniciado em 1983, ano em que nasci.
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Oportunidade única! Se for verdade que o cavalo arriado só passa uma vez, estamos correndo um sério risco de perdermos a grande chance de combatermos ativamente a corrupção, que rouba, fere, sangra e mata diariamente.
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Tudo o que tenho na vida, eu devo a Deus e ao futebol. Porém, “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”.
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A bola segue rolando pelos gramados brasileiros como se nada estivesse acontecendo. Um absurdo! Isso está me fazendo lembrar muito a Copa das Confederações de 2013, quando o povo brasileiro invadiu as ruas, literalmente, e não queriam que nós, jogadores da Seleção Brasileira, emitíssemos nossas opiniões.
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Terei orgulho de dizer aos meus filhos que, naquele momento difícil da nossa história, eu e meus companheiros nos reunimos na Granja Comary e, por alguns instantes, deixamos de ser apenas jogadores de futebol para desempenharmos um papel muito mais importante: o de cidadãos e patriotas. Não nos omitimos e nos expressamos conforme a nossa consciência mandou naquela hora.
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Que país é esse? Digo, sem medo de errar que é um país belo, rico, de um povo guerreiro, trabalhador, hospitaleiro e, sem sombra de dúvida, abençoado por Deus.
Estamos todos no mesmo barco. Ou melhor: na mesma boleia de caminhão.
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#SomosTodosCaminhoneiros#SomosTodosIrmãos#SomosTodosCapazes #BrasilNaRua
#EstamosTodosNaMesmaBoleia#EmOraçãoPeloBrasil"
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